terça-feira, 29 de abril de 2008

O que se viu no domingo.

O que se viu domingo no Mineirão não se vê todo dia. Aliás, só foi visto uma vez até hoje pelos cruzeirenses porque foi a maior goleada já desferida no rival. Provavelmente só foi vista também uma vez pelos atleticanos. O Atlético já até venceu o Cruzeiro por 5 gols de diferença. Aliás, 3 vezes ( 6x1, 6x1 e 5x0), mas a última delas foi em 1953, ainda no Estádio de Lourdes. O Galo fez também um 9 a 2, lá em 1927. Por tanto, quem não tem pelo menos 55 anos nem era nascido na última vez que isso aconteceu. Por isso mesmo eu e todos os racionais não acreditamos que o Atlético vai fazer seis uma semana depois.

Deixando a história antiga de lado, vale a pena observar o que Adilson e Geninho fizeram com suas equipes. Geninho abriu seus dois pontas e apostou em Renan Oliveira para trazer a bola até eles e depois estar na área para finalizar. A defesa do Cruzeiro se mostrava lenta durante o campeonato e Jadilson avança muito o que faria Danilinho e Espinoza se encontrarem sempre dentro de campo e o baixinho levaria a melhor. Para marcar o Cruzeiro, Renan saiu do time porque avança muito. Xaves teria que colar em Wágner e Márcio Araújo se preocuparia com Ramires. De resto, marcação por zona. Adilson por outro lado, previu quase tudo o que o comandante do Atlético havia programado. Mudou M.Paraná de lado e colocou o seu homem de confiança em Danilinho que já havia apresentado dificuldades imensas quando teve marcação especial contra o Náutico. Adilson deslocou Charles para a direita para marcar o outro ponta, Marques. A idéia do técnico cruzeirense era fazer duas linhas de quatro homens com Charles, T.Heleno, Espinoza e M.Paraná na primeira. Henrique, Ramires, Wágner e Jadilson na outra linha. Lá na frente, os atacantes. Como Marques voltava um pouco para ajudar Feltri e receber mais a bola, parecia que o Cruzeiro jogava com três zagueiros e Charles era um ala.

O jogo se mostrava bom para o Atlético no início porque a marcação sobre Wágner era precisa e Charles estava nervoso. Adilson mais uma vez deslocou seu camisa 10 para a lateral do campo. Pôs Wágner quase de ponta-esquerda, Xaves o acompanhava abrindo um buraco no meio de campo. Guilherme recuava mais para armar e ocupava Rafael Miranda. Ramires jogava também pela direita, para fugir de Márcio Araújo e Moreno sozinho segurava os dois zagueiros na área. Um corredor imenso foi criado na direita do Atlético e Gérson que já é limitado ainda pegava o inspirado Jadilson no mano a mano e com o lateral já em velocidade, sua arma mortal. Pronto. Nó tático de Adilson. É claro que no futebol o imponderável ajuda. O Atlético perdeu um gol quando estava 0 a 0 e Juninho e Marcos falharam mortalmente nos primeiros 20 minutos. A partir daí, nos últimos 70, o Cruzeiro se encarregou de definir o campeonato.

5 a 0 foi o resultado de uma aplicação tática perfeita dos cruzeirenses e incapacidade do treinador atleticano, até mesmo por falta de peças, para mudar o panoranama de sua equipe.

4 comentários:

Amanda Almeida disse...

os cruzeirenses são sempre racionais! eu, como atleticana, acredito no 6 a 0!!!

David Luiz Prado disse...

contra fatos não há argumentos...

um time foi uma bosta e o outro foi, na gíria da década de 50, magistral...

tomara que o CRUZERÔOOOO repita sempre estas boas atuações, inclusive amanha no bombonera!

VAMOS, VAMOS CRUZERÔOOO, VAMOS VAMOS A GANHAAAAR!!!

Tigre de Papel F.C. disse...

Duas coisas que mais me chamaram a atenção na escalação do Galo:

1) A falta de um meia de ligação, o que levou o time a atuar com duas linhas: uma com três volantes e outra lá na frente com 3 atacantes. Ou seja, havia um buraco na ligação entre defesa e ataque.

2) A entrada de Xaves no lugar de Renan. Rafael Miranda há muito vem jogando mal, desatendo na marcação e errando muitos passes. O ideal seria que ele desse lugar a Xaves, e Renan fosse mantido como um segundo volante, que poderia ser uma boa arma com seu chute forte.

Enfim, Geninho resolveu ousar e mudar o time numa final, num clássico, o que lhe custou muito caro. Depois dos 2 primeiros gols, ele ainda ficou refém do seu fraco banco e nada pôde fazer para mudar a situação.

Unknown disse...

cara, gostei do cometário sobre o jogo, vc manja muito... que venha o boca