sábado, 30 de outubro de 2010

Cruzeiro faz sua parte e espera erro do Fluminense para dar o bote

O jogo em Presidente Prudente podia pintar como fácil para o Cruzeiro. O time da casa, lanterna e com 10 desfalques, carecia de qualquer qualidade, mas as sete derrotas em 15 jogos no Prudentão foram por um gol de diferença. E mais: Corinthians (2x2) e Fluminense (1x1) perderam pontos no interior paulista. Em campo, o time de Cuca foi soberano. Não que tenha sido brilhante, mas não deu chance ao adversário.

Com Gilberto entre os titulares, Thiago Ribeiro jogou mais centralizado, ao lado de Robert, e sumiu do jogo. Montillo foi discreto pela direita e coube a Gilberto, do outro lado, organizar o time mineiro. Depois do belo gol de Léo, batendo de longe, o Prudente tentou sair liberando João Victor pela direita e com Adriano Pimenta se aproximando dos atacantes. Sobrava espaço para o contra-ataque que nascia sempre com Gilberto. Assim foi o segundo gol. Passe espetacular do camisa 7 para Robert escorar.

No segundo tempo, o Cruzeiro aproveitou a vantagem, não assustou e segurou o lanterna. O time parecia se poupar para o jogo de quarta-feira contra o São Paulo. Para vencer o Tricolor, vai precisar jogar mais. Repetir as partidas que fez em Uberlândia quando venceu Corinthians, Flamengo, Internacional e Fluminense antes de perder para o Atlético.

Se a próxima rodada é complicada para os mineiros, para os cariocas é ainda mais: o Fluminense vai ao Beira-Rio enfrentar o Internacional. Hora boa para o bote.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

São Paulo mostra crescimento, mas qual é o alvo?

Sem Fernandinho e Lucas, Paulo César Carpegiani abriu mão da velocidade e apostou na posse de bola, com Casemiro e Fernandão. Deu certo. Fernandão se aproximava de Dagoberto, jogando por dentro, e Ricardo Oliveira – melhor do jogo na Arena Barueri. Foi do centroavante o primeiro gol aos 12 minutos.

O Atlético Paranaense era uma equipe bem diferente da que Carpegiani treinou. Isso por conta dos desfalques de Sérgio Soares. Branquinho, Rodolpho, Paulo Baier, Élder Granja e Maikon Leite. O Furacão perdeu sua espinha dorsal e a solução foi escalar uma equipe com marcação forte, a fim de forçar o erro do adversário e sair com a velocidade de Guerrón e Bruno Mineiro. Também deu certo. O equatoriano aproveitou falha de Casemiro e empatou a partida.

Carpegiani percebeu a armadilha. Só com movimentação, venceria o bloqueio rubro-negro no meio. Por isso promoveu Marlos no segundo tempo na vaga de Casemiro. Carlinhos Paraíba voltava para ajudar na saída de bola. Após o gol de Miranda, o Tricolor foi quem armou o bote. Marlos pela direita, Dagoberto pela esquerda (os dois sempre em diagonal), Fernandão distribuindo e Ricardo Oliveira na frente. Nos contragolpes, o São Paulo poderia ter definido o jogo, mas falhou. Permitiu ao Atlético ter a bola. Não deu ao Furacão o que fazer com ela.

O Atlético venceu uma nas últimas seis rodadas e parece perder fôlego no final da competição. Já o São Paulo de Carpegiani já é mais rápido, tem participação coletiva de peças como Dagoberto e Marlos, mas uma defesa ainda exposta. Os atacantes precisam ajudar mais do que o primeiro combate. A mira de ambos é o Botafogo, um ponto acima. Dependendo do resultado final da Sul-Americana, o alvo pode ser o terceiro colocado – hoje o Cruzeiro, com sete pontos a mais.

As duas equipes precisam fazer sua parte até dezembro, mas contar também com os estrangeiros da competição continental. Um ponto é possível para ambos. Sete é demais.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Dorival Jr. vê bons reservas, Scolari não quer ver problemas

Luís Felipe Scolari não viu Valdívia machucado logo com um minuto de jogo. Achou que os 18 minutos que o chileno esteve em campo foram bons – e se no próximo jogo forem 10 minutos, “melhor ainda”, disse o técnico.. Claro que Scolari não pensa assim. Valdívia estava visivelmente lesionado durante o aquecimento, 30 minutos antes da bola rolar. Felipão não viu.

Não viu também que Dorival Júnior escalou o time reserva, mas com Diego Macedo bem aberto, levando Luan para o lado do campo, com Neto Berola e Ricardo Bueno também abertos, entrando em diagonal, com Daniel Carvalho aproveitando o espaço deixando no meio. No primeiro tempo, depois de Renan Ribeiro salvar finalização cara-a-cara com Kléber, o time paulista viram, mas não alcançaram, os mineiros. Mendéz marcava bem, fazia a bola girar com velocidade e lançava o time melhor ainda. Deu a aceleração que Dorival Jr. tanto trabalha em suas equipes.

Quando Neto Berola deixou o campo, com ele se foi a velocidade do Atlético. Com Gabriel Silva recuado, Luan e Márcio Araújo mais a frente, o Palmeiras foi quem mandou no jogo. Kléber abriu o placar e poderia ter feito o segundo, caso Marcelo de Lima Henrique confirmasse o pênalti de Jairo Campos em Lincoln. Pênalti marcado, mas depois anulado, ou cancelado, ou desmarcado (me falta o termo, dada a raridade do lance) pelo auxiliar Erich Bandeira, assinalando corretamente impedimento. Bandeira, no entanto, não ergueu seu sobrenome no momento em que Lincoln recebeu a bola. Chamou o árbitro muito depois da penalidade. Aproveito para convidar, você leitor, a lembrar de outro caso de pênalti marcado e desmarcado, na sequência.

O empate atleticano sai em pênalti “à brasileira” sobre Obina. Jogada parecida com a de Werley sobre Edcarlos, no clássico mineiro do domingo. Há o braço, há o contato, não há falta. Revolta palmeirense e empate justo no final do jogo.

Resultado bom para o Atlético que mostra o crescimento de jogadores até então deixados de lado, como Édson Mendéz. Empate ruim para o Palmeiras. Além de perder a chance contra os reservas do adversário, pode ter perdido também seu principal articulador.

Scolari não vê assim. Vê perseguição dos jornalistas. O técnico campeão do mundo ainda não chegou ao Palmeiras. O que brada e atira para todos os lados, sim. Da mesma forma que Felipão não viu Valdívia machucado, não consigo ver, além do futebol mediano, tantos motivos para irritação do treinador.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Atlético "evita" salvar o ano deixando Sul-Americana de lado

Com Dorival Jr. no comando, o Atlético venceu cinco, perdeu três e empatou um jogo. Das três derrotas, uma foi com o time reserva, pela Sul-Americana, e outra um dia após assinar contrato, contra o Grêmio, sem ter comandado nenhum treino. A melhora no futebol apresentado e a necessidade do time de ganhar mais corpo garantiriam à equipe mineira a possibilidade de disputar, com equipe principal, a partida diante do Palmeiras.

O time que treinou nesta terça-feira, e deve entrar em campo em Sete Lagoas, tem sete jogadores que perderam para o líder do campeonato colombiano na última semana. O Palmeiras não é o Santa Fé. É muito melhor do que a equipe que finalizou mais de 20 vezes contra o gol de Renan Ribeiro – único a se salvar em Bogotá.

Mesmo quando o momento do Atlético era péssimo, ainda sob comando de Vanderlei Luxemburgo, dizia-se aqui mesmo neste blog, que o ano poderia ser salvo. Os investimentos foram altos em 2010, tanto na montagem do time quanto na comissão técnica. Uma equipe cara, que precisa mais do que vencer o campeonato estadual e se livrar do rebaixamento para a segunda divisão, para fazer o valor gasto valer a pena.

Ser campeão da Sul-Americana e terminar o campeonato brasileiro em 16º lugar é mais vantajoso que ser vice-campeão nacional, por exemplo. Mandar os reservas, mais os suspensos no campeonato brasileiro, a campo contra o Palmeiras é evidenciar a preocupação com o risco do rebaixamento no Brasileirão. Preocupação que deve existir, mas o futebol praticado pelo time de Dorival já permitiria pensar mais alto.

O Palmeiras terá força máxima, a dúvida é Valdívia, machucado. O confronto poderia ser equilibrado, não é mais. O Atlético pode salvar o ano com a conquista da Sul-Americana. Pode, mas com este time, você acredita?

domingo, 24 de outubro de 2010

Clássico alucinante vai de Super-Obina à cavadinha frustrada

Com Renan Oliveira, Diego Souza, Tardelli e Obina o Atlético pressionou o Cruzeiro no início do jogo. Foram 30 minutos como um trator para cima do time de Cuca que parecia não entender o que se passava dentro de campo. Leandro e Rafael Cruz vinham de trás Zé Luís desarmava Montillo e o contragolpe se iniciava. A esperança era Montillo que jogou mal e ainda perdeu um pênalti. A partida poderia estar decidida faltando 15 minutos para acabar o primeiro tempo. Poderia.

Gilberto deu nova formatação ao clássico. O Cruzeiro começou a jogar pelo lado esquerdo, Marquinhos Paraná recuou para fazer a saída de bola e o quarteto ofensivo do alvinegro não acompanhava o meio-campo celeste. Quando Gilberto entrou no jogo, o Cruzeiro tinha quatro finalizações contra cinco do Atlético. Depois disso foram 14 da Raposa e uma do rival – a cabeçada mortal de Réver aos 21 minutos do segundo tempo que se transformou no gol da vitória. Farias, Marquinhos Paraná, Fabrício, Thiago Ribeiro e Caçapa perderam chances claras de diminuir.

O Cruzeiro, que criava uma chance atrás da outra e esbarrava em Renan Ribeiro ou na falta de pontaria, parecia entregue depois do quarto gol. Até Thiago Ribeiro marcar duas vezes em dois minutos. O jogo ficou maluco. A Raposa atacava com oito e o Atlético tinha 3 contra um no contragolpe.

Os gols acabaram e o Atlético saiu com a vitória. A. O resultado é justo. A começar por 30 minutos brilhantes e passando pelas chances perdidas pelo Cruzeiro. Ser eficaz faz pare do jogo e foi o que os comandados de Dorival Jr. fizeram muito bem, em uma noite inspiradíssima de Obina e sem brilho de Montillo.

A quarta vitória nas últimas cinco rodadas Depois de 21 jogos, o Galo deixa a zona de rebaixamento e parece que não voltará. Já não é, definitivamente, candidato a rebaixamento. Precisa ainda vencer quatro jogos dos sete que restam para se salvar, mas Dorival Jr. conseguiu fazer bons jogadores formarem um time. Organizou, primeiramente, a marcação que é avançada e atrapalha o adversário a sair jogando. A dupla de zaga é protegida por Zé Luís que apenas marca e deixa Serginho jogar. Tem a arma do jogo aéreo e consegue também evitá-la.

O Cruzeiro perdeu, pela primeira vez, dois jogos seguidos no campeonato. Os jogos contra Grêmio e Atlético eram difíceis e a equipe sucumbiu. Para ficar com o título, precisa vencer cinco das sete partidas que restam. A entrada de Gilberto foi o ponto positivo para a equipe de Cuca. Muito bem no jogo, o meia pode devolver fôlego à Raposa na briga pelo campeonato.

sábado, 23 de outubro de 2010

Dorival repete esquema da virada sobre o Corinthians e Montillo pode ganhar espaço

Gilberto disse, após o treino de sábado, que Marquinhos Paraná começará o jogo contra o Atlético. Dorival Jr. confirmou, na entrevista de sexta-feira, que Renan Oliveira será titular no meio-campo, ao lado de Zé Luís, Serginho e Diego Souza. A formação é diferente da imaginada por mim, na quinta-feira, embora exista ainda na possibilidade de blefe por parte de Dorival ou de Gilberto, para confundir o adversário. Mas vamos partir do princípio que os dois estão falando a verdade.

Com Renan em campo, Montillo não deve ter marcação individual. Serginho se posta à direita da defesa e Zé Luís protege os dois zagueiros. Se for seguir o camisa 10 celeste abre um espaço imenso que Fabrício e Marquinhos Paraná podem aproveitar a frente da zaga. O meio com dois volantes, Diego Souza e Renan Oliveira é semelhante ao utilizado no segundo tempo do jogo contra o Corinthians quando o Atlético subiu sua marcação, tirou da equipe paulista a facilidade de girar a bola e contra-atacou com velocidade. Foi jogando assim, os melhores 45 minutos do Galo no campeonato.

Se Cuca tinha dúvidas sobre escalar ou não Gilberto, a resposta veio com a escalação de Dorival Jr. Marquinhos Paraná protege mais a defesa e melhora a saída de bola – justamente o que pretende ser neutralizada pela formação do Atlético. Montillo vem sofrendo com a marcação individual dos adversários e pode participar mais do jogo sem uma sombra a seguí-lo.

O clássico que poderia ser definido na intermediária de defesa do Atlético, com o Cruzeiro tentando furar a marcação do rival e o alvinegro partindo no contra-ataque, pode ter panorama diferente. A marcação atleticana começa antes, mas perde força mais perto do gol. Antes mesmo de começar, o clássico já mudou.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Evolução do Atlético equilibra o clássico, mas Cruzeiro segue favorito

Há quem acredite que clássico não possui favorito. Penso o contrário. O melhor normalmente (o que é diferente de sempre) vence. O Cruzeiro tem sido superior nas últimas temporadas e derrotado o rival na maioria dos encontros. A melhora do Atlético sob o comando de Dorival Jr., com três vitórias nas últimas quatro rodadas do campeonato brasileiro, tira um pouco do favoritismo celeste.

O líder do campeonato continua jogando melhor do que o rival, tem uma defesa segura e bem protegida por três volantes de qualidade, além de Montillo – candidato a craque do campeonato. A evolução atleticana se dá por crescimentos individuais: Rever, Werley, Serginho, Obina e, principalmente, Diego Souza. Além do goleiro Renan Ribeiro, responsável por bons resultados nas últimas partidas. Coletivamente, o time de Dorival está um nível abaixo e precisará compensar a falta de conjunto durante a partida.

A força ofensiva da equipe de Cuca vem da direita com Jonathan, Montillo e Thiago Ribeiro. O Atlético treinou durante a semana com Zé Luís, Serginho, Renan Oliveira e Diego Souza no meio-campo. Domingo, acredito eu, Alê entrará na vaga de Renan. O volante que estava na Colômbia deve ser o responsável por seguir Montillo. Diego Tardelli jogaria aberto pela esquerda, nas costas de Jonathan, para evitar as subidas do lateral. Leandro fica encarregado de Thiago Ribeiro.

Mais fechado e esperando para contra-atacar, o Atlético tem Serginho como válvula de escape. Fabrício é o volante que mais avança, pela esquerda do Cruzeiro, e o confronto individual será importante no momento do contragolpe de ambos. Serginho tem Rafael Cruz, também veloz, ao seu lado, em setor importante nas últimas rodadas. Se Serginho for bem, segura Fabrício e obriga o Cruzeiro a atuar por um lado só.

Diego Souza tem liberdade para atuar a frente dos volantes e Henrique é o homem a marcá-lo. Caso Cuca opte por Gilberto no lugar de Marquinhos Paraná, Fabrício marca Diego Souza e Henrique cobre as costas de Jonathan. Diego Tardelli, mais longe da área, deve cair nas costas dos laterais, especialmente Jonathan, e ter a atenção de Marquinhos Paraná. Obina e Farias são jogadores de área e precisam ser bem servidos pelo restante do time para levar a melhor sobre os zagueiros.

Os confrontos individuais são bons para o Atlético. Por ter o conjunto menos preparado, reduzir a partida a duelos setorizados é vantajoso para a equipe de Dorival e gera o equilíbrio mencionado no início do post. O imponderável pode acontecer no futebol, independentemente do fator rivalidade. Vale lembrar que o Corinthians, rebaixado em 2007, venceu uma e empatou outra com o São Paulo, campeão brasileiro de melhor aproveitamento na era dos pontos corridos.

A intenção não é apontar o Atlético como rebaixado ou cravar o Cruzeiro campeão. É mostrar que o alvinegro, na parte de baixo, pode derrotar o rival, hoje líder da competição. Pode, o que não seria surpresa. Mas, para este blogueiro, o time celeste é favorito.

Nas mãos de Renan Ribeiro, Atlético se classifica e Dorival sai fortalecido

Bem o Atlético não jogou contra o Santa Fé. Mas não precisava. Com um time de reservas, não vale nem mesmo verificar evolução no time de Dorival Jr. Até porque o treinador ficou em Belo Horizonte, aproveitando a semana para treinar a equipe principal que enfrenta o Cruzeiro no domingo. O Santa Fé era tão ofensivo quanto ruim. Saía com duas linhas de quatro, avançava muito os laterais e dava espaços de sobra para o contra-ataque brasileiro que insistia em não ser bem executado por Neto Berola, Ricardo Bueno e Dinei.

O gol do Santa Fé saiu aos 14 minutos do segundo tempo com Nogueira, na única finalização indefensável para Renan Ribeiro. E não foram poucas finalizações: 22 no total (algumas delas na Lua, é verdade). O Galo chegou apenas seis vezes. A disparidade de finalizações mostra como os reservas da equipe mineira foram pressionados. O placar é a prova da grande partida do goleiro atleticano.

Renan Ribeiro é um capítulo a parte na nova fase do alvinegro. Mais do que o melhor em campo, o jogador representa o futuro. Após apostas fracassadas por três anos, o Atlético encontra, em casa, a solução para a camisa 1. Ponto para Dorival Jr. que o escalou um dia após chegar ao clube. O objetivo na Colômbia era conseguir apenas classificação, mas a equipe volta também com um goleiro pronto.

Com a classificação conquistada, o planejamento do treinador acaba por ser vitorioso. Caso chegue à final da Sul-Americana, a semana atual será a única que o técnico terá para trabalhar a equipe até o final do ano. Hoje, apesar de mostrar evolução com Dorival, o Atlético não tem futebol para vencer a competição. Hoje. O time pode ganhar forma como fez o Fluminense, que perdeu o título em função da goleada sofrida por 5 a 1 para a LDU em Quito.

Na próxima fase, enfrenta o Palmeiras de seis vitórias, três empates e só uma derrota nos últimos 10 jogos. O caminho dos mineiros não será fácil nem no Brasileiro, tampouco na competição internacional. Para jogar um bom futebol, ainda em 2010, terá que mostrar mais. Mas se a máxima de que todo bom time começa por um bom goleiro é verdadeira, o Galo está no caminho certo.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Ótimo Chelsea. E ainda faltam dois.

Lampard e Drogba fazem falta ao Chelsea. A afirmação é óbvia, mas serve como alerta. Contra o Spartak, a equipe inglesa tinha Malouda aberto pela esquerda, Kalou pela direita e Anelka centralizado no ataque. Essien a frente da zaga, Mikel pela direita e Zhirkov, na vaga de Lampard, pela esquerda. Os russos apostavam na dupla Welliton, ex-Goiás, e Ari, brasileiro de 24 anos que jogou no Fortaleza em 2005, antes de se transferir para a Europa.

O Spartak, empolgado por duas vitórias, tomava a iniciativa e Ari chegou a perder chance cara-a-cara com Cech. O adversário exposto era tudo que Carlo Ancellotti queria para contra-atacar. Logo aos 13 minutos, bola longa para o ataque e Zhirkov aproveitou, sozinho da entrada da área, para fazer o primeiro. No final do primeiro tempo, Anelka, pelo mesmo setor, marcou e manteve sua média: para cada gol marcado, dois perdidos.

Apesar do placar tranquilo, o Chelsea sofreu sustos. Teve a saída de bola complicada em alguns momentos e Anelka não mantém a qualidade que Drogba impõe nas finalizações. Sem ser brilhante, o time inglês dominou o jogo, foi veloz e mortal, tem 100% de aproveitamento em três jogos, oito gols marcados e um sofrido. Na Premiere League, os números são ainda mais impressionantes: 23 gols marcados em oito rodadas no campeonato inglês e apenas dois contra. Três gols sofridos na temporada, média de 0,25 gols por partida. 31 marcados, média de 2,8.

O atual campeão inglês atropela no início das competições, mas irá de suas peças principais para os momentos decisivos. Mesmo com números tão positivos, Drogba e Lampard fazem falta.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Futebol mineiro pode ter melhor desempenho dos últimos 20 anos

Com o acesso do Ituiutaba e a reação de Atlético e Ipatinga, o futebol mineiro pode ter, após 20 anos, cinco equipes disputando as séries A ou B do campeonato brasileiro. Em 1991, Minas Gerais contava com Atlético e Cruzeiro entre os 20 clubes que disputavam a Série A. América, Esportivo de Guaxupé e Rio Branco de Andradas foram, respectivamente, 40º, 50º e 54º colocados na Série B que possuía 64 equipes. Foi a última vez que o futebol mineiro teve cinco participantes nas duas principais divisões do futebol nacional – o inchaço da segundona neste ano se deu por conta da ausência da Série C que foi disputada em 1990 e voltou a ser realizada em 92.

A única vez que os mineiros conseguiram ter cinco clubes entre os 40 melhores do país foi em 1979, campeonato da série A que contou com 94 participantes. Cruzeiro (6º), Uberlândia (9º), Atlético (10º), Uberaba (17º) e América (20º) tiveram ainda a companhia de Caldense (30º) e Villa Nova (33º).

Com quatro vitórias, cinco empates e só uma derrota em 10 jogos, o Ituiutaba chega pela primeira vez à segunda divisão do campeonato brasileiro. Na série B, o clube do Triângulo Mineiro poderá ter a companhia do Ipatinga de quatro vitórias seguidas dando mostras que pode reagir nas nove partidas restantes. Nas três rodadas seguintes, o Tigre enfrenta Brasiliense, Bragantino e América-RN. Concorrentes diretos que podem servir para confirmar a arrancada do vice-campeão mineiro.

O Ipatinga deve ser a única companhia mineira do Ituiutaba na Série B. Com 52 pontos, e 6 de vantagem para o quinto colocado, o América precisa vencer quatro dos nove jogos que restam para voltar à primeira divisão após 10 anos. O time de Mauro Fernandes conseguiu 60% de aproveitamento nas 29 rodadas iniciais e mesmo que caia de rendimento conseguirá o acesso.

Na primeira divisão, o Atlético aponta sua recuperação ao vencer três das últimas quatro rodadas com Dorival Jr.. O alvinegro pode chegar aos 45 pontos e chegar ao menos à 16ª colocação no final do campeonato. O ano positivo dos mineiros culmina com o Cruzeiro, na liderança do campeonato, e com o melhor desempenho – e futebol – nas últimas 15 rodadas em relação aos concorrentes mais próximos. Tem, na seqüência, três adversários que lutam para não cair: Atlético, Prudente e Vitória, e ainda o São Paulo, em Uberlândia. Tem, portanto, a seu feitio, o momento do bote para chegar ao título.

O ano de 2010 pode ser muito bom para os mineiros. O melhor em muito tempo. Pelo menos nas duas últimas décadas.

O terceiro ato de um milagre

A marcação do Avaí, contra o Atlético, em Sete Lagoas, tinha de ser forte para que o contragolpe acontecesse. E assim foi no primeiro tempo. O time catarinense poderia até ter saído em vantagem com Roberto que perdeu gol incrível após driblar Renan Ribeiro. Com Serginho aberto pela direita e Fernandinho pela esquerda em um losango no meio-de-campo, os mineiros ganhavam a opção ofensiva no meio, mas perdia força de marcação, pouco aproveitada pelo adversário. Daniel Carvalho, que começou bem na armação enquanto Diego Souza se aproximava de Obina, foi engolido pela marcação dos volantes avaianos.

Com Neto Berola em campo no segundo tempo, na vaga de Daniel, Dorival Jr. pretendia dar mais movimentação ao time mineiro. E conseguiu. Berola abria pelas beiradas do campo (com o perdão do trocadilho, caro leitor) e levava com ele um defensor. O espaço deixado na área foi percebido por Rafael Cruz que bateu livre para abrir o placar.

O Avaí não tinha plano B. Não sabia como ter a iniciativa e reverter o marcador. Precisou sair com mais peças e deixar o trio de zaga exposto. Era tudo o que queria o time com Diego Souza, Renan Oliveira, Serginho e principalmente Neto Berola, autor do segundo gol, e poderia ter feito mais.

O Atlético venceu três nos últimos quatro jogos no campeonato brasileiro e o Avaí conseguiu a incrível marca de uma vitória (Ceará por 5×0) em 16 rodadas. A classificação mostra a equipe mineira um ponto a frente na tabela, embora o momento seja muito mais favorável ao alvinegro. Foi o terceiro ato do que parecia ser um milagre. Para confirmar a reação, o Atlético tem pela frente o Cruzeiro brigando pelo topo, prova de que a tarefa não será nada fácil.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Na luta contra o rebaixamento, Ipatinga não é mais azarão

O Ipatinga venceu a Ponte Preta. Quarto resultado positivo do time mineiro, que havia conseguido outras quatro vitórias nas 25 rodadas iniciais da Série B. A melhora começa pela defesa que marca melhor e sofreu dois gols nas últimas quatro rodadas. Tem Alessandro, que fez o gol da vitória contra a quinta colocada Ponte Preta e contra o Sport, quinto à época. O grande nome no momento é Rodrigo Antônio, ex-Vasco, autor de três gols nas vitórias recentes.

O Ipatinga mora na zona de rebaixamento onde esteve desde a 1ª rodada. Pode sair na terça-feira desde que vença o Brasiliense, em Taguatinga, e o Vila Nova tropece contra Duque de Caxias e Coritiba. Mais importante do que deixar o grupo dos quatro piores, neste momento, é passar bem pelos três próximos adversários: Brasiliense, 28 pontos, Bragantino, 34, e América-RN, 26. Confrontos diretos e sequência ideal para a equipe em crescimento evidente.

Há um provérbio que diz: “Se o azarão vence uma vez, é sorte. Se vence a segunda, é coincidência. Se vence a terceira, olhe para ele. Na quarta vitória, o cavalo deixa de ser azarão.” Hoje o Ipatinga ainda estaria rebaixado, mas na briga para permanecer na série B, não é mais o azarão de rodadas atrás.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Cuca confirma Montillo e acredita que faltam 5 vitórias para o título

O técnico Cuca concedeu entrevista exclusiva à Rádio Globo no Panorama Esportivo desta quinta-feira. O treinador falou sobre a disputa pelo título, acredita que Fluminense e Corinthians são os principais concorrentes e disse que com mais cinco vitórias, chegando aos 69 pontos, o Cruzeiro estará muito próximo do título brasileiro.

Cuca ainda confirmou, em primeira mão, a presença do argentino Montillo na partida contra o Grêmio, domingo no Olímpico.

Confira, na íntegra, o que disse o treinador.


O Panorama Esportivo vai ao ar de segunda à sexta-feira de 22h às 0h pela Rádio Globo.


No papel, Cruzeiro tem o direito de jogar onde quiser e com torcida única no clássico

A primeira polêmica do clássico entre Cruzeiro e Atlético no próximo dia 24 vem das arquibancadas. Ou melhor, em como os dirigentes irão definir quem poderá ocupa-las. No primeiro turno, disputou-se o primeiro clássico da história dos clubes com apenas uma torcida no estádio. O mesmo se repetirá – ou se repetiria no segundo turno.

Na ata da reunião, realizada no dia 26 de julho, consta o seguinte: “Um acordo entre os clubes e as autoridades envolvidas determinou que o jogo terá apenas a presença da torcida do clube mandante. O mesmo critério será aplicado no jogo do returno”.

A diretoria do Atlético entende que o acordo pode ser quebrado porque quem o está violando é o Cruzeiro. A diretoria do clube alvinegro afirma que o combinado era que os dois jogos seriam disputados em Sete Lagoas, na pequena Arena do Jacaré, o que impossibilita o fato das duas torcidas dividirem as arquibancadas. Neste caso, “o mesmo critério aplicado no jogo do returno” implica em disputar a partida em Sete Lagoas daqui a dois domingos.

O Cruzeiro interpreta de outra forma: o previsto era que a equipe celeste mandaria o jogo onde bem entendesse e teria direito a disponibilizar ingressos somente para o seu torcedor. Sem acordo, o Cruzeiro confirma, junto a CBF, a partida no Parque do Sabiá, em Uberlândia. Caberá ao Atlético, como visitante, solicitar a carga de 10% das entradas para vender a sua torcida.

Pode-se discutir a possibilidade de, na reunião, o acordo ter sido feito também para o Cruzeiro jogar a segunda partida em Sete Lagoas, mas isto não está escrito em local nenhum da ata assinada por Adriana Branco, diretora responsável pelo Atlético na reunião. O que consta no documento dá ao Cruzeiro o direito de jogar em Marte, e levar apenas seu torcedor, se julgar conveniente. Independentemente do acordo verbal ter sido ou não este.

Confira a ata da reunião. O trecho em destaque está no segundo parágrafo do texto.










A passos de elefante, evolução do Atlético passa por melhora de Diego Souza

O Santa Fé não inspira grandes preocupações. Time com duas linhas de quatro jogadores, Omar Perez, o mais lúcido para armar e Nazarit brigando solitário na frente. Só. Não há muito mais o que se dizer do líder colombiano. O Atlético aproveitou a fragilidade e mostrou virtudes pela direita de campo. Rafael Cruz, Serginho e, especialmente, Diego Souza se entendiam bem pelo setor.

Diego Souza é hoje mais participativo, mais técnico e mais decisivo do que na era pré-Dorival Júnior. Foi dele o passe perfeito para Obina abrir o placar. O camisa 1 (assim foi inscrito e assim terá que jogar até o final da competição) ainda deu chapéus e tentou fazer um gol do seu campo de defesa. Evolução individual também de Obina, de Lima, Werley – sem falar Renan Ribeiro, melhor que os outros testados na temporada.

Perto da próxima fase, o futebol da equipe mineira precisa melhorar para se pensar em algo a mais na Sul-Americana. Hoje, a competição serve para dar corpo a um amontoado de jogadores – em comum acordo entendendo que precisam ser um time para vencer jogos.

Diego Souza ainda não é o mesmo que foi o craque do último campeonato brasileiro, mas também não é mais o jogador alheio aos jogos de tempos de Vanderlei Luxemburgo. A evolução coletiva do Atlético acontece a passos de elefante, mas individualmente já tem um nome a mais para se contar na reta final de 2010.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Adilson Batista: "Torcedor acha que pode mandar no clube"

Adilson Batista deixou o Corinthians após o quinto jogo sem vitória no campeonato brasileiro. No pronunciamento pós-saída usou o discurso de “não querer atrapalhar” e por isso deixava o clube. Na manhã de segunda-feira, por telefone, a conversa com o blogueiro era diferente. Adilson não desmentiu o que afirmara na noite anterior, mas também não confirmou. Disse apenas “isso não adianta mais. Eu já saí. Vamos deixar internamente”.

O treinador lamentou as ausências de peças-chave como Ralf, Elias, Jorge Henrique, Dentinho, Chicão e por último Roberto Carlos na sequência negativa. O momento ruim com derrotas para Atléticos Mineiro e Goianiense, da zona de rebaixamento, veio após vitórias incontestáveis sobre Fluminense e Santos fora de casa. “No futebol, nem sempre as pessoas têm calma, o resultado não vem. Torcedor acha que pode mandar no clube, na escalação”.

Adilson Batista ainda acreditava no Corinthians nas rodadas finais. Sua saída tem muito mais a ver com pressão para mudar a forma do time jogar (e os nomes a entrar em campo) do que com o desejo de não atrapalhar. O nome de Ronaldo não foi citado pelo treinador ao falar dos desfalques. Para a diretoria, é importante que o camisa 9 jogue – foram duas partidas sob o comando do treinador. Adilson não sai por não acreditar, mas justamente por pensar que o trabalho vinha sendo benfeito e não precisava da interferência de quem fosse, apesar dos dois pontos nos últimos 15 em disputa.

Liderança é boa, mas futuro do Cruzeiro pode ser ainda melhor

Depois da vitória sobre o Goiás, falou-se neste espaço, que o Cruzeiro ainda não havia atingido seu auge. Cuca coloca a Raposa na liderança do Brasileirão, com uma derrota nos últimos 14 jogos, e a afirmação ainda vale: o Cruzeiro pode ser ainda melhor na reta final. Em partes porque jogando as próximas três rodadas apenas nos finais de semana, o time poderá recuperar a parte física – especialmente Montillo, principal jogador da equipe, e que se assustou com a velocidade do futebol brasileiro.

Contra o Fluminense, o Cruzeiro definiu o jogo com gol de Wellington Paulista, homem de confiança do treinador. Wellington é centroavante, assim como Farias. Mas também sai da área, se desloca para confundir os zagueiros, dá a opção do contra-ataque e corre atrás do lateral adversário Ernesto Farías é referência e “referência é referência”, segundo o treinador. Mesmo muito tempo afastado por lesão, Wellington jogou o tempo inteiro contra o Fluminense, porque Cuca confiava nele.

O mesmo acontece com Gilberto, perda mais sentida dentre todas as lesões que o Cruzeiro conviveu. O jogador poderá voltar contra o Grêmio e Marquinhos Paraná, muito bem contra os cariocas pode ser sacado. A presença de Gilberto tira de Montillo o peso de ser o único articulador do time, dá opção de jogada pelo lado esquerdo e deixa o time mais equilibrado em campo.

Gilberto será titular na reta final. Assim pensa Cuca. Apesar do jogo difícil que se anuncia contra o Grêmio, o torcedor tem motivos para ficar otimista: o líder do campeonato pode ser ainda mais forte na reta final.

Entre problemas e esperanças

No Atlético, os desfalques começavam na defesa, passavam pelo meio-campo e culminavam no ataque. O Inter não contava com seus quatro armadores mais utilizados. Times alternativos, gaúchos melhores. Com Derley em alta velocidade e Marquinhos bem na alimentação do ataque, o Colorado fez 1 a 0 com Alecsandro no final do primeiro tempo.

O placar poderia ter sido aberto antes e dilatado depois, não fosse pela ótima partida do jovem Renan Ribeiro no gol atleticano. O Inter foi superior em toda a partida e superou melhor a ausência dos titulares. Renan mostra que teria sido útil antes ao Atlético. As aventuras com Fábio Costa, Marcelo e Aranha poderiam ter sido evitadas. Glaydson, Derley,Marquinhos e Edu escancaram o quão bom é o elenco do time gaúcho.

O Inter ainda perdeu Alcesandro expulso sem razão por Salvio Espínola Fagundes. No final do jogo, o Atlético tentou pressionar, obrigando Renan, o Colorado, a fazer excelente defesa. Foi só. O único lampejo do time de Dorival Júnior que não teve forças para buscar a reação conquistada nas duas rodadas anteriores. No Beira-Rio, mais do que vontade, o Galo precisou de futebol e este não apareceu nos 90 minutos.

Na próxima rodada, o alvinegro tem um confronto direto contra o Avaí, em Sete Lagoas. Terá o retorno de Réver, Diego Souza e provavelmente Diego Tardelli. Será uma equipe mais encorpada e que poderá deixar a zona de rebaixamento após 20 rodadas. O Inter tem sete pontos e um jogo a menos que o líder Cruzeiro. Se vencer o Santos pode assumir o terceiro lugar. Celso Roth tem elenco forte à disposição, tem o melhor time da América. Tem também 10 jogos para tirar uma diferença de sete pontos. Tão possível quanto difícil.

E você? Acha que quem tem a tarefa mais complicada? O Atlético na luta contra o rebaixamento ou o Inter caçando o Cruzeiro?

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Cruzeiro, vice-líder, pode ser ainda melhor

Time que quer ser campeão precisa vencer o vice-lanterna. Foi pensando assim que o Cruzeiro entrou em campo contra o Goiás, no Serra Dourada. Mas o time de Cuca não pressionou e nem acelerou o jogo – únicas alternativas para vencer uma marcação de seis homens no meio, sendo quatro volantes, e mais três zagueiros.
 
A esperança vinha dos pés de Montillo e Thiago Ribeiro. Desacostumado com o ritmo do futebol brasileiro, o argentino se mostrou exausto mais uma vez. O camisa 10 estreou contra o São Paulo e disputou 13 jogos em 52 dias. Mesmo extenuado, finalizou com perigo, deu passes e fez o cruzamento para o gol contra de Jonilson. Thiago Ribeiro foi mal. Perdeu dois gols cara-a-cara com Harlei. Acertou a trave no primeiro tempo e chutou na lua na etapa final.

O Goiás tinha Rafael Moura perdido na frente e um batalhão que vinha de trás sem saber o que fazer. Finalizou quatro vezes no segundo tempo e uma no segundo. O Goiás, que já foi candidato à série B em outros campeonatos, aparece como favorito ao rebaixamento a 10 rodadas do fim.

A vitória levou o Cruzeiro à vice-liderança do Brasileirão. O time mineiro pode ser 1º colocado depois de dois anos (foi líder na quarta rodada em 2008). Para vencer o Fluminense, terá que jogar mais do que o fez no Serra Dourada.

Na semana que vem, o torcedor cruzeirense poderá comemorar a liderança caso a vitória aconteça em Uberlândia. Mas poderá também celebrar o fato de seu principal jogador ganhar, enfim, uma semana para retomar o fôlego. E voltarão Gilberto e Wellington Paulista, peças-chave para Cuca. O Cruzeiro pode ser líder faltando nove rodadas para acabar o campeonato e antes de atingir o seu auge.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Cara e corpo de Atlético

Como roda a bola o Corinthians de Adilson Batista. No primeiro tempo, por mais de uma vez, o time girou da esquerda para a direita até finalizar de dentro da pequena área. Foi assim que o time paulista fechou a primeira etapa com gol de Paulinho e líder do campeonato.

O Atlético, que não finalizou nenhuma vez no primeiro tempo, voltou com Obina no lugar de Diego Macedo. A mudança trazia muito mais do que um atacante a mais em campo. O Atlético passou a marcar em cima, roubar a bola antes que o meio-de-campo do adversário começasse a fazer o seu jogo. Diego Souza recuava para ajudar na marcação e Renan Oliveira era quem fazia a ligação do contragolpe.

Roubando mais a bola, o volume de jogo do time mineiro cresceu. Os gols saíram em jogadas de escanteio e falta. Só se finaliza assim com treino. Já é a mão de Dorival Jr. na equipe. O gol de Werley, o do empate, foi o primeiro de um zagueiro do Atlético, de cabeça, desde 2 de novembro de 2008 quando Leandro Almeida marcou contra o Botafogo. Zé Luís, sozinho, repetiu a dose após cruzamento de Serginho.

Poderia ter sido mais. Eron, Neto Berola, Diego Souza e Renan Oliveira não deixavam o Corinthians respirar e o jogo no segundo tempo foi disputado em uma metade do campo. O jogo terminou com 10 finalizações atleticanas (todas no segundo tempo), contra 11 do Corinthians (nove na etapa inicial).

A reação do Fluminense em 2009 começou na 28ª rodada, empatando com o Corinthians em casa e chegando aos 22 pontos. O Atlético tem 28 e chega a segunda vitória seguida. Pela primeira vez, o Galo dá mostras que pode se salvar. Esta noite na Arena do Jacaré, o alvinegro teve cara de Fluminense do último brasileiro. O milagre tricolor pode se repetir. Mais do que isso. A vitória teve cara de Atlético.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Gilberto e Wellington Paulista voltam para decidir o campeonato

O primeiro a sentir os desfalques foi o Fluminense que chegou a fazer 13 pontos em 10 jogos quando perdeu Diguinho, Diogo e Emerson. Em conversa com Adilson Batista, na sexta-feira anterior ao jogo contra o Ceará, o treinador se mostrava preocupado com as ausências de Ralf e Elias e como montar o meio-campo da equipe sem os dois. O Cruzeiro chegou a ter, contra o Guarani, sete jogadores considerados reservas em campo.

Em entrevista exclusiva ao blog, Cuca falou sobre as ausências de peças importantes e que pretende contar com Gilberto e Wellington Paulista na partida decisiva contra o Fluminense. Os dois serão funcamentais na reta final e na busca mineira pelo título.

Você perdeu jogadores importantes no seu início de trabalho no Cruzeiro. Qual foi a ausência mais sentida?
Cuca: O Gilberto, sem dúvidas. O último jogo dele foi em julho contra o Fluminense e ele vinha muito bem. Perdi também Marquinos Paraná, Wellington Paulista, mas o Gilberto faz muita falta.

O Cruzeiro tem jogado com Éverton ou Roger na posição. O Gilberto marca melhor que o Roger e avança melhor que o Éverton. É isso?
Cuca: Exatamente. Sua análise está perfeita. Com o Gilberto eu posso compor pela esquerda e o Montillo pelo outro lado. Ele me dá mais opções, deixa o time mais compacto.

O Cruzeiro fez um início de campeonato ruim e precisou jogar no limite para conseguir essa arrancada. Fisicamente, o time sentiu mais que os concorrentes?
Cuca: Sem dúvidas. A Copa do Mundo fez isso. Tivemos que espremer muitos jogos em um período curto de tempo. Nosso time precisava dos resultados e se esforçou muito para conseguir. Não há como não sentir. Isso ficou claro contra o Atlético Paranaense, mas já havia acontecido também contra o Atlético de Goiás e o Santos, no segundo tempo. Os argentinos estavam acostumados com outro ritmo e isso pesou também.

O Wellington Paulista era titular antes de se machucar. Ele se movimenta mais que o Farias. Qual você prefere?
Cuca: O Wellington dá mais opções. Sabe sair da área, é mais rápido, dá opção para o contragolpe. O Farias faz o papel da referência. Referência é referência.

Quais são seus planos para Gilberto e Wellington Paulista nos próximos dias?
Cuca: A intenção já é contar com os dois contra o Fluminense. É um jogo decisivo.

domingo, 3 de outubro de 2010

Qualidade x vontade

Dorival Jr. completou neste sábado, uma semana no Atlético Mineiro. O trabalho foi feito mais nos hoteis e aeroportos do que no campo. Com as viagens para Fortaleza e Goiânia, o treinador tinha pouco a fazer além de dar confiança aos jogadores e agregar novos valores – como Renan Oliveira de um lampejo solitário no gol da vitória. O bom futebol ainda não apareceu, mas a vitória era questão de vida ou morte para as pretensões mineiras. Ou seja, ainda há vida.

Diego Souza, antes tocando para trás e para o lado, foi o melhor jogador em campo no Serra Dourada. Fez o primeiro gol e a jogada do terceiro. Na defesa, Réver se desdobrava para rechaçar as investidas do Dragão. O zagueiro marcou ainda um dos gols mais bonitos do campeonato, em bicicleta plasticamente perfeita aos 30 minutos do segundo tempo.

Além de Réver e Diego Souza, Renan Ribeiro se destacou salvando a equipe duas vezes nos minutos finais. O goleiro não teve culpa na falta muito bem cobrada por Róbston, nem no contragolpe veloz de Anaílson que serviu Juninho nas costas de Filipe Souto para fazer o segundo gol. Os donos da casa tinham o contragolpe a seu feitio em todo o segundo tempo, mas careceram de qualidade para vencer a partida.

O gol de Ricardo Bueno, aos 47 minutos e meio do segundo tempo, foi tão sofrido quanto a reação que precisa vir. O horizonte que o atleticano tenta vislumbrar não vem do gol do bate e rebate, vem da bicicleta de Réver. Pedalando, o Galo tem mais velocidade e maior fôlego para fazer sete vitórias nas onze rodadas que restam. Em outras palavras, vontade não pode faltar ao Atlético e pode levar o time a ganhar jogos, mas vai precisar de mais futebol para a missão dos jogos finais.

Cruzeiro desperdiça chance de ser o grande vencedor da rodada

O jogo entre Cruzeiro e Atlético-PR foi praticamente uma cópia das outras partidas em que a Raposa fez na Arena do Jacaré e encontrou um adversário disposto a se defender a qualquer custo e contra-atacar quase sempre pensando em não gerar um novo contragolpe. Mas o esquema de Carpegiani era mais eficiente que os demais. González marcava Rômulo, Branquinho viajava Pablo, Montillo era seguido por Deivid e Paulinho anulou Thiago Ribeiro.

A forte marcação tirou do Cruzeiro a força de seu lado direito com Thiago, Montillo e Rômulo. Obrigaria Éverton, Henrique e Fabinho a saírem para o jogo e ceder espaço na defesa. Era assim que Branquinho tentava escapar com Bruno Mineiro, mas faltou fôlego ao meia que precisava se preocupar com as descidas do lateral cruzeirense. Pela segunda vez, Montillo mostrou cansaço e criou pouco. Quando saia de Deivid, parava em Neto que fez ótima partida.

Defensivamente, o Furacão esteve perfeito, mas faltou força para contra-atacar. Faltou a Carpegiani lançar Maikon Leite nas costas de Rômulo e não Guérron pela direita e inverter Branquinho deixando Maikon centralizado. Segurar o Cruzeiro em casa é missão das mais difíceis no campeonato e o Atlético mostrou que a arrancada de uma derrota nas últimas treze rodadas é consistente.

Ao time de Cuca sobra lamentação. Antes da rodada ser iniciada, o Cruzeiro era, dos três primeiros, quem tinha o confronto mais difícil. Depois de empates de Fluminense e Corinthians, os mineiros tinham a chance de fazer a diferença e recuperar pontos que não estavam nas contas. Faltava fazer a própria parte que o rubro-negro impediu tão bem.

Seguir no mesmo ritmo dos dois primeiros era, na visão dos otimistas, a lógica do sábado. O Cruzeiro não termina o final de semana como o perdedor da 26ª rodada, mas deixa, sem dúvidas, de ser o grande vencedor.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

A esperança do Atlético vem da calculadora, mas também de exemplos recentes

Com 22 pontos em 26 jogos, o Atlético se apega à calculadora para se salvar do rebaixamento. Nas sete edições disputadas no sistema de pontos corridos, o quinto pior time do campeonato (primeiro a não ser rebaixado a partir de 2004) já precisou de 40, 42, 43, 44,45 e 46 pontos. A conta segura é a de que 46 pontos é o número necessário para se manter na série A. Faltam, pois, oito vitórias atleticanas em 12 rodadas.

Em 2006, a Ponte Preta foi o primeiro clube rebaixado com 39 pontos. O Palmeiras, 16º colocado, teve 44, mas não cairia com 40. Foi o índice mais baixo da zona de rebaixamento. Em todas as edições, apenas duas equipe que somavam 22 pontos ou menos na 26ª rodada não terminaram o Brasileirão entre os quatro últimos: o Fluminense, de Cuca em 2009, e o Figueirense de Adilson Batista em 2005.

O milagre Tricolor do último campeonato teve início na 28ª rodada com o empate diante do Corinthians no Maracanã. Nas 11 rodadas finais foram sete vitórias e quatro empates. Do time que foi goleado pelo Grêmio por 5 a 1 na 25ª rodada para a formação base da reação, Cuca mexeu em oito posições. Saíram Rafael, Ruy, Luís Alberto, Paulo César, Urrutia, Ezequiel González, Kieza e Adeilson.

Adilson Batista explica como fez para tirar o Figueirense, lanterna na 26ª rodada com 22 pontos, em 2005. “Mudei o time. Era a única coisa a se fazer. Tirei Sérgio Manoel, Axel, Alessandro. O início foi difícil. No primeiro tempo da minha estreia, levamos 4 a 0 do Santos e chegamos a 4 x 3 no segundo tempo.” A reação veio com Rodrigo Souto, Marquinhos Paraná, Henrique, Michel Bastos, Edno. Os catarinenses conseguiram 55% de aproveitamento no segundo turno, a partir da chegada do treinador. Na 38ª rodada, o Figueira somava 44 pontos e era 17º lugar em um campeonato de 22 equipes.

Em ambos os casos, mudar o time foi fundamental para encontrar o futebol, mas nos exemplos anteriores os treinadores tiveram tempo maior do que Dorival Jr. Cuca estreou na 23ª rodada, Adilson na 21ª e Dorival na 25ª. O Atlético da estreia de Dorival, contra o Grêmio, teve cinco mudanças em relação ao que empatou com o Ceará.

Mexer na equipe foi o que Luxemburgo mais fez no período em que dirigiu o Galo – que só foi repetido uma vez, entre a 3ª e a 4ª rodada. Para a esperança matemática se tornar real, encontrar o time é a única saída. Ainda que seja faltando 12 jogos e precisando de oito vitórias.

Em 2007, sob o comando de Emerson Leão, o Atlético conseguiu reação nas rodadas finais. Em 10 jogos, venceu seis e empatou quatro após ter perdido para o Flamengo entrado na zona de rebaixamento pela terceira vez no campeonato. Aquele time, no entanto, era melhor. Somava 32 pontos em 26 jogos – 10 a mais que na edição atual.