segunda-feira, 29 de março de 2010

Possível Atlético x Cruzeiro na final é melhor para a Raposa.

Antes que se pense o contrário, o objetivo não é menosprezar os adversários de Atlético e Cruzeiro até a final do campeonato mineiro. A intenção é somente tentar imaginar um quadro possível para a decisão do estadual.

Em abril, o campeonato mineiro terá cinco datas. Quartas e semifinais além da primeira partida da decisão. Durante o mês, o Cruzeiro joga pela Libertadores apenas no dia 15 de abril contra o Colo Colo no Chile e, avançando às oitavas-de-final, joga duas semanas depois contra adversário desconhecido.

Também em abril, o Atlético precisará jogar as oitavas-de-final da Copa do Brasil contra Sport ou Paraná (nos dias 14 e 21) e depois contra Santos ou Fortaleza - em 28 de abril e 5 de maio.

Se o clássico acontecesse na semifinal do Estadual, o Cruzeiro teria uma sequência de Atlético, Colo Colo em Santiago e novamente o rival. Na decisão, intercala-se a primeira partida das oitavas-de-final da competição sul-americana. Antes da primeira partida da final, a Raposa terá uma semana inteira para se preparar.

O Atlético estaria envolvido nos confrontos contra Sport ou Paraná caso o encontro com o rival se desse na semifinal. Na fase seguinte, a equipe de Vanderlei Luxemburgo poderá ter que dividir atenção entre Cruzeiro e Santos e a primeira partida da final acontece logo três dias depois das oitavas da Copa do Brasil.

Seria melhor para o Atlético não precisar se preocupar com o rival enquanto enfrenta o Santos. Além disso o jogo contra o Colo Colo pode ser mais cansativo para a Raposa do que as oitavas da Libertadores. Se um clássico é decidido em detalhes, o Cruzeiro pode estar saindo na frente.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Atlético x Cruzeiro fora do Mineirão na semifinal.

Depois do empate entre Atlético e América-TO, os confrontos do mata-mata do campeonato mineiro ficaram bem próximos de uma definição: o Cruzeiro, garantido em primeiro (a não ser que perca os pontos no STJD no caso Wellington Paulista) enfrenta, com o time reserva, o Democrata. O Ipatinga enfrenta o Villa Nova no Vale do Aço e o Atlético pega o lanterna Ituiutaba.

Com vitórias de Democrata, Ipatinga e Atlético, o clube da capital termina a primeira fase em quarto lugar, forçando um clássico com o Cruzeiro na semifinal. Em abril, o Mineirão receberá o show de Axé no final de semana exatamente da primeira data prevista para a semifinal.

Com o Independência em obras, Belo Horizonte não poderá receber o maior jogo do Estado – caso se confirme a projeção. A opção de Atlético e Cruzeiro, em 2005, quando o mesmo problema aconteceu, foi jogar no Ipatingão. O estádio passou por reformas e foi liberado no último final de semana. Tem, hoje, capacidade para 11.120 torcedores.

O administrador do estádio, Douglas Xavier, informa que alterações estão sendo feitas para, no início de abril, o Ipatingão ter capacidade acima de 20 mil torcedores – inclusive em jogos com duas torcidas.

Vale a informação: Atlético e Cruzeiro precisarão jogar fora do maior estádio de Minas Gerais caso se enfrentem antes da final. E as críticas? Ficam a seu critério, raro leitor.

O que Adilson Batista não vê. Ou finge que não vê.

Depois da vitória por 2 a 1 sobre o fraco América-TO no sábado, os jogadores culparam a morosidade da equipe, especialmente no primeiro tempo, para o futebol ruim. Adilson Batista preferiu enfatizar que os jornalistas não conhecem o que se passa dentro de um vestiário e o futebol era daquele jeito mesmo. Depois dos 2 a 0 contra o Deportivo Itália, novamente uma partida aquém da qualidade do time, o treinador relevou os problemas da equipe novamente.

Pode ser pura tática de Adilson para blindar a equipe e não expor as evidentes dificuldades de penetração nas defesas rivais, os problemas de cobertura pelos lados e o desempenho ruim de jogadores importantes como Marquinhos Paraná e Gilberto na temporada. Pode ser.

O outro lado é o que parece menos provável: o treinador não ter percebido ainda o que o Cruzeiro deixa claro para todos – ou não ter entendido como fazer a equipe voltar a jogar bem.

De uma maneira ou de outra, semana que vem, contra o Vélez Sarsfield, o Cruzeiro faz seu teste de fogo em 2010. O futebol apresentado até aqui é suficiente para vencer os argentinos? Adilson Batista pensa que sim. Vamos aguardar.

quarta-feira, 17 de março de 2010

A camisa rosa: controversa no Atlético, histórica mundo afora.

A camisa rosa de treino do Atlético causa controvérsia em Belo Horizonte pela óbvia e primária relação entre a cor e o universo feminino. No entanto, a tonalidade é ou já foi usada por diversos clubes mundo afora, fazendo parte de suas respectivas histórias, inclusive um no Brasil.

Confira os principais exemplos:

Juventus (Itália) - usava camisas com listras rosa e pretas até o início do século XX quando um entusiasta que havia vivido em Turim foi à Inglaterra e prometeu encomendar novos uniformes para o clube. Na fotografia mostrada ao dono da indústria têxtil, o rosa parecia mais um branco manchado ou desbotado. Fez-se então camisa com listras alvinegras, o que não agradou aos dirigentes e jogadores da Juve quando foram exibidas. Sem outra escolha, adotou-se o uniforme que deu sorte: dois anos depois, em 1905, o clube conquistou seu primeiro scuddetto.

Palermo (Itália) – o clube foi fundado em 1900, se chamava Anglo Panormitan Athletic and Football Club e as cores eram o vermelho e o azul. Sete anos depois, mudou-se o nome para Palermo Football Club e o rosa e preto foi adotado. O clube é conhecido como rosanero.

Sport Boys (Peru) – fundado em 1923, o clube peruano teve seu primeiro uniforme listrado vermelho e amarelo, mas no mesmo ano divergências quanto às cores fizeram os fundadores mudarem de ideia: o rosa foi adotado e virou marca da equipe que já foi campeã nacional seis vezes.

Rio Branco (Campos dos Goytacazes-RJ) – o clube carioca adota a cor desde sua fundação. O motivo é remeter aos rostos corados dos fundadores, garotos entre 13 e 15 anos, filhos de famílias tradicionais da cidade.

Vitória de Setúbal (Portugal) – o rosa não caiu bem para os portugueses. Em 2008, o clube alviverde utilizou camisas rosas no segundo tempo do amistoso contra o Trofense. A reação contrária da torcida foi imediata e a direção entendeu que os torcedores estavam certos. Não só aboliu a camisa rosa e pediu desculpas como também pediu para que os torcedores devolvessem duas camisas que foram arremessadas por jogadores à arquibancada ao final do jogo para serem trocadas pela “nova camisola oficial, em definitivo”.

E você? Conhece mais algum caso interessante sobre camisas rosas?

segunda-feira, 15 de março de 2010

Milan e Inter: diferença de um ponto. É pouco?

Nunca a distância da Inter para o Milan foi tão pequena na temporada atual. Depois da derrota da equipe de José Mourinho para o Catania (15º) e da vitória do time de Leonardo sobre o Chievo (13º), o campeonato está a dez rodadas do fim e um ponto separa os rivais.

No início, quando a Inter era soberana e o Milan dava sinais de ter encontrado uma péssima solução para a saída de Carlo Ancelotti, a distância entre os dois chegou a ser abismal: depois de dez rodadas a Inter, líder, somava 25 pontos dos 30 possíveis. O Milan tinha, no mesmo período, 16. Um havia marcado 26 gols e sofrido 9, o outro contava com 10 gols a favor e 11 contra.

Estava claro que mais do que melhorar muito, o Milan precisaria contar com uma queda vertiginosa da tetracampeã. A combinação veio justamente nas seis últimas rodadas: 16 pontos para Ronaldinho e cia. contra sete do time defendido por Júlio César.

Se passar pelo Chelsea na Liga dos Campeões, a Inter vai olhar mais para a competição continental e pode seguir vacilando contra os pequenos. Além disso, enfrenta Palermo, Roma e Juventus – terceiro, quarto e quinto colocados – e ainda a Fiorentina que vem mal na tabela, mas mostrou força contra o Bayern. São quatro adversários perigosos em 10 rodadas e apenas a Juventus no San Siro.

O Milan tem pela frente Palermo, Fiorentina e Juventus – apenas o Palermo fora de casa. O grande problema do clube rossonero tem sido justamente os jogos contra grandes. Perdeu quatro vezes na competição, duas para Inter, além de ter sido facilmente dominado pelo Manchester na UCL.

A impressão que dá é que para vencer, o jogo que seja, o Milan precisa jogar o seu máximo e a Inter não. Os grandes parecem assustar mais o time rubro-negro do que o rival e o vacilo da Inter é fruto, até aqui, de um mês ruim.

Para o Milan vencer o campeonato precisa torcer por sucesso de seu maior rival no mata-mata europeu e ainda superar seus problemas de confrontos importantes. A diferença é de apenas um ponto. A Inter ainda é franca favorita ou é possível acreditar em reviravolta?

domingo, 14 de março de 2010

Renan Oliveira viveu sua carreira contra a Caldense.

Tudo bem que o adversário era a Caldense, fraquíssima equipe de Poços de Caldas, mas Renan Oliveira fez uma partida emblemática: jogou mal os primeiros 40 minutos, depois acordou, fez um gol, participou de outros dois e foi substituído ovacionado pelo torcedor que ainda acredita no seu potencial. Renan, de 20 anos, viveu em 65 minutos tudo que sua carreira no Atlético foi até hoje.

O caso de Renan é o típico exemplo da promessa que ainda não se encontrou. Tecnicamente é muito bom, indiscutivelmente. O que o garoto definitivamente não tem é o direito de se desligar do jogo. Até teria, se fosse ótimo como Riquelme ou Alex – só para comprar com jogadores de características e movimentação parecidas. Renan Oliveira não é ótimo como os dois, não tem a capacidade para decidir a qualquer momento. Para ser tão bom quanto a maioria sabe que ele pode ser, precisará de mais esforço e tranquilidade.

Tranquilidade que sobrou no segundo tempo, após o gol. Esforço para superar marcações cada vez mais pesadas à medida que seu futebol crescer. Hoje, Renan Oliveira é bom, tem qualidades para ser bem melhor, precisa de esforço para ser o craque que disseram que ele pode vir a ser. Duas coisas não lhe faltam: técnica e tempo. Afinal, Alex foi “Alexotan” 25 anos quando se firmou no Cruzeiro. Sem querer comparar, Renan precisa o mesmo que conseguiu Alex com Vanderlei Luxemburgo no Cruzeiro: acordar.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Cruzeiro: quase o mesmo time e novos problemas.

Já são quase 190 jogos de Adilson Batista a frente do Cruzeiro. Aconteceu e irá acontecer da equipe atuar bem ou mal, como é próprio do esporte. A partida contra o Deportivo Itália foi, no entanto, uma das piores do time celeste nos últimos anos. Mal assim, o Cruzeiro atuou pela última vez contra o Atlético-PR, em agosto.

Em 2010, ainda sem contar com Fabrício, Adilson tenta liberar mais Jonathan para atuar pelo meio, jogando ora com Henrique, ora com Pedro Ken. Com Fabrício no time, Henrique não sai tanto, Jonathan joga pelo lado aproveitando melhor sua velocidade e explosão física. O time cresce em saída de bola e velocidade.

Pela esquerda, Diego Renan está mais solitário que esteve na temporada anterior – seja na defesa ou no ataque. Os dois gols venezuelanos foram marcados no setor. Pela direita a cobertura já é definida a mais tempo. Seja Diego, seja Gilberto quem vá atuar por ali durante a temporada, fica evidente o problema: os laterais sobem, os volantes devem cobrir, falta gente para recompor no meio.

O jogo ruim contra o Deportivo Itália evidencia problemas que já haviam aparecido contra Atlético e Colo Colo, mas que Adilson tentou minimizar. O empate contra um adversário bem mais fraco tecnicamente deve trazer reavaliação – e deve ser rápida. Restam 9 pontos em disputa na Libertadores e o Cruzeiro precisa de pelo menos sete.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Os absurdos do campeonato mineiro.

O absurdo do campeonato poderia ser oito times se classificando entre os 12 que disputam a competição. Poderia ser o baixo nível técnico – segue a pergunta: que jogador ou técnico o interior revelou nos últimos anos, a exceção do hiato Ipatinga? O absurdo poderia ser a fraca arbitragem que mostra cartão por pura falta de qualidade.

Poderia ser tudo isso, e é. Mas como se não bastasse, o interior de Minas Gerais é pobre em campos minimamente decentes para se praticar futebol profissional. Ou Nova Lima, Ituiutaba e Teófilo Otoni possuem locais adequados para se jogar?

Alagamento de campo, como se viu nesta quarta-feira no jogo entre América-TO e Atlético, é passível de acontecer em qualquer praça dependendo da intensidade das chuvas – vide Atlético x Corinthians no Mineirão, em dezembro. A questão é: Teófilo Otoni tem condições de receber um time profissional mesmo sem chuva? Para a federação mineira sim.

Diego Tardelli saiu de campo contundido, assim como ocorreu com Fábio Santos, volante do Cruzeiro em 2005, que precisou passar por cirurgia no joelho após pisar em um dos muitos buracos do estádio do Guarani de Divinópolis.

O Villa Nova manda seus jogos no tradicional Castor Cifuentes. Tão tradicional que nada muda no “Alçapão do Bonfim”. O Villa é um clube centenário e que até hoje não tem um lugar onde a bola role durante os jogos.

Em uma competição cheia de absurdos, talvez a alegria dos torcedores do interior - que podem ver os grandes clubes do Estado uma vez por ano em sua cidade - valha a pena. Não vale: 10 mil pessoas em Uberlândia, maior cidade do interior mineiro, para acompanhar o time local contra o Atlético. Em Ituiutaba foram 1.800 ver o Cruzeiro jogar e é certo: em Juiz de Fora, no final de semana, o time de Adilson não atrairá lotação máxima.

Enquanto se discute os absurdos em Minas, o mesmo é (ou deveria) ser feito no Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Paraná e até São Paulo, onde é preciso jogar 19 vezes na primeira fase.

Poderíamos ter um campeonato brasileiro começando mais cedo (sem a necessidade de espremer 15 jogos nos meses de junho e julho), a Copa do Brasil poderia durar o ano inteiro, ter a participação de todos os times das séries A e B e terminar em dezembro com “as finais que o Brasileiro tanto gosta” como alguns tentam vender. E os Estaduais? Já que não temos campo para jogar, já que tecnicamente não acrescenta e já que o interior não liga tanto, talvez não seja um grande absurdo que deixem de existir.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Santos: o melhor time de São Paulo.

O Santos ganhou mais uma. Ganhou muito bem, apesar do pênalti perdido e de não ter sido superior ao Corinthians quando teve dois jogadores a mais, mas o primeiro tempo foi incontestável.

A nona vitória seguida da equipe, com grandes atuações contra São Paulo e Corinthians, aponta o Peixe como melhor time do campeonato. Justo. A pergunta é: o que acontece para o Santos ser superior no Paulistão? Acontece a seriedade com que a competição é encarada.

São Paulo e Corinthians olham para a primeira fase e dão de ombros, afinal têm a Libertadores para disputar e poupam jogadores no campeonato regional. O Palmeiras passa por problemas políticos e reformulação dentro de campo: demanda tempo, paciência e reforços para que esteja preparado. O que faz Dorival Júnior enquanto isso? Dá cara, corpo, entrosamento, ritmo e força aos seus comandados. Quando joga mal, o Santos vence os adversários mais fracos, quando vai bem, como foi nos clássicos, é absolutamente superior ao adversário.

Enquanto o Santos dá mostras de conjunto e de que pode ser ainda mais forte, os adversários vacilam. Mano Menezes muda a forma da equipe jogar saindo do 4-2-1-3 para o 4-2-2-2. Ainda sem conjunto, o time se mostra preso. O São Paulo tem problema parecido: ainda carece de adaptação ao 4-4-2 depois de oito anos atuando com três zagueiros.

Melhor time do campeonato paulista, o time de Neymar & cia. é credenciado ao título. Mais do que isso. É hoje, o único time pronto em São Paulo.