terça-feira, 31 de março de 2009

A defesa do Atlético é confiável?

O ano começou com quatro gols no primeiro jogo. Nos seis jogos seguintes mais seis gols. Depois do segundo clássico da temporada, a defesa do Atlético sofreu apenas três em oito partidas. Evolução? Ao que parece sim.

A defesa vem se mostrando mais consistente com o maior entrosamento dos que chegaram. Do goleiro a Carlos Alberto – último homem específico de marcação – foram quatro mudanças em oito posições. Juninho também demonstra estar mais seguro do que no início da temporada. Desde a falha no segundo gol do Cruzeiro, na derrota por 2 a 1, o goleiro salvou bolas importantes nas últimas quatro vitórias, todas por um gol de diferença.

Emerson Leão tem utilizado, desde a partida contra o Villa Nova, Werley improvisado na lateral-direita. Embora o zagueiro saia apenas eventualmente para o ataque, sua função parece ser proteger mais o sistema defensivo para liberar Júnior ao ataque. O camisa 6 marcou dois gols em três jogos. O Atlético perde, com a saída de Marcos Rocha do time titular, variação de jogadas e velocidade. Ganha na defesa.

O que preocupa ainda é o fato de seis dos 13 gols sofridos na temporada terem sido marcados pelo único time realmente forte que o Galo enfrentou – o Cruzeiro. Como o campeonato mineiro é muito fraco tecnicamente, é difícil prever se a defesa terá um bom desempenho no campeonato brasileiro. O que se pode fazer é comparar. Ano passado, nos 15 primeiros jogos na temporada, o Atlético havia sofrido 11 gols. Na seqüência, a equipe de Geninho desandou, foram 11 gols em seis partidas.

O time é mais sólido e confiável do que o de 2008, tem também melhores valores individuais. Faltam testes maiores para sabermos se, nesta temporada, o torcedor vai ter motivos para ter dores de cabeça com a defesa do Galo.

segunda-feira, 30 de março de 2009

O Brasil inconstante e que não evolui: os problemas de Dunga.

Já foi dito nesse blog que a minha preocupação com o Brasil é o fato da seleção não evoluir. Na Copa América, nas Olimpíadas e entre os jogos com Canadá e Argentina, no meio do ano passado, Dunga teve mais de um mês para trabalhar a equipe, e não se viu melhora alguma da primeira para a última partida – a exceção da final da Copa América, um hiato frente a Argentina.

Não acho justo cobrar bom futebol quando o time se reúne e faz dois ou três treinos antes de uma partida. Não há tempo para se formar um conjunto e se definir como um time. Mas, a inconstância do Brasil, em jogos de eliminatórias e amistosos, é absurda. A equipe fez grandes jogos contra Portugal, Itália e Chile, e foi facilmente anulada contra Colômbia, Bolívia e Equador.

É bom ressaltar que Portugal e Itália passam por má fase e, apesar da qualidade individual de seus jogadores, vêm de péssimos resultados. Portugal ganhou um dos cinco jogos nas eliminatórias européias e antes de vir à Brasília havia empatado com a Albânia, em casa. A Itália venceu Montenegro com dificuldade nas duas últimas rodadas.

O time de Dunga tem qualidades. Sabe usar muito bem os contra-ataques, principalmente. A questão é que na primeira fase da Copa do Mundo, os adversários vão jogar fechados, assim como Bolívia e Equador. Lembrando, a seleção não mostra evolução e não mostra solidez. Os três primeiros jogos podem ser complicados se a seleção mostrar o mesmo futebol que apresentou contra os times que se fecham. Problemas à vista para o Brasil, resta saber se vai caber a Dunga resolve-los.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Atlético líder e Cruzeiro 7 vezes: em 2004.

Faz cinco anos que o Atlético terminou o campeonato mineiro na primeira colocação pela última vez. Ficou um ponto a frente do América e dois do Cruzeiro. Enfrentou a Caldense nas semifinais (venceu por 6x1 em dois jogos) enquanto o Cruzeiro pegou o América. Na decisão, vitória da Raposa por 3 a 2 no placar agregado.

Também em 2004, o Cruzeiro marcou, pela última vez, sete gols em uma partida (o último 7x0 foi contra o Bahia pelo brasileiro de 2003): 7x1 contra o Mamoré, em Patos de Minas. O jogo marcou a última vitória de Luxemburgo e Rivaldo no Cruzeiro. Na partida seguinte, empate com o Uberaba por 0 a 0 no Mineirão e dois dias depois a crise que abalou o grupo. Errata: foi a última vez que o Cruzeiro fez 7 gols pelo Mineiro. Em 2005 o Cruzeiro marcou sete gols contra Baraúnas e Sergipe.

Confira a classificação do campeonato mineiro de 2004 e a ficha técnica de Mamoré x Cruzeiro.


MAMORÉ 1 x 7 CRUZEIRO

Motivo: 6ª rodada do Campeonato Mineiro
Data: 21/2/2004
Local: Estádio Waldomiro Pereira, em Patos de Minas (MG)
Público: 4.419 pagantes
Renda: não divulgada
Árbitro: Sérgio Luiz Avelino
Gols: Rivaldo, aos 36 min, Alex, aos 39 min do primeiro tempo; Wendell, aos 12 min, Rivaldo aos 17 min, Lima, aos 28 min, Edmílson, aos 34 min, Alex, aos 35 e aos 41 min, do segundo tempo.

Mamoré
Paulo Sérgio; Da Silva, Mauro, Érlon e Paulo Magno (Rezende); Róbson, Tarcísio, Pael (Ranon) e Daniel, Edmílson e William César.
Técnico: Pery Luxemburgo

Cruzeiro
Gomes, Maurinho, Cris (Marcelo Batatais), Edu Dracena e Sandro; Maldonado (Martinez), Recife, Wendell e Alex; Rivaldo e Guilherme (Lima).
Técnico: Vanderlei Luxemburgo
Cartões amarelos: Mauro (Mamoré); Cris, Maldonado, Lima (Cruzeiro)

O Atlético de Júnior e o Cruzeiro de Bernardo.

Por motivos distintos é difícil analisar o futebol de Atlético e Cruzeiro na última rodada do campeonato mineiro. O Galo tentou jogar em um campo apertado e pesado, praticamente impossibilitando que os jogadores mostrassem qualquer coisa além de vontade. No jogo do Mineirão, o time de Adilson Batitsta encontrou um adversário que, além da fraqueza habitual das equipes do interior de Minas, ainda se mostrou desmotivado e desconcentrado.

O que se pode tirar de bom dos jogos das duas últimas rodadas foram as boas apresentações de Júnior e Bernardo. O atleticano mostra que é uma importante arma ofensiva, tem qualidade de lançar, fazer cruzamentos e tem aparecido também fazendo gols, mostrando que pode ser uma peça interessante como elemento surpresa, como foi no gol de empate contra o Ituiutaba em uma jogada que já havia acontecido anteriormente. A qualidade conhecida do lateral tem sido aliada a um bom preparo físico e eficiente sistema de cobertura.

Bernardo mostrou personalidade, driblou, chamou o jogo, esteve à vontade e participou de quatro gols: deu duas assistências e sofreu dois penaltis. Apareceu melhor que Gérson Magrão e Camilo, as outras alternativas para a armação na ausência de Wagner.

Faltam ainda testes mais difíceis tanto para Bernardo provar que pode ser um grande jogador, quanto para Júnior mostrar que ainda pode jogar de forma competitiva. Um com 18 e outro com 35 anos, os dois parecem no caminho certo.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Campeonato mineiro: a cada três torcedores, dois pagam a conta.

Os números estão no site da Federação Mineira de Futebol para quem quiser ver. No meio de tantas acusações feitas por Alexandre Kalil depois do jogo contra o Cruzeiro, uma passou quase desapercebida: o Atlético ficou com menos de 800 reais de uma renda bruta de 61.830,00 no jogo contra o Uberaba.

São tantas contas que as equipes têm que pagar em cada partida que elas chegam a ser divididas em três categorias. As equipes do interior, muitas vezes, têm prejuízo em todos os jogos como mandantes na primeira fase, exceto quando enfrentam Atlético e Cruzeiro. A renda "salva" o campeonato inteiro.

O Social, por exemplo, teve um prejuízo de 20 mil ao longo do torneio, mas o jogo que fez contra o Atlético na segunda rodada, possibilitou ao time de Fabriciano terminar com um lucro de mais de 28 mil.

As contas mais caras são de 10% da renda bruta que vai para a Federação, cerca de 6% de remuneração do quadro móvel (depende do número de pessoas destinadas pelo clube a trabalhar no jogo) 5% de INSS e, eventualmente, uma porcentagem da renda é penhorada para pagar dívidas. No caso do Atlético, 15% da renda líquida, o que resta depois de pagas todas as despesas.A média, entre as equipes, é de 30 a 40% da renda total ficar para o clube mandante, como lucro.
Confira abaixo, o público, a média de público, o total da renda, o lucro e a porcentagem que restou para cada equipe nas 10 rodadas disputadas do campeonato.

AMÉRICA: público: 4.121 (1374)
Renda: 32.045,00
Lucro:110.652,97 (345%)
no caso do América, a renda dos clássicos é dividida, apesar de Cruzeiro e Atlético contarem com praticamente 90% do público no estádio. A renda corresponde só aos jogos no Independência.

ATLÉTICO: público: 163.157 (26.945)
Renda: 2.091.741,50
Lucro: 598.650,85 (29%)

CRUZEIRO: público: 104.386 (17.398)
Renda: 1.777.886,50
Lucro: 798.466,69 (45%)
O Cruzeiro tem o ingresso, em média, mais caro entre os 12 times e teve um lucro considerável no clássico contra o Atlético por ter vencido ficou com 20% a mais da renda.

DEMOCRATA: público: 17.552 (3510)
Renda: 184.557,50
Lucro: Zero (tem as rendas penhoradas, segundo a Federação)

GUARANI: público: 10.826 (2.057)
Renda: 135.557,50
Lucro: 43.770,43 (32%)

ITUIUTABA: público: 5.768 (1.154)

Renda: 42.897,00
Lucro: -28.699,94
O Ituiutaba ainda tem o jogo de hoje contra o Atlético para não terminar no vermelho.

RIO BRANCO: público: 12.475 (2.495)
Renda:128.155,00
Lucro: 45.046,54 (35%)

SOCIAL: público: 8.845 (1.769)
Renda: 99.245,00
Lucro: 28.239,25 (28%)

TUPI: público: 13.669 (2.734)
Renda: 23.407,50
Lucro: 8001,54 (34%)

UBERABA: público: 25.622 (4.270)
Renda: 204.526,00
Lucro: 62.577,38 (31%)

UBERLÂNDIA: público: 31.233 (6.247)
Renda: 389.436,00
Lucro: 143.896,52 (37%)

VILA NOVA: público: 5.660 (1.132)
Renda: 54.015,00
Lucro: -15. 989,72 Teve um prejuízo de 30% do total da renda que arrecadou. Ainda falta o jogo contra o Social.

O declínio de Ramires é a ascensão física dos adversários

Ramires não está em má fase e nem acho que venha jogando mal. O que está acontecendo com o camisa 8 do Cruzeiro é que os adversários enfim estão chegando em um ponto competitivo do ponto-de-vista físico, fator que incomoda menos a Ramires no início da temporada.

A cerca de um mês e meio, no post "O melhor do Brasil" eu já havia alertado para o equilíbrio de forças que aconteceria quando os outros jogadores estivessem com melhor condicionamento físico. A grande virtude de Ramires é a vitalidade e ele a usa muito bem no início do ano.

Em 2008, o meio campista foi o terceiro artilheiro do Cruzeiro com 15 gols marcados, seis deles até o mês de abril. Ramires continua sendo um jogador dificílimo de marcar por estar em todas as partes do campo, mas agora, os adversários conseguem, pelo menos, acompanhá-lo.

Campeões brasileiros?

Quem ganha com o pedido de reconhecimento do título brasileiro os que conquistaram a Taça Brasil e o Robertão? Na minha opinião, ninguém. Nem mesmo os clubes que fizeram o requerimento e por uma razão muito simples: título é algo que deve ser comemorado. A torcida do Santos vibrará mais com o título paulista do que se acordar um dia com cinco brasileiros a mais, o mesmo serve para os outros.
A começar pelo fato da Taça Brasil ter sido disputada em condições semelhantes a Copa do Brasil o processo não faz sentido algum. É melhor para a história das entidades ter em seu currículo títulos importantes e legítimos na década de 60 do que ter conquistadas vistas com más olhos por grande parte dos próprios torcedores.

segunda-feira, 23 de março de 2009

O incrível Barcelona.

São 28 rodadas disputadas do campeonato espanhol e mais impressionante que os 69 pontos conquistados e 82% de aproveitamento são os 84 gols que fez e os 24 que sofreu. Somente o saldo de gols do Barcelona, 60, é o suficiente para ser o segundo melhor ataque da competição, ficando seis gols apenas atrás do total que marcou o Real Madrid.

Depois de conseguir um ponto nas duas primeiras rodadas, o time catalão voltou a tropeçar na 12ª, venceu as 10 rodadas seguintes até vir o pior momento na temporada quando empatou com o Bétis e perdeu para Espanyol e Atlético de Madri. E foi só. A diferença para o Real só não é superior a seis pontos porque a equipe da capital também vem em boa fase, venceu 13 dos últimos 14 jogos.

O Barça joga com três atacantes, dois meias e um lateral que apóia muito ao ataque. São seis jogadores com possibilidades de definir um lance. Henry aberto pela esquerda, Messi pela direita e Eto’o no centro. Do meio vêm Xavi, em sua melhor fase na carreira, e Iniesta. Auxiliando Messi, Dani Alves. Yaya Touré, Abdial, Puyol e Cáceres (ora joga Rafa Marques ou Pique) praticamente só defendem. Dos 84 gols, média de três por partida, 54 foram marcados por Eto'o, 25, Messi, 19, e Henry, 15. Como comparação, o artilheiro do Real Madrid, é Higuaín, que marcou o mesmo número de vezes que Henry.

O Barcelona tem ainda a melhor defesa da competição, com média inferior a um gol sofrido por partida, e pode-se usar o chavão “o ataque é a melhor defesa”. Os adversários ficam espremidos no campo de defesa e não têm forças para pressionar a equipe azul grená.

Em um campeonato de nível técnico inferior ao da Inglaterra, por exemplo, o Barcelona dá show. É esperar o confronto com o Bayern e depois os ingleses pela Liga dos Campeões para conferir se o esquema funciona também contra os maiores do continente. Se for pra apostar, eu aposto que sim.

sexta-feira, 20 de março de 2009

O ingresso caro mais barato do Brasil.

Torcedores que não têm condições ou que admitem o boicote. Seja qual for a razão, o público pequeno do Cruzeiro no campeonato mineiro se alastrou para a Libertadores. Menos de 15 mil pessoas pagaram para assistir ao jogo contra o Universitário de Sucre. A reclamação da torcida é o preço dos ingressos, muito elevado no entendimento deles.

Ver os jogos da Raposa no Mineirão pode até ser caro, mas é o mais barato em jogos da Libertadores, entre os clubes brasileiros. Confira o valor cobrado nas primeiras rodadas da competição:

Sport x LDU: variação entre 50 e 180 reais.

Palmeiras x Colo Colo: variação entre 40 e 120 reais.

Grêmio x Universidade do Chile: variação entre 40 e 100 reais.

São Paulo x Independiente Medellín: variação entre 40 e 80 reais.

Cruzeiro x Estudiantes e Universitário de Sucre: variação entre 10 e 60 reais.

Esses valores correspondem aos preços cobrados nas bilheterias. Assistir futebol no estádio está mais caro, mas os clubes se organizaram, é bom que aqueles que não querem ver o jogo pela TV façam o mesmo para ter o custo reduzido. As cinco agremiações têm programas de fidelização para o torcedor pagar mais barato, até a metade, em qualquer setor.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Júnior Carioca: o problema não é indicação, é função.

Júnior Carioca vai ser titular do Atlético contra o Villa Nova, no final de semana. A partida dificilmente vai fazer o volante ganhar a posição de Renan, suspenso. A fragilidade do adversário que vai poupar vários jogadores não deve representar um teste importante para o jogador, preferido pela torcida.

A opção do técnico Emerson Leão por escalar Renan não vem da indicação ou não que o ex-são paulino teve do treinador, o que não aconteceu com seu concorrente. Renan marca melhor do que Júnior Carioca e é mais eficiente na cobertura dos laterais, principalmente do lado esquerdo.

Contra Peñarol e América, Leão optou por Thiago Feltri e Júnior Carioca. Thiago marca bem, mas a saída de bola e armação do Atlético não é tão boa, por isso precisava de alguém no meio para fazer o time jogar, daí a importância de ter Júnior Carioca na equipe. A partir do jogo contra o Tupi, entraram Júnior e Renan. Júnior é uma arma ofensiva bem mais forte do que Thiago Feltri. Cruza bem, lança, cadencia ou acelera o jogo, de acordo com a necessidade. Com o pentacampeão como titular, a equipe precisa mais de um marcador do que de um volante que tenha boa saída e daí a poção por Renan.

A dupla Júnior e Renan funciona melhor que Thiago e Júnior Carioca, mas os quatro são alternativas interessantes para Leão, levando-se em conta que o campeonato brasileiro tem 38 rodadas e os reservas têm papel fundamental no resultado final da equipe na competição.

Neymar ainda não é craque, mas já é útil.

Neymar foi o nome da noite em sua primeira partida completa na Vila Belmiro. Desinibido, não teve medo de arriscar, mostrou um futebol empolgante, envolvente e, acima de tudo, útil. Mais, inclusive, do que Roni que municia menos Kleber Pereira do que o jovem o fez.

Para o clássico contra o Corinthians no final de semana, o técnico Wagner Mancini vai ter que optar entre a experiência de Roni, do qual o treinador sabe tudo o que pode acontecer, ou apostar que Neymar tem condições de fazer contra uma grande equipe o que fez contra o fraco Rio Branco.

A movimentação pelos lados do campo servindo aos companheiros e entrando na área em diagonal para finalizar mostrou a Mancini que além de poder ter um futuro craque à sua disposição, tem, agora, um jogador que já pode ajudar o Santos a vencer os jogos.

É evidente que
qualquer comparação com Robinho não deve ir além do biotipo, mas torcida, comissão técnica e imprensa não precisam ter medo de admitir que Neymar pode ajudar sua equipe dando assistências, participando de jogadas, marcando gols decisivos . É cedo para ser craque, não para ser útil. Vai oscilar como qualquer jovem promessa e vai encantar como todos os grandes jogadores.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Vantagem na próxima fase do Mineiro pode não existir.

A vantagem de jogar a segunda partida em casa, pelo menos nas quartas-de-final do campeonato mineiro, está muito próxima de não existir. Antes de iniciar a competição, os clubes definiram onde jogariam na fase final. Foram vetados os estádios com capacidade inferior a 10 mil pessoas.

O Ituiutaba, que pode ser líder, ou pelo menos terminar em segundo, se vencer os dois jogos restantes da primeira fase, não vai ter o “fator Fazendinha”. Escolheu Parque do Sabiá, Uberabão e Mineirão. O Democrata optou por Ipatingão e Mineirão. O Rio Branco escolheu jogar também em Belo Horizonte ou em Varginha, no Estádio Municipal Prefeito Dilzon Melo, o Melão. Cruzeiro, Atlético e América (o Independência já está fechado para obras) têm o maior estádio na capital. Uberlândia, Tupi e Uberaba têm suas praças próprias, Parque do Sabiá, Mário Helênio e Uberabão, respectivamente.

Caso esses três últimos terminem a fase de classificação abaixo da quarta posição, ninguém terá a vantagem de fazer o segundo jogo no seu estádio ou ainda, na sua cidade. Além deles, Cruzeiro, Atlético, América teriam esse direito, mas o famoso show de axé que sempre acontece no início de abril em Belo Horizonte, desta vez, vai acabar com a vantagem de Cruzeiro e Atlético de jogar em casa a segunda partida das quartas-de-final e, sem o Independência, terão de procurar outro campo, fora da capital.

O show já tirou uma semifinal entre Atlético e Cruzeiro e ainda um decisivo Cruzeiro x San Lorenzo do estádio. A Federação Mineira informou que não há possibilidade de inversão de mando.

terça-feira, 17 de março de 2009

O porquê de poupar jogadores.

O técnico Adilson Batista tem sido contestado por variar muito a escalação do Cruzeiro, gerando insatisfação de alguns jogadores e de parte da torcida, descontente com dois empates seguidos no Mineirão. Adilson sempre alerta para a grande quantidade de jogos na temporada e a necessidade de conhecer o grupo e saber com quem pode contar.

Entre as equipes que disputam, e obviamente priorizam, a Libertadores, o time mineiro é o que mais usou o elenco na temporada. Pelo campeonato mineiro apenas nas duas primeiras rodadas o Cruzeiro entrou com o time titular. Nas sete rodadas seguintes, quatro vitórias e três empates com a equipe variada.

O Palmeiras usou time misto cinco vezes, ganhou quatro e empatou uma. O São Paulo, mesclando reservas e recém-promovidos dos juniores perdeu, para o Mogi Mirim na única partida que Muricy poupou titulares. O Grêmio venceu três e perdeu dois jogos com o time alternativo e o Sport venceu o Vitória pelo campeonato estadual na partida sem força máxima.

É extremamente complexo analisar o que vai acontecer com cada uma dessas cinco equipes entre os meses de abril e maio, quando a força do elenco vai ser, de fato, exigida. Por isso, Adilson e o Cruzeiro saem na frente. O grupo foi montado e testado e é mais fácil prever o que o Cruzeiro pode fazer sem seus principais jogadores do que os concorrentes, caso seja necessário.

Como você pode ver nesse post, o Palmeiras, por exemplo, pode ter nove “decisões” no período de 28 dias. Clicando no nome dos clubes abaixo você acompanha a provável agenda das equipes até maio. As projeções foram feitas pensando no máximo de partidas e no maior grau de dificuldade que se possa encontrar.

Cruzeiro:
25/03 – última rodada do campeonato mineiro. Democrata, no Mineirão.
29/03: jogo de ida das quartas-de-final. Se for contra Uberaba ou Uberlândia, o Cruzeiro precisa viajar.
05/04: jogo de volta das quartas-de-final, no Mineirão.
08/04: Estudiantes, na Argentina.
12/04: semifinal do Mineiro. Caso o Ituiutaba vença os dois jogos que resta na 1ª fase, a semifinal será contra o Atlético.
19/04: jogo de volta da semifinal. Pode ser contra o Atlético.
22/04: Deportivo Quito, no Mineirão. Se vencer as duas em casa, termina em primeiro.
26/04: final do Mineiro. Se não enfrentar o Galo na semifinal, o confronto deve ocorrer na decisão.
03/05: finalíssima do Mineiro.
06/05: início das oitavas da Libertadores. Terminando em primeiro do grupo, joga a primeira fora.
10/05: 1ª rodada do campeonato brasileiro. Flamengo, no Mineirão.

O Atlético tem, além dos compromissos no estadual, o Guaratinguetá nos dias 08/04 e, se houver necessidade, em 22/04. Na fase seguinte, os adversários mais fortes podem ser Vitória-BA ou Juventude, nos dias 29/04 e 06/05.


Grêmio
02/04: Caxias, fora de casa. Último jogo do 2º turno do campeonato.
05/04: quartas-de-final do returno gaúcho. Jogo único. No momento, o Grêmio é o quarto colocado e corre o risco de enfrentar o Inter antes da decisão.
07/04: Aurora, pela Libertadores, no Olímpico.
12/04: semifinal do returno gaúcho. Jogo único.
15/04: Universidad do Chile, em Santiago.
19/04: Final do returno gaúcho. Jogo único. Se for contra o Inter e o Colorado vencer, acaba o campeonato.
26/04: Final do gaúcho, contra o Inter - já classificado.
28/04: Chico, no Olímpico. Última rodada da primeira fase. Pode valer a primeira colocação.
03/05: finalíssima do gaúcho.
06/05: início das oitavas da Libertadores. Pode ser fora do Brasil.
10/05: Santos, no Olímpico.

O Internacional, além do campeonato gaúcho, enfrenta o Guarani-SP pela Copa do Brasil nos dias 08/04 e 22/04 (caso não vença por dois gols de diferença) e nas oitavas, o adversário mais forte é o Náutico em 29/04 e 06/05.


Sport
15/04: Palmeiras, no Parque Antártica.
19/04: Náutico. Última rodada do segundo turno do Pernambucano. Se vencer o returno, elimina a necessidade de final.
22/04: Colo Colo, na Ilha do Retiro.
26/04: final do pernambucano.
29/04: LDU, em Quito.
03/05: finalíssima do pernambucano.


São Paulo
05/04: São Caetano, fora. Última rodada do campeonato paulista.
09/04: Defensor-URU, no Morumbi.
12/04: semifinal do paulista. É provável que seja contra o Corinthians.
15/04: Indepiendente Medelin, na Colômbia.
19/04: segundo jogo da semifinal. Se for contra o Corinthians, deve ser em Presidente Prudente.
22/04: América de Cali, no Morumbi.
26/04: primeiro jogo da final do paulista.
03/05: finalíssima.
06/05: início das oitavas-de-final. Terminando em primeiro, o jogo pode ser no exterior.
10/05: Fluminense, abertura do Brasileirão, no Maracanã.


Palmeiras
05/04: Botafogo de Ribeirão Preto. Última rodada do Paulista.
08/04: Sport, na Ilha do Retiro. Se perder, fica praticamente eliminado da Libertadores.
12/04: semifinal do Paulista. O adversário possivelmente será Santos, Santo André, Portuguesa ou Ponte Preta e o jogo será fora de casa.
15/04: Sport, no Parque Antártica.
19/04: segundo jogo da semifinal do paulista.
21/04: LDU, em casa.
26/04: final do Paulista. Contra São Paulo ou Corinthians.
29/04: último jogo da fase de grupos da Libertadores, contra o Colo Colo, no Chile.
03/05: finalíssima do paulista.
06/05: caso sobreviva a 1ª fase, começa as oitavas da Libertadores.
09/05: Coritiba, no Parque Antártica.
- em maio ainda tem a segunda partida das oitavas-de-final, além de Internacional, no Beira-Rio, e São Paulo pelo campeonato brasileiro.
Corinthians: provável adversário de São Paulo e Palmeiras nas finais do campeonato paulista tem, em abril, confrontos contra o Mixto pela Copa BR e na seqüência, o Atlético-PR.

segunda-feira, 16 de março de 2009

O jogo do final de semana.

Que me desculpem os amantes dos campeonatos estaduais, mas o jogo do final de semana foi Manchester e Liverpool. Sem desmerecer os dois gols de Fred no Fluminense x Macaé; mais um de Tardelli no Atlético x Guarani; a recuperação do Palmeiras, voltando a jogar bem, diante do Barueri; a defesa do América contra o Cruzeiro e o golaço de Hernanes contra o Marília. O jogo do final de semana foi o primeiro, no sábado de manhã.

Manchester e Liverpool foi o jogo do final de semana porque pôde-se ver o craque e o jogador fantástico. O craque é Gerrard. Domina todos os fundamentos, passa extremamente bem, finaliza de longe e de primeira, joga como volante, meia ou quase atacante. Tem visão de jogo e é tão bom que até quando não atua, admitem os jogadores, é importante para o grupo, com a liderança que exerce. O jogador fantástico é Cristiano Ronaldo, que não foi espetacular no jogo. Bem marcado por Fábio Aurélio e o esquema formado por Rafa Benitez, Ronaldo não teve espaço para avançar em velocidade ou para partir em diagonal. Os dribles não surtiram efeito e abrir espaços foi a principal função do português.

O craque não aparece tanto, mas é insubstituível. O espetacular corre o risco de ser trocado por outro mais alto, mais forte e mais rápido, como ocorreu com Ronaldo, Ronaldinho, Kaká e será o futuro breve do português. Não desmerecendo qualquer um desses jogadores, são ótimos, espetaculares, estarão entre os melhores e serão sempre lembrados, fazem o improviso, que nos motiva a ver futebol. Mas craques, como Gerrard e Zidane fazem a outra parte do futebol, a parte coletiva.
Ver, de vez em quando, atletas que enxergam o time e não o time que enxerga o jogador, ou o jogadores que só veem a si próprios, faz bem. Por isso foi tão bom ver em um jogo recheado de grandes nomes, o craque vencer o jogador espetacular.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Dunga não precisa deixar Kaká de fora, pode ser o Josué.

“Para chamar o Ramires eu teria que deixar o Kaká de fora. O que você acha disso?” A declaração do técnico Dunga justificando a não-convocação de Ramires é só meia verdade. De fato, desde o final do ano passado, Ramires joga como armador pela direita, função parecida com a que faz Kaká no Milan. Hernanes também ficou de fora sob a alegação da função exercida por ele no São Paulo.

O que Dunga não leva em consideração é que os dois jogadores se destacaram como volantes nos dois últimos anos, na posição de Josué ou Felipe Melo. Tanto podem voltar a ser mais defensivos como poderiam ter sido testados antes na seleção, quando faziam essa função em seus clubes. Aliás, Dunga o fez. Hernanes foi titular ao lado de Lucas em Pequim, como volante. Na partida contra a Bélgica, na disputa de terceiro lugar, Lucas, expulso contra a Argentina, deu lugar ao jogador do Cruzeiro. Para chamar Ramires ou Hernanes, Dunga não precisaria abrir mão de Kaká, poderia deixar de fora Josué.

O treinador ainda derrapou ao se posicionar sobre Kléber dizendo que o atleta foi prejudicado por atuar ora na lateral, ora na meia e por isso ficou de fora das últimas convocações. Marcelo, ex-lateral do Fluminense, joga como meia no Real Madri e começa a ganhar oportunidade na seleção justamente como lateral. Ora, Marcelo também deveria estar se prejudicando e ficar de fora da lista. Seu caso é idêntico ao de Kléber.

Se Dunga tentou explicar taticamente o porquê de não convocar dois dos melhores jogadores do futebol nacional na atualidade, se atrapalhou com suas contradições.

quarta-feira, 11 de março de 2009

A contusão de Fernandinho é um problema para o time inteiro.

A contusão de Fernandinho é a pior que o Cruzeiro poderia ter não por questão técnica, mas por motivo tático. Vi os dois jogos de Sorín na temporada e o que sempre aconteceu, vai ocorrer com ainda mais frequência: os espaços deixados em suas costas.

Como tem a característica de não guardar posição e aparecer na área para finalizar, a equipe corre o risco de ter, em certos momentos, Sorín e Ramires como centroavantes e ninguém para fazer o cruzamento do lado esquerdo. No jogo contra o Tupi, ainda no primeiro tempo, Wagner se deslocava sempre para o fundo enquanto o ídolo argentino fechava pelo meio. Sem Fernandinho, o Cruzeiro não tem mais um jogador específico para ocupar o setor esquerdo do campo.

Alternativas não faltam para Adilson Batista, mas nenhuma delas é, ainda, confiável, nem mesmo a simples entrada de Sorín, mesmo 100% fisicamente, pelos espaços que vai proporcionar ao adversário. Jonathan pode inverter o lado e Jancarlos entrar na equipe, no entanto o time perderia um jogador em franca ascensão pela direita. Marquinhos Paraná também pode ser utilizado, mas não tem força ofensiva. Por último, o que me parece mais viável, Gerson Magrão pode ser recuado, porém em todas as oportunidades em que atuou como ala, tomou cartão amarelo.

Há ainda uma outra situação que pode ser testada por Adilson. O treinador já cogitou mudar o esquema para o 3-5-2 e deslocar Wagner para a ala e deixar o posto de armador com Ramires. Parece ser a pior das quatro. Ramires é meia, mas não é organizador, não dita o ritmo do Cruzeiro que ficaria acéfalo, além de não atuar bem de costas para a marcação.
O certo é que o Cruzeiro vai precisar de alguém para o lugar de Fernandinho e ao que parece, esse alguém ainda não está na Toca. A contusão não poderia ser pior para a Raposa.

Liga dos Campeões: informações e palpites de quarta-feira.

Os palpites são para os classificados, não os resultados dos jogos.
Barcelona x Lyon: na temporada 2001/02 as equipes se encontraram na primeira fase, o Barça venceu na França por 3 a 2 e no Camp Nou por 2 a 0 em jogo que ficou marcado pela série de defesas do goleiro Coupet, uma delas, já caído. O Barça que era sensação na Europa com 12 vitórias seguidas no Espanhol, ficou quatro jogos sem vencer, mas se recuperou no final de semana. Depois do empate em Lyon, na primeira partida das oitavas, a equipe francesa perdeu um jogo e empatou outro pela competição nacional.
Palpite: Barcelona.

Manchester x Internazionale: o jogo que era cotado para ser a final, eliminará ou o tricampeão e líder da Itália ou o bicampeão e líder na Inglaterra, ambos com sete pontos de vantagem para o concorrente mais próximo. A Inter joga por empate com gols, mas marcar no Manchester é tarefa das mais difíceis. Foram 15 gols em 34 jogos, a melhor defesa da Europa. O jogo tem ainda dois confrontos individuais à parte. Mourinho x Ferguson e Ibrahimovic x Cristiano Ronaldo. Das últimas cinco vezes que Mourinho visitou o Old Trafford apenas uma derrota. Ibra e Ronaldo deverão disputar, no final do ano, o prêmio de melhor do mundo e quem sair vencedor do duelo pode sair na frente, como aconteceu em 2007 quando o Milan eliminou o Manchester com dois grandes jogos de Kaká.
Palpite: Manchester

Roma x Arsenal: a Roma vem de derrota no campeonato italiano e está a um ponto da Fiorentina, quarta colocada e que se classificaria para a Champions do ano que vem. A Roma volta a contar com Totti, recuperado de contusão. O Arsenal venceu apenas uma nas últimas seis vezes que entrou em campo pelo campeonato inglês, mas também não perdeu: foram cinco empates seguidos até ganhar do West Brown por 3 a 1. No total, são 17 jogos sem perder.
Palpite: Arsenal
Porto x Atlético de Madri: jogando no Dragão, o Porto se classifica não sofrendo gols. Depois do empate por 2 a 2 em Madri, o Atlético venceu o Barcelona e depois empatou com o Real Madri, depois de estar vencendo. O Atlético tem cinco pontos de desvantagem para o Sevilla, quarto lugar do campeonato nacional e que se classificaria para a Liga dos Campeões 2009/10. O Porto é líder do português e não perde há 14 rodadas na competição. O brasileiro Hulk, que segundo Dunga, está sendo observado, é o artilheiro da equipe com oito gols, mas ainda não marcou na Champions. Na competição européia, o argentino Lisandro Lopez é o grande destaque com seis gols.
Palpite: Atlético de Madri.

terça-feira, 10 de março de 2009

Diego Tardelli: centroavante sim, referência não.

No início do ano, Emerson Leão acenou com a necessidade da contratação de um homem de área, justificando que Diego Tardelli sai muito e, por vezes, falta uma referência no ataque. Com as contusões simultâneas dos meias Lopes, Tchô e Renan Oliveira, o treinador testou Yuri e depois dois atacantes, mudando a forma de Tardelli e Éder Luís atuarem. Carlos Júnior e Kleber, ambos não tiveram sucesso.

O fato é que Tardelli sai sim, da área, mas não tem comprometido na hora em que o time precisa de alguém finalizar. São 14 gols em 11 partidas na temporada. Tirando dois gols de falta e três de pênalti, o artilheiro só marcou de fora da área uma vez, na goleada sobre o Uberlândia. Foram oito gols de típico centroavante, sendo quatro sem dominar a bola, completando cruzamentos.

A característica de Diego, voltando para ajudar a construir, pode ser uma arma a mais para a equipe. Dessa maneira, ele entra para finalizar sem marcação, surpreendendo a defesa adversária. Como Éder Luís também se movimenta muito e ainda entra na área para concluir, o Galo conta com uma dupla, sem trocadilhos, dinâmica, que dialoga e funciona como dupla, participando juntos do jogo.

O Atlético tentou contratar Fabiano (ex-São Paulo e Santos) e que atuou como centroavante em alguns jogos no campeonato brasileiro de 2003, sob o comando de Leão, no Santos. Mariano Tripodi, o jogador-referência serve como complementação de plantel. Faltam testes contra adversários mais qualificados do que as equipes que disputam o campeonato mineiro para saber se Tardelli vai vingar ou não na posição. Mas, pelo que vem mostrando, ele é o centroavante que o Atlético buscava, apesar de não ficar preso dentro da área o jogo inteiro.

Liga dos Campeões: informações e palpites das oitavas-de-final.

Os palpites são para quem se classifica, não para o resultado do jogo. Amanhã posto sobre os jogos de quarta.
Liverpool x Real Madri: depois de vencer em Madri, basta um empate para o Liverpool seguir na competição. Contando apenas campeonato inglês e Liga dos Campeões, o Liverpool não perde no Anfield desde 16 de dezembro de 2007 quando o Manchester United venceu por 1 a 0, são 59 jogos de invencibilidade. O Real perdeu, no final de semana, a seqüência de 10 vitórias seguidas no campeonato espanhol: empatou com o Atlético de Madri e viu o Barcelona abrir seis pontos. A última vez que o Real passou para as quartas-de-final da Champions foi na temporada 2003/04 quando foi eliminado pelo Mônaco. Depois disso caiu nas oitavas para Juventus, Arsenal, Bayern de Munique e Roma.
Palpite: Liverpool

Juventus x Chelsea: as duas equipes vivem momentos parecidos nas competições nacionais: são vice-líderes e com sete pontos de desvantagem para Internazionale e Manchester United, respectivamente. A dupla de ataque da Juve, formada por Amauri e Del Piero, marcou 19 gols no campeonato italiano e cinco na Liga dos Campeões. Anelka e Drogba marcaram, juntos, 17 gols no inglês e quatro na Liga. No primeiro confronto, melhor para os Blues, 1 a 0 com gol de Drogba. A última vez que o alvinegro disputou a Champions foi na temporada 2005/06 e caiu nas quartas-de-final para uma equipe inglesa: o Arsenal.
Palpite: Juventus.

Bayern de Munique x Sporting: na primeira partida, 5 a 0 para o Bayern, em Lisboa. Em 2004, o La Coruña venceu o Milan por 4 a 0 na Espanha e quase teve a vantagem revertida, os italianos fizeram 4 a 1 em Milão. Naquela oportunidade, a desvantagem era de quatro gols e o Milan jogou a segunda partida em casa. O Bayern já pode se preocupar com o jogo contra o Bochum pelo campeonato alemão, onde está em segundo lugar e tenta se aproximar do Hertha Berlim.
Palpite: Bayern de Munique.

Villareal x Panathinaikos: o Villareal, fora de casa, empatou com Manchester e Aalborg e perdeu para o Celtic, em nenhuma das três partidas, marcou gol. O Panathinaikos perdeu para a Inter, empatou com o Werder Bremem e venceu o Anorthosis quando atuou na Grécia. Fora de casa teve desempenho melhor na primeira fase com duas vitórias e uma derrota e até mesmo no confronto contra o Villareal saiu na frente e sofreu o empate em um pênalti discutível. Pela inconstância das equipes, o confronto é imprevisível.
Palpite: Villareal.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Ronaldo: emoção x badalação.

Quem achava que Ronaldo não tinha mais o que fazer no futebol, vai ter que repensar suas opiniões, o craque arrebentou e mostrou que é iluminado.

A frase é de Tadeu Schmidt, no Fantástico de ontem. A intenção não é criticar a imprensa que supervaloriza o que aconteceu em Presidente Prudente. Foram duas situações distintas a cerca dos trinta minutos em que Ronaldo esteve em campo. A primeira: a emoção, a satisfação, o gosto pelo gol, a esperança que ele volte a ser o Fenômeno, o filme que passou pela cabeça do craque no momento. A segunda é pensar que Ronaldo deve estar na convocação de Dunga para o jogo contra o Equador pelas eliminatórias, que o craque arrebentou porque fez um gol de cabeça, que já está melhor do que os atacantes que atuam no país.

O que deve ficar do clássico de ontem é a primeira situação. Deve ficar a emoção do gol e não a badalação em cima de Ronaldo. Grande jogador, craque, o melhor do mundo, isso ele já provou que é, mas não por fazer um gol de cabeça dentro da pequena área, chutar uma bola na trave ou fazer um bom cruzamento. Mesmo fora de forma, o camisa 9 é melhor que Souza, seu concorrente e que nada produz. Diego Tardelli marcou 14 gols em 12 jogos esse ano, Keirrison, Hernanes e Ramires mostram o melhor futebol do país. Se formos deixar a história de lado e julgar só o que houve dentro de campo, fizeram muito mais.

Eu tenho 22 anos e sou de uma geração que tem como o maior ícone, Ronaldo. Pessoalmente torço para que ele ainda mostre muito do que sabe. Técnica nunca lhe faltou, a minha torcida é para que o Fenômeno não se machuque, não se envolva em confusões fora do campo, perca peso e que todos possam se emocionar com os gols, dribles e grandes jogadas de um das melhores da história. Mas, repito: isso ainda não foi mostrado contra o Palmeiras.

sexta-feira, 6 de março de 2009

O Botafogo não é de Reinaldo, é de Maicosuel.

Quando o Botafogo começou a se montar para 2009, mantendo apenas um titular do ano passado, o lateral Alessandro, e o técnico Nei Franco, a esperança de que o time poderia ser no mínimo competitivo vinha do atacante Reinaldo. Revelado pelo Flamengo e com boa passagem pelo São Paulo, o artilheiro chegou para ser o dono do time, mas não é.

No 3-5-2 montado por Nei, Maicosuel desponta como expoente e é, até aqui, o destaque do ano no futebol carioca. O camisa 10, que foi preterido por Cruzeiro e Palmeiras, joga solto a frente de uma linha com Alessandro, Fahel, Leandro Guerreiro e Thiaguinho (Léo Silva também pode jogar nessa linha, mais centralizado) e encosta nos atacantes. A liberdade de procurar o jogo onde tenha mais espaço parece ser o que faltava para mostrar o futebol que aparentava ter.

Maicosuel marcou cinco e deu sete assistências dos 22 gols do Botafogo na temporada. Mais da metade dos gols passam pelos seus pés, isso sem contar as chances desperdiçadas, como as que perdeu Jean Carioca contra o Dom Pedro, depois de passes precisos do meia.

Como a maioria dos clubes e jogadores que disputam estaduais fracos tecnicamente, faltam ainda mais provas de fogo para o Botafogo e Maicosuel. Até aqui só enfrentou um time de primeira divisão, o Fluminense, mas, se continuar assim, a torcida não vai sentir saudade nenhuma de Lúcio Flávio.

quinta-feira, 5 de março de 2009

A volta de Ronaldo: valeu para quebrar o gelo.

A estréia de Ronaldo foi boa? Sim. Claro que foi muito aquém do que se espera dele quando estiver em forma, coisa que claramente não está. Natural para quem não joga há mais de um ano. Foi válida para quebrar o gelo, tirar um pouco da ansiedade de todos, inclusive do craque, pelo seu retorno. A torcida esperava a volta contra o Palmeiras, jogo de líderes no campeonato paulista, que pode fazer a distância entre os rivais se encurtar. Pode até ser que ele jogue, mas não será a apresentação apoteótica, entrando desde o início e atuando 90 minutos. Ainda é cedo para saber se Ronaldo pode definir uma partida.
Mano Menezes é um ponto de lucidez na festa que se faz sobre tudo que cerca Ronaldo. O Fenômeno jogou o tempo que qualquer atleta retornando de contusão séria jogaria e se não entrar no confronto com o Palmeiras, nada mais natural.
O caso de Ronaldo demanda muita calma e trabalho, muito mais do que marketing. A exposição positiva só virá se o camisa 9 atuar, e bem. Mas, para conseguir isso, Ronaldo precisa seguir se esforçando e esperar um pouco mais.

quarta-feira, 4 de março de 2009

A euforia e ansiedade de um time imaturo.

O Palmeiras deu show no início de 2009. Foram nove vitórias seguidas, goleada em clássico, goleada contra o Real Potosí e depois vitória na Bolívia. Apesar de dois resultados adversos, somente contra o Colo Colo viu-se os defeitos do time de Luxemburgo.
A equipe insistiu em jogadas pelo meio, lances individuais e falhas na marcação. Tudo isso é verdade, mas o que considero o erro crucial do Palmeiras foi acreditar que poderia se lançar ao ataque, destruindo a defesa adversária. Luxemburgo monta o time com três zagueiros, Pierre a frente deles e depois uma linha de quatro com Fabinho Capixaba, Diego Souza, Claiton Xavier e Marcão. Wilians aberto pela esquerda e Keirisson à frente.
Pareceu claro ontem que não há uma definição de quem ajuda Pierre quando o Palmeiras perde a bola. Edmilson deixa a linha de zagueiros para socorrer o companheiro, mas deixa dois defensores lentos no mano a mano com os atacantes. Foi o que aconteceu várias vezes contra o Colo Colo, sendo que Carranza e Lucas Barrios levaram vantagem em quase todas as vezes.
Isso é sinal de um time ansioso. Certamente Luxemburgo tem definido quem do meio recua para ajudar a marcar, especialmente em contra-ataque do rival. O Palmeiras foi eufórico demais para buscar a vitória e vencer as linhas de quatro montadas pela equipe chilena. Libertadores, na maioria das vezes, demanda paciência para vencer por 1 a 0, o que não é feio, é competitivo. Ainda acho que o Palmeiras pode se classificar e, se mantiver Luxemburgo e Keirisson, briga pelo título brasileiro, mas vai depender muito do amadurecimento de peças importantes como Danilo, Maurício, Claiton Xavier, Willians e Fabinho Capixaba.

domingo, 1 de março de 2009

Kléber e Wellington Paulista não devem atuar juntos.

A pista foi dada por Adilson Batista após a partida contra o Ituiutaba: "Vocês sabem a maneira que eu gosto de jogar: um velocista e alguém que saia mais da área. Dá pra ver que essa característica eles não têm".

Realmente não têm. Kléber não é velocista, embora se movimente muito. Wellington Paulista abre espaços, mas tem como principal característica a presença dentro da grande área. A idéia de Adilson pode ser boa: jogadores que abram espaços para a chegada de Ramires, Wagner, Fernandinho e Jonathan e que podem ainda aparecer para marcar gols. Na prática, a dupla que atuou poucos minutos contra o Estudiantes, e depois contra o Ituiutaba, foi a que funcionou melhor até aqui. Funcionaram como dupla, coisa que não acontece quando Thiago Ribeiro joga. Tabelaram, dialogaram, se revezaram no comando, confundindo a marcação.

A formação com um velocista e outro que abre espaços deixa o Cruzeiro muito dependente de quem vem de trás. Se os meias e o laterais tiverem que atacar tanto, o time pode ficar desprotegido na defesa e se tornar mais vulnerável. Isso já acontece. Desde que Ramires passou a ser mais meia do que volante, se tornou no principal jogador da equipe, por outro lado, o setor defensivo ficou mais exposto.
A produtividade da dupla Kléber e Wellington pode fazer Adilson mudar de idéia, mas por enquanto, isso não deve acontecer.