quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Jogo? Que jogo?

O colega Lédio Carmona, do Sportv, comentou com a eficiência de sempre e escreveu com a mesma precisão: não houve jogo. A impressão que deu, a mim, é que o Cruzeiro foi para a Bolívia jogar o mínimo possível. Com a expulsão de Gilberto, o mínimo conseguiu ser menos ainda. No Mineirão, o óbvio é que o time brasileiro não tenha dificuldades contra o fraquíssimo Potosí.



Não há análise técnica ou tática a ser feita sobre a partida que terminou empatada entre Real Potosi e Cruzeiro (1 a 1), a 3.967 metros acima do nível do mar. É difícil jogar nessas condições. Se em Quito, a 2.800m, já complicado, imagine nas montanhas bolivianas. Assim mesmo, a Raposa teve a partida sob controle quase o tempo inteiro. Principalmente nos 20 minutos iniciais, quando marcou adiantado, expôs a incompetência do adversário e fez 1 a 0, logo aos 7min, com Wellington Paulista – agora, na corrida particular com Kleber, WP tem 27 gols com a camisa azul, mesmo número do Gladiador.

O jogo se complicou um pouco a partir dos 21 minutos. Nesse momento, Gilberto, mesmo com 33 anos e uma Copa do Mundo nas costas, perdeu a cabeça, entrou na pilha de um boliviano e deu um soco na cara do assistente. Foi expulso. E tirou a sobra de fôlego que a Raposa ainda tinha. Assim mesmo, o primeiro tempo terminou sem nenhum susto.

No segundo, o time  recuou. Não havia mais gás para marcar na frente. E ficou ainda mais exposto quando Wellington Paulista saiu machucado e o time perdeu o contra-ataque. E mais pressionado ficou quando Kleber saiu. Aí Fábio apareceu bem. No fim, Thiago Ribeiro entrou, passou a correr e contou com a ajuda de Marquinhos Paraná, experiente e gastando a bola. 

Mas Correa, aos 43 min, explorando mais uma falha da defesa – Leonardo Silva e Diego Renan sentiram demais os efeitos da altitude -, empatou. E assim terminou: 1 a 1. Nada demais. Bom resultado. Em casa, no Mineirão, o Cruzeiro só não goleará o Real Potosí, fraquíssimo e sem malandragem (11 impedimentos na partida) se não quiser. Na prática, a distância entre a técnica cruzeirense e boliviana é de, digamos, 3.967 metros. E, nesse aspecto, observado bem ao nível do mar, não haverá salvação para a turma da altitude.

Com todo respeito, o que tivemos hoje não foi jogo. Foi algo parecido, mas muito longe de ser agradável de ser visto e, principalmente, sentido.

Um comentário:

Unknown disse...

Ledio qual é a sua formação esportiva para comentar com tanta certeza qual a posição que um determinado jogador deva jogar, me parece até que vc está na profissão errada colega, deveria ser técnico em vez de comentarista ...