domingo, 8 de junho de 2008

Vaias para Adilson?

O post de hoje começa em 27 de janeiro quando o Cruzeiro jogou pela primeira vez em 2008 e Marquinhos Paraná foi vaiado pela primeira vez. A torcida não vaiou o lateral-volante-meia, enfim...o faz-tudo do Cruzeiro. A torcida vaiou porque queria ver Adilson colocar Apodi no time e o técnico só fez isso quando achou que devia. Hoje no Mineirão, Jonathan e o treinador ouviram as vaias da torcida que gostava de ver o Cruzeiro atacar o Vasco com Jadilson, Ramires e Wágner pela esquerda. Adilson fez o que achou que devia, e deu certo. O Cruzeiro não goleou o Vasco com a substituição que foi feita e nem acabou com o rival, mas também não deixou o Vasco atacar, como aliás não atacou o jogo inteiro. Fez diferença a substituição? Nenhuma. Então por que tantas vaias e reclamação da imprensa? Tenho percebido que ficam todos a espera de qualquer ação de Adilson para culpá-lo.

O que o treinador fez, foi simplesmente ser competitivo. O que faltou ao Cruzeiro e sobrou ao São Paulo ano passado e quem foi o campeão? O pensamento foi colocar M.Paraná na esquerda, porque marca melhor que o Jadilson, e Jonathan, com fôlego de sobra, na direita para ajudar a segurar. Wágner, Ramires, Guilherme, Fabinho, Fabrício e Charles continuavam tendo liberdade para atacar. 6 jogadores, meio time. Chamar o time para trás, Adilson não chamou. Tanto que o Vasco seguiu sem chutar uma bola no gol. A tentativa era apenas de não correr o risco de em uma investida de Jean ou Leandro Amaral pela direita, o Cruzeiro não ter alguém ali para defender porque Jadilson avança e não marca.

Considero exagerada as críticas e vaias ao treinador que comandou o time em 31 jogos e venceu 21. Em seis meses, o Cruzeiro perdeu 4 jogos e tem aproveitamento de 76%. O time só não foi campeão mineiro invicto porque em um jogo com o time reserva o goleiro falhou. Perdeu na Libertadores em um jogo na altitude máxima das Américas e com 15 minutos já perdia por 2 a 0. As outras derrotas foram para o Boca Juniors. Todos hão de convir que é habsolutamente normal perder para o Boca. No Brasileiro, o Cruzeiro tem o melhor início da história.

Não tenho o porquê defender Adilson Baptista, mas também não consigo achar motivos para criticá-lo, a não ser por pensar que Ramires é meia...é terceiro homem de meio que chega bem de trás...

Um comentário:

Unknown disse...

Marcelão, concordo que houve um grande exagero nessas vaias do jogo contra o Vasco. Não era uma substituição essencial, mas também não pesou negativamente. O Jadilson estava bem nesse jogo, inclusive na marcação, tanto é que no segundo tempo o Vasco quase não chegou por aquele lado.
Existe uma má vontade da imprensa com o Adilson que acabou passando para o torcedor. Realmente tudo agora é culpa dele, não se cobram mais dos jogadores e nem se valoriza o bom desempenho da temporada. Mas tudo isso é fruto de alguns erros que ele tem cometido ao longo da temporada. O último jogo, por exemplo, contra o Palmeiras no Parque Antártica. Perder seria normal, era na casa do adversário, contra uma equipe forte, um treinador de alta qualidade e com um jogador a mais. Mas a postura adotada pelo Adilson é que levou o Cruzeiro a esse placar elástico. Tirar Guilherme para colocar o Henrique foi um péssimo negócio, a equipe estava se saindo bem defensivamente. O certo seria usar a velocidade do time, e colocar Maicossuel ou Weldon no ataque no lugar do Guilherme. O time continuaria se segurando bem e teria mais opções, qualidade e velocidade para contra-atacar. Chamou o Palmeiras pra cima, desorganizou a marcação e não tinha forças para passar do meio campo. Nem comento tirar Wágner pra colocar Weldon naquele momento.
Ah, não podemos esquecer. Perder pro Boca é normal e aceitável. Mas esse seria o grande diferencial do Adilson e do Cruzeiro, capacidade pra conseguir vencer até que tinha, mas a bagunça tática resultante de uma escalação errada tornou as coisas mais difíceis na Argentina. E deu sorte, poderia ter sido eliminado lá mesmo.

Ele tem méritos e capacidade, mas precisa rever alguns conceitos.