sábado, 20 de fevereiro de 2010

Nos contra-ataques, o Atlético voltou a ser melhor que o Cruzeiro.

O tabu continua: são 14 jogos sem vencer o time principal do Cruzeiro. Neste sábado, pela primeira vez em três anos, o Atlético foi melhor do que o rival e a derrota não faz justiça ao que foi a partida. O erro de Jair Albano Félix foi crucial, mas há de se ver o futebol que aconteceu apesar da falha do assistente que anulou mal o segundo gol atleticano. Atualização: até hoje, domingo, não havia visto o lance do 1º gol do Atlético pelo ângulo da câmera do impedimento: mesmo sem encostar na bola, Diego Tardelli participa do lance. Outro erro crucial. Quem é acostumado a seguir o blog sabe que não é costume dedicar espaço a discussões a cerca da arbitragem. Prefiro falar sobre futebol.

Vanderlei Luxemburgo abriu mão do estilo ofensivo das primeiras rodadas e armou o bote: bola longa de Correa e Ricardinho para Diego Tardelli e principalmente Muriqui. Adilson inverteu o posicionamento de Elicarlos e liberou Diego Renan para jogar. Jonathan foi meia desde o início, segurando Leandro no campo de defesa praticamente os 90 minutos. A boa marcação tirava os espaços e a velocidade do Cruzeiro.

Com seu jogo pronto, faltou ao Atlético melhor sorte nas finalizações. Especialmente na bola em cima da linha que Leonardo Silva cortou no primeiro tempo, o escorregão de Muriqui no segundo e a tímida aproximação de Renan Oliveira nos contra-ataques.

A entrada de Obina mudou a forma do Atlético jogar. A bola deixou de ser lançada em velocidade e passou a ser entregue ao centroavante. Aí o bote era do Cruzeiro. Com a roubada rápida dos zagueiros e um meia mais participativo como foi Roger, o gol poderia ter saído com Thiago Ribeiro, que livre finalizou à esquerda de Carini.

Depois do segundo gol, o time de Adilson Batista controlou o jogo e chegou ao terceiro em um lance individual de Roger.

O Atlético que esteve mais próximo do gol durante boa parte do jogo tem a participação de Vanderlei Luxemburgo que armou bem a armadilha que o Cruzeiro caía até a metade do segundo tempo. A Raposa foi mortal quando Vanderlei voltou a apostar no esquema com três atacantes e deu o campo que a equipe de Adilson não teve nos primeiros 70 minutos de partida.

A boa atuação enquanto esperou o Cruzeiro e a derrota quando o time tinha o trio ofensivo aponta para os problemas que o treinador ainda vai ter para montar o time da maneira que pretende. O Atlético do contra-ataque chegou a liderar o campeonato brasileiro do ano passado, mas não é o que Vanderlei quer.

4 comentários:

Murta disse...

Análise perfeita, Marcelo. Só acrescentaria algumas pequenas coisas: O Fábio continua merecendo um lugar na Seleção; apesar do belo desempenho do Leonardo Silva, o miolo de zaga do Cruzeiro continua falhando em posicionamento, e o Diego Renan apoia bem, mas é uma mina para os adversários. No caso do Atlético, talvez já seja hora de se repensar a titularidade do Carini. E voltar a refletir sobre a altura da zaga, que sempre vai levar gols como o segundo de hoje. Quanto à questão tática, o Luxemburgo jantou o Adilson. Não há de se imaginar que torcedor atleticano esteja feliz, já que foi derrotado, mas viu sinais mais otimistas quanto ao desempenho do time. Abraços

Reginaldo Bessas disse...

Marcelão,

Camarada atento do Jogada de classe. Além da análise perfeita faltou vc mencionar a falta de criterio do arbitro e o gol mal assinalado do Tardelli.

Alberto disse...

Pra mim, o Atlético ignorou o meio de campo passando a bola por cima dela, enquanto o Cruzeiro fez de tudo pra fugir do jogo e cadenciá-lo, pensando na quarta feira.

O Atlético jogou com tudo e o Cruzeiro de freio de mão puxado. O que atrapalhou a armadilha do lançamento.

O ataque leve do Atlético continua bom no contra-ataque e ruim para pressionar defesas. Os laterais não existem.
A defesa é baixa e o goleiro vive adiantado. Até o Souza do Corinthians já viu que é só mirar o goleiro e chutar por cima dele que a bola entra.

Se for pra jogar pelo empate, numa reta final, o Atlético é forte. Se tiver que ir pra cima, até o Uberaba leva perigo.

O Cruzeiro só está jogando pro gasto. Inclusive na Libertadores. Tem que acelerar o jogo e fazer jus ao time que tem.

Victor Valeriano disse...

No lance do gol do Atlético é interpretativo. A regra mesmo diz que vai pela interpretação do árbitro. No mais, ele não errou. Agora, o gol anulado.. sem comentários né.