Robinho teve apresentação apoteótica em Santos. O retorno do principal expoente da equipe bicampeã brasileira no início da década pode ser encarada de duas formas: a primeira delas é brilhantemente mapeada no livro “Bola Fora – A história do êxodo do futebol Brasileiro” de Paulo Vinícius Coelho, o PVC. A segunda demonstra uma tendência: depois de muito tempo, o futebol nacional começa a ser atrativo.
PVC mostra que os jogadores deixam o Brasil para atuar na Europa desde a década de 30. Há 80 anos, existem casos vitoriosos e de total adaptação a outras terras como Mazolla, no futebol italiano dos anos 60 e Juninho Pernambucano, só para citar alguém da atualidade. Casos opostos são igualmente comuns: os atletas não recebem o mesmo carinho que no Brasil, sentem saudade do feijão, do mar, do sol, de uma série de coisas que o impedem de jogar futebol. É o caso de Robinho, insatisfeito com a reserva no Manchester City apesar do salário estratosférico?
A situação do atacante poderia ser definida como pontual, mas o Brasil passa a ter, nos últimos anos, jogadores fazendo o caminho de volta. Roberto Carlos e Ronaldo estavam há 15 anos na Europa, Adriano praticamente 10, Robinho e Fred, cinco. Você poderá dizer: jogadores vão e vem a todo o momento. De fato. A CBF tem números precisos até 2008 quando saíram 1176 atletas e 659 retornaram. Diferença de 517. Em 2007, havia sido de 596. A diferença está no nível dos jogadores que passam a fazer o caminho inverso e voltar ao nosso futebol. Temos hoje no Brasil os quatro atacantes que disputaram a última Copa do Mundo.
O futebol nacional continua perdendo seus bons jogadores para o mercado externo de forma desproporcional. Agora, pelo menos, comemora o momento de tê-los juntos por algum tempo. Depois do ótimo campeonato brasileiro de 2009 e com os clubes apresentando bons nomes em 2010 parece que finalmente chegou a hora de dizer que o futebol brasileiro não está nivelado por baixo.
Confira a relação entre “brasileiros/estrangeiros” convocados para as últimas 5 Copas do Mundo e quatro anos depois, quantos deles haviam retornado ao país.
1990 – 9 convocados do Brasil, 13 de fora. Em 94, 5 atuavam no país.
1994 – 10 convocados do Brasil, 12 de fora. Em 98, 10 atuavam no país.
1998 – 8 convocados do Brasil, 14 de fora. Em 2002, dois atuavam no país.
2002 – 13 convocados do Brasil, 10 de fora. Em 2006, 7 atuavam no país.
2006 – 3 convocados do Brasil, 20 de fora. Em 2010, 9 jogam no país.
Um comentário:
Robinho terá sempre o problema de ser "uma estrela" na sua óptica, ao contrário de por exemplo Kaká que é um dos melhores do mundo, mas mantém a sua humildade e simplicidade.
Assim será sempre difícil para Robinho!
http://aguia-de-ouro.blogspot.com/
Postar um comentário