O caso já havia sido contado por Celso Unzete no Loucos por Futebol da ESPN Brasil. Como não consegui lembrar da história em detalhes, PVC me ajudou por telefone. Na última rodada, três clubes disputavam o acesso à primeira divisão do futebol paulista em 1971. O SAAD liderava com cinco pontos, o Rio Preto tinha quatro, assim como o Marília, mas levava vantagem nos critérios de desempate. Catanduvense e Garça ainda faziam parte da competição.
O Palestra Itália recebeu a última rodada. O Marília enfrentaria o SAAD na preliminar. No jogo de fundo, Rio Preto x Catanduvense. Os dirigentes do Rio Preto pagaram a mala branca para o Marília tirar ponto do SAAD. Deu certo: vitória por 1 a 0, gol de Ivo. No vestiário, após o jogo, os jogadores repartiam o dinheiro quando o técnico Alfredinho passou recolhendo as notas, jogador por jogador. O valor seria utilizado pelo clube como....mala branca.
O Marília repassou o dinheiro para o Catanduvense vencer o Rio Preto. A negociação foi feita já no túnel que leva ao campo. Deu certo novamente: Catanduvense 1 a 0, gol de Paulo Sérgio. A classificação final teve: Marília 6 pontos, SAAD 5, Catanduvense 5, Rio Preto 4 e Garça 1.
A mala do Rio Preto se transformou, em um intervalo de duas horas, na mala contra o Rio Preto. O feitiço virou contra o Feiticeiro.
É algo parecido com o que pode acontecer na última rodada do campeonato brasileiro. O Corinthians oferece a mala ao Guarani, para tirar ponto do Fluminense. Assim, o Cruzeiro, terceiro colocado, só precisa se preocupar com uma mala – a do Goiás, para evitar vitória do Corinthians no Serra Dourada.
O resultado de toda combinação é improvável. Assim como era o do Marília em 1971, quando já existia, sim, a mala branca.
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