quinta-feira, 4 de março de 2010

Os absurdos do campeonato mineiro.

O absurdo do campeonato poderia ser oito times se classificando entre os 12 que disputam a competição. Poderia ser o baixo nível técnico – segue a pergunta: que jogador ou técnico o interior revelou nos últimos anos, a exceção do hiato Ipatinga? O absurdo poderia ser a fraca arbitragem que mostra cartão por pura falta de qualidade.

Poderia ser tudo isso, e é. Mas como se não bastasse, o interior de Minas Gerais é pobre em campos minimamente decentes para se praticar futebol profissional. Ou Nova Lima, Ituiutaba e Teófilo Otoni possuem locais adequados para se jogar?

Alagamento de campo, como se viu nesta quarta-feira no jogo entre América-TO e Atlético, é passível de acontecer em qualquer praça dependendo da intensidade das chuvas – vide Atlético x Corinthians no Mineirão, em dezembro. A questão é: Teófilo Otoni tem condições de receber um time profissional mesmo sem chuva? Para a federação mineira sim.

Diego Tardelli saiu de campo contundido, assim como ocorreu com Fábio Santos, volante do Cruzeiro em 2005, que precisou passar por cirurgia no joelho após pisar em um dos muitos buracos do estádio do Guarani de Divinópolis.

O Villa Nova manda seus jogos no tradicional Castor Cifuentes. Tão tradicional que nada muda no “Alçapão do Bonfim”. O Villa é um clube centenário e que até hoje não tem um lugar onde a bola role durante os jogos.

Em uma competição cheia de absurdos, talvez a alegria dos torcedores do interior - que podem ver os grandes clubes do Estado uma vez por ano em sua cidade - valha a pena. Não vale: 10 mil pessoas em Uberlândia, maior cidade do interior mineiro, para acompanhar o time local contra o Atlético. Em Ituiutaba foram 1.800 ver o Cruzeiro jogar e é certo: em Juiz de Fora, no final de semana, o time de Adilson não atrairá lotação máxima.

Enquanto se discute os absurdos em Minas, o mesmo é (ou deveria) ser feito no Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Paraná e até São Paulo, onde é preciso jogar 19 vezes na primeira fase.

Poderíamos ter um campeonato brasileiro começando mais cedo (sem a necessidade de espremer 15 jogos nos meses de junho e julho), a Copa do Brasil poderia durar o ano inteiro, ter a participação de todos os times das séries A e B e terminar em dezembro com “as finais que o Brasileiro tanto gosta” como alguns tentam vender. E os Estaduais? Já que não temos campo para jogar, já que tecnicamente não acrescenta e já que o interior não liga tanto, talvez não seja um grande absurdo que deixem de existir.

8 comentários:

Pedro Henrique Vieira disse...

Ótima crítica! É impressionante que, às vésperas de receber uma Copa do Mundo, temos que tolerar estádios que não têm condições mínimas para a prática do futebol profissional. Essa Federação... todo ano a mesma coisa.
Um abraço Marcelo.
Pedro Henrique Vieira

Anônimo disse...

É ridículo este seu texto. A chuva de ontem teria alagado qualquer campo de Minas, exceto Mineirão. O Interior realmente não revela jogadores diretamente, assim como você acha, mas alguns jogadores que se revelam em Minas, são aproveitados, principalmente para times de SP. Ontem chuveu para os dois times, não apenas no campo do Atlético. Isso é desculpa para um surra que o Galo tomou em TO. O América jogou de igual para igual. E se não tivesse chovido, a tendência era o Atlético perder o jogo.

Forte abraço

Marcelo Bechler disse...

ANÔNIMO: minha crítica é destinada a tudo, menos à chuva. Aquele "campo" do América não poderia receber jogos profissionais nem se estivesse seco.

E quem de importante o interior revelou nos últimos anos?

Difícil apontar um, não é?

obrigado.

Boldinho_D2 disse...

Marcelo, concordo com a parte dos estádios. Não é de hoje que eu venho falando isso. O Castor Cifuentes então, tem um gramado que parece mais um campo Society: pequeno e duro. A bola não rola, quica.
Agora, o Atlético anda reclamando demais. Todo jogo agora, o Luxa tem uma desculpa pra justificar o fracasso. Do jeito que esse povo reclama, realmente creio que seja melhor a extinção do Mineiro. Quem sabe assim, eles param de achar que todos estão contra o Galo

Alberto disse...

Oi Marcelo.
O assunto é relacionado mas escutei as declarações ontem do Kalil na Itatiaia e achei um absurdo.

O América de TO foi prejudicado.
O W.O. (o que significa isso?) foi consumado.
O regulamento previa o jogo no dia seguinte. O Atlético assinou e depois vem dizer que está sendo prejudicado.

O presidente da FMF treme e adia o jogo. Ainda teve que escutar o Kalil o chamando de mafioso, sem que nada tivesse ocorrido.

O Kalil dá declaração se gabando que um massagista de seu clube deu chutes na "bunda", (desculpem-me, mas foi a palavra que ele usou) de um juíz.

Denigre o campeonato em que recebeu uma fortuna pra participar (a Globo, como sempre, não fará nada).

O procurador do TJD fará o que?
Defender o América-TO?

O melhor que poderia ocorrer:
1 - Ter o jogo na quarta e fazer o Atlético ir a TO de novo.
2 - A torcida de TO dar um show e mostrar pro Kalil que se o Atlético não ficou hospedado lá foi por puro preconceito.
3 - O Atlético perder o jogo e fazer justiça ao resultado do América-TO que foi roubado pela FMF e pela pressão do Kalil.
4 - Os árbitros ficarem putos e validarem um sexto gol mão na final do mineiro.

Abraços.

Bessas disse...

Alberto,

Então vamos continuar jogando nestas várzeas de Minas Gerais. Tenho percebido que qualquer coisa que se escreva apontando os erros e tentar melhorar o campeonato em todo aspecto, é errado, é absurdo, o Atlético tá reclamando demais etc. O texto é pertinente, e o Mineiro com essa fórmula ridicula, é uma lastima, porque em 12 classificam-se 8 e caem 2 qual é a graça???

Alberto disse...

Oi Bessas, não defendo o campeonato.

Mas não concordo com a fala do Kalil, como não concordei com a expressão "campeonato rural" de uns 10 anos atrás.

Se não houvesse o campeonato nesta época do ano os times estariam em busca de "sparrings" para treinamentos.
Eles ainda recebem uma boa grana para disputá-los.
O Cruzeiro joga sem pressão e com time reserva.

Corre o risco de perder o campeonato. Mas por R$ 5 milhões, acho que compensa.

O Kalil é que joga pra torcida. Investiu uma grana em jogadores que não estão dando o retorno esperado.
O culpado não pode ser ele, tem que ser a chuva, o juíz, a federação, o trânsito, a crise, etc.

Seus erros são tão grandes que, do time atual, menos da metade dos jogadores estarão no Atlético no ano que vem.

Um novo time terá que ser montado para 2011 e, com a importação de jogadores, o acesso de jogadores da base será barrado.

E o que ele faz? Chama a turma de quadrilha e que já cansou de dar "cabeçadas".

É disso que falei.

Abraços.

Felipe disse...

Realmente, os campos do interior mineiro são horríveis, quase nenhum escapa. Acho que o calendário brasileiro tinha q mudar sim, tinha q ser igual o da Europa. Campeonato Brasileiro o ano td e a Copa do Brasil e Libertadores tambem td o ano. E q parasse essa frescura de q quem disputa Libertadores ñ disputa o Copa do Brasil.