quinta-feira, 24 de junho de 2010

A Copa do Mundo escancara os problemas do futebol italiano.

Pela quarta vez na história das Copas, o campeão não avança à segunda fase. Dessa vez, a vergonha é da Itália que fracassou em um grupo com Nova Zelândia e Eslováquia, além do Paraguai. A decepção fica por conta da tradição da tetracampeã, porque, pela qualidade do time, o fracasso era previsível – talvez não na primeira fase.

A crise italiana é técnica. Dos 23 convocados, apenas nove já haviam disputado um mundial. Não se pode dizer que não houve renovação. Ela aconteceu, mas não com qualidade. Depois do fracasso na Copa de 1966, quando sofreu a inesquecível derrota para a Coreia do Norte, o mercado italiano se fechou para a entrada de estrangeiros, afim de valorizar mais o que era produzido no próprio país.

Mais de quatro décadas depois, a Inter de Milão conquista seu quinto título nacional seguido, vence também a Copa da Itália e a Liga dos Campeões da Europa. Tudo isso, sem nenhum italiano entre os titulares ou convocado para a Copa (a Roma, vice do campeonato e da Copa teve apenas De Rossi no mundial). Não fosse pela Inter “não-italiana” e o futebol do país completaria três anos sem um representante entre os quatro melhores da Europa, desde que o Milan foi campeão em 2007.

De um lado, muitos estrangeiros nos principais clubes do país – problema não exclusivo do futebol italiano – do outro, a visão falha de Lippi que deixou Totti e Cassano fora da convocação e ainda Di Natale (artilheiro da Série A com 29 gols) no banco até a última rodada enquanto Gilardino (15 gols) e Iaquinta (6) eram os titulares.

Cair na fase de grupos é motivo de vergonha nacional, mas a Copa do Mundo só acentua os problemas do futebol, a ser seriamente pensado, no país.

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