quinta-feira, 29 de abril de 2010

O Atlético travou o Santos e Diego Tardelli fez a diferença no Mineirão.

Quando o jogo começou no Mineirão, o Atlético já vencia por 1 a 0. Ok, dois minutos depois, aí sim o placar foi aberto. Na primeira bola que teve o time mineiro, virada rápida para a direita e o chute cruzado de Carlos Alberto que encontrou Diego Tardelli se antecipando ao zagueiro.

Atrás no placar, o Santos tentava fazer seu jogo de passes rápidos e ultrapassagem, mas Vanderlei Luxemburgo tinha o antídoto: recuou Muriquí quando não tinha a posse da bola, formando uma linha de quatro no meio-campo com Correa e Fabiano centralizados e ainda Ricardinho pela esquerda. Mais recuado, Zé Luís e por último alinha de defensores. Muriquí acompanhava Pará e Ricardinho vigiava George Lucas, que não sobe tanto. Travado e sem conseguir encurralar o adversário, o Peixe se arriscava pelo meio facilitando a vida dos três volantes atleticanos e oferecendo a eles o contra-ataque.

Com a bola, Muriquí voltava a ser atacante e Diego Tardelli, em noite infernal, fez três gols. Mesmo sem ser centroavante, dois deles marcados de puro oportunismo. Nove gols do artilheiro em nove jogos desde que Obina se contundiu e saiu do time. Antes disso, 10 jogos e cinco gols. Como já foi dito neste espaço outras vezes, não é preciso ser um poste para ser homem-gol. A figura do centroavante é importante, mas não indispensável.

Com Robinho e André jogando menos do que já fizeram em 2010, graças a ótima atuação de Jairo Campos e Werley, e sem conseguir parar o camisa 9 atleticano, o Santos jogou pior que o adversário, durante toda a partida, pela primeira vez na temporada. O time de Dorival teve bons momentos depois que sofreu o primeiro gol até a metade do primeiro tempo e nos 15 minutos finais de jogo, especialmente após a entrada de Renan Oliveira que não conseguiu nem conter as subidas de Pará e tão pouco percebeu a intensidade do jogo.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Gilson Kleina: tenho certeza que jogamos melhor no Mineirão.

Gilson Kleina tem problemas de sobra para decidir o estadual contra o Atlético. Thiago Mathias, Márcio Alemão, Jailton, Max Carrasco, Jajá. Meio time daquele que empatou com o Galo na 3ª rodada do estadual estará fora, além de Alessandro que não participou daquele jogo. Em uma rápida conversa por telefone, seja qual fosse a pergunta, Gilson voltava no assunto desfalques. Independentemente do time que irá jogar no domingo, o treinador admite: o Tigre se dá melhor em Belo Horizonte do que no Ipatingão.

O que muda daquele jogo da 3ª rodada para a decisão?
Kleina: Naquele dia tínhamos praticamente o grupo todo à disposição. Quem tem entrado está correspondendo, entendeu a filosofia, mas sem dúvidas hoje temos desfalques consideráveis.

Você sente mais a falta dos desfalques na defesa, meio ou ataque?
Kleina: Todas as ausências são sentidas. Ainda estamos armando o time, tentando encontrar a formação mais adequada. São muitas ausências para um jogo tão importante.

A impressão que dá é que o Ipatinga joga melhor no Mineirão do que no Vale do Aço. Você concorda?
Kleina: Sem dúvidas. Jogamos melhor no Mineirão. Lá já temos uma postura, um posicionamento mais interessante. No Ipatingão foram três empates e uma vitória. Tivemos problemas em dois jogos com gols no final, contra o Cruzeiro sentimos o cansaço no segundo tempo.

Até por isso, empatar domingo pode ser um bom resultado?
Kleina: Sim. Contra o Tupi tiramos a desvantagem no primeiro jogo e conseguimos segurar em Juiz de Fora. Contra o Cruzeiro fizemos uma grande partida no Mineirão mesmo sem a vantagem. Não podemos é deixar o Atlético ampliar essa vantagem que eles já têm.

Vanderlei Luxemburgo já escalou o time dele com três atacantes, no 4-4-2 e nos dois últimos jogos o Atlético atuou no 3-5-2. O que você espera no domingo?
Kleina: o Atlético é um time que joga com o regulamento, fez isso contra o Democrata diante de sua torcida e depois mudou o time para enfrentar o Sport na Ilha. Eles cresceram com três zagueiros, indiscutivelmente. Acho que não vão querer se expor aqui, mas é um time que sabe jogar e agredir.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Atlético com três zagueiros é mais próximo do ideal do que com três atacantes.

A pista havia sido dada no sábado quando empatou com o Democrata: três zagueiros e um só atacante. No Mineiro, com Renan Oliveira, Ricardinho e Leandro em campo, o Galo se fechava bem e tentava chegar com passes rápidos. Contra o Sport entraram Júnior, Fabiano e Muriquí.

Time armado para contra-atacar e apostar na bola longa. Bem fechado e contando com a pouca criatividade dos pernambucanos que só saiam com Eduardo Ramos, o Atlético roubava a bola e tinha campo para jogar. Fabiano, meia mas sem características de armação, voltou a ser a surpresa enquanto ora Tardelli, ora Muriquí recuavam para buscar o jogo.

Pela terceira vez seguida a equipe não sofreu gol, o que não acontecia desde julho do ano passado quando enfrentou Cruzeiro, São Paulo e Vitória pelo campeonato brasileiro. A melhora do setor passa pela entrada de Carlos Alberto, mais voluntarioso que Coelho, e as poucas descidas do lateral pela esquerda.

Na hora de competir, Luxemburgo muda o time. Não agride tanto, não chega com tanta gente à frente e não corre riscos. Não é mais a equipe kamikaze com três atacantes, volantes que saem e laterais que jogam como pontas. Mais comedido, Vanderlei Luxemburgo está mais próximo de encontrar o time ideal com três zagueiros do que com três atacantes.

terça-feira, 20 de abril de 2010

As razões de Adilson para poupar jogadores.

Em primeiro lugar, o Cruzeiro foi derrotado pelo Ipatinga com oito jogadores considerados titulares em campo - no 2º tempo quando sofreu três gols. Em segundo lugar, eu não teria poupado o time no domingo. Eu. Quem está lá dentro tem muito mais condições de saber quem poderia ou não render. A intenção aqui é pensar o porquê Adilson Batista não colocou força máxima logo de cara na semifinal do Mineiro e não discutir se o treinador teve razão ou não.

A maratona do Cruzeiro começou em 20 de fevereiro, no clássico contra o Atlético. A semana que antecedeu ao clássico foi a última em que Adilson pôde trabalhar sem jogos no meio de semana. De lá pra cá, o Cruzeiro fez 17 jogos intercalando final e meio de semana. Caso vencesse o Ipatinga e supondo que a equipe iria passar de fases na Libertadores, A Raposa faria 30 jogos entre 20 de fevereiro e 6 de junho – quando o futebol brasileiro para devido à Copa do Mundo.

Mais do que isso, a sequência imediata teria: Atlético, oitavas da Libertadores, Atlético, oitavas, Internacional (campeonato brasileiro), quartas-de-final da Libertadores, Avaí e quartas da Libertadores. Oito jogos em 21 dias - pelo menos seis deles decisivos. Pensando como Adilson Batista deve ter pensado o motivo para não escalar força máxima no último domingo está aí. Você pode concordar ou não com o técnico, mas são três semanas plausíveis de preocupação.

Jogar muito antes da Copa não é castigo apenas um clube. O Santos, avançando na Copa do Brasil, poderá fazer 32 jogos em 112 dias. Descansará apenas uma semana em três meses e 22 dias. O São Paulo, se chegasse às finais do paulista e, avançando na Libertadores, faria 31 partidas em 108 dias. O Atlético de Luxemburgo, passando de fases na Copa do Brasil, jogará 29 vezes (contando em dobro o confronto com o América-TO) em 106 dias. Descansará duas semanas em 106 dias.

Atlético e Santos não pouparam jogadores em 2010 e estão vivos nas competições que disputam. O número de jogos poderá pesar tanto na forma de cansaço quanto de lesões, mas fica evidente que os estaduais ocupam um espaço grande demais dentro do calendário brasileiro, especialmente em ano de Copa do Mundo.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

O Cruzeiro eliminado não foi o misto, foi o principal.


A eliminação do Cruzeiro no campeonato mineiro sugere alguns pontos diferentes a serem observados. Uma coisa é o time misto escalado por Adilson Batista e que só não saiu derrotado no primeiro tempo por três erros graves do trio de arbitragem. Outra é perceber que a equipe eliminada sofrendo três gols no segundo tempo era praticamente a principal.

O time da segunda etapa já tinha Fábio, Jonathan, Thiago Heleno, Diego Renan, Fabinho, Henrique, Gilberto e Wellington Paulista quando sofreu o primeiro gol. Oito jogadores titulares contando que enquanto Fabrício não tem ritmo, Fabinho é quem joga e o mesmo vale para Wellington Paulista – mesmo com Kléber no banco, uma semana após lesão muscular. O segundo gol ipatinguense saiu com Thiago Ribeiro na vaga de Fernandinho. Naquele momento apenas Gil e Pedro Ken não poderiam ser considerados titulares.

Questionar a escalação do técnico cruzeirense não pode justificar a derrota. O time que perdeu era praticamente o mesmo que vai jogar a fase decisiva da Libertadores na semana que vem. Contra o Ipatinga o Cruzeiro mostrou os mesmos problemas de grande parte da temporada: dificuldade de penetração, espaço de sobra nas costas dos laterais e pouca criação do meio.

Durante boa parte de 2010 todo jogo ruim da Raposa foi relevado, ora porque era evidente a falta de motivação, ora porque o time não era o principal, ora porque não é todo dia que o jogo será vistoso. O grande jogo da equipe na temporada foi contra o Vélez no Mineirão. Até aqui é exceção. Não é justo pensar que quando precisar o Cruzeiro vai jogar bem. Precisou ontem e o clube está fora de uma decisão de estadual depois de nove anos.

sábado, 17 de abril de 2010

Atlético próximo do momento em que terá que "se mostrar"

Talvez pensando no jogo de quarta-feira contra o Sport, Vanderlei Luxemburgo mudou o esquema de jogo do Atlético. Tirou Muriquí, único jogador a participar de todas as partidas na temporada, e colocou mais um zagueiro.

No 3-5-2, o Galo apostava na individualidade e maior capacidade de seus jogadores. Foi assim que quase chegou ao gol com Correa e Tardelli que finalizaram na trave. Ricardinho jogou os melhores 45 minutos desde que chegou, mas sumiu na segunda etapa. O Democrata tinha espaço para jogar, mas nunca para finalizar. Eraldo aproveitou um cruzamento no primeiro tempo e uma finalização fraca no segundo. Só.

A classificação do Atlético à final do Mineiro não mostra muita coisa dada o baixo nível técnico do estadual e até mesmo da esforçada equipe de Governador Valadares. Mostra um Diego Tardelli mais uma vez irritado com outro jogo ruim dele na temporada, mostra a defesa sem ceder tanto campo e o time fisicamente menos desgastado do que parecia estar a uma semana.

Nas próximas duas semanas, a equipe de Vanderlei Luxemburgo poderá ter uma sequência de Sport, Cruzeiro e Santos. Aí sim, muita coisa será, ou precisará ser, mostrada. Entre elas, o bom futebol de Tardelli, a segurança da defesa e o preparo físico para suportar a maratona.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Matemática da Libertadores: empate contra o Colo Colo tira três favoritos do caminho do Cruzeiro.

Com o empate conquistado nesta quinta-feira no Chile, o Cruzeiro tem uma certeza para as oitavas-de-final da Libertadores: jogará a primeira partida em Belo Horizonte, evitando viajar para o exterior na semana das finais do campeonato mineiro.

O saldo de gols pode definir a classificação geral de possíveis primeiros colocados com 13 pontos como São Paulo, Estudiantes e o já confirmado Vélez. O mesmo acontece com os que podem chegar aos 12, casos de Internacional, Nacional (URU) e o Libertad que já jogou seis vezes. O Corinthians poderá garantir o primeiro lugar geral com uma vitória em casa e a Universidad do Chile será o segundo melhor líder caso vença na última rodada ou o pior primeiro colocado, caso perca.

Com 11 pontos, o Cruzeiro será melhor segundo colocado do que quem passar nos grupos 1, 2, 4, 5 e 8. No grupo 6 é ainda improvável que o vice-líder termine à frente dos mineiros

Enfrentando um dos piores primeiros nas oitavas-de-final, a Raposa terá pela frente um dos possíveis líderes com 12 pontos – Inter, Nacional, Libertad e até Universidad do Chile. Como qualquer gol na última semana pode mudar esse cenário, se há algo que se pode afirmar hoje é que a equipe de Adilson Batista não irá cruzar com Corinthians, Estudiantes ou São Paulo logo de cara nas oitavas-de-final.

Confira a situação dos grupos:

Grupo 1 – O Corinthians será primeiro, vencendo na última rodada (joga em casa contra o Indepiendente de Medellín) fica com a primeira colocação geral e não enfrenta a Raposa.
O segundo chega, no máximo, a 10 pontos, pior que o Cruzeiro.

Grupo 2 – Once Caldas tem 11 pontos e São Paulo 10. Na última rodada, se enfrentam no Morumbi para definir quem será o primeiro.
Como é confronto direto, um dos dois ficará com, no máximo, 11 pontos e pior que o Cruzeiro nos critérios de desempate – não ser com um empate por pelo menos 5 a 5.

Grupo 3 – Alianza Lima tem 12 pontos e o Estudiantes 10. Semana que vem, em La Plata, decidem quem será o líder da chave.
Vitória do Estudiantes faz o Cruzeiro perder a posição de melhor segundo lugar para o Alianza.

Grupo 4 – Já definido. Libertad foi o primeiro com 12 pontos.
Cruzeiro melhor que o Universitário, segundo com 10 pontos.

Grupo 5 – Deportivo Quito tem 10 pontos e o Internacional 9. Fazem confronto direto no Beira-Rio. O Colorado pode sair da Libertadores até mesmo com um empate.
Como será confronto direto, o segundo terá no máximo 10 pontos, portanto pior que o time mineiro.

Grupo 6 – Nacional (URU) tem 9 pontos e Banfield 8. Os dois decidem em casa contra adversários já eliminados. Goleada do Banfield por quatro gols de diferença (e vitória do Nacional) tira mais uma posição do Cruzeiro.

Grupo 7 – Vélez, líder com 13. Cruzeiro, vice com 11.

Grupo 8 – Universidad do Chile com 11 pontos já é a primeira colocada. Se vencer o clássico chileno contra a Universidad Católica, chega a 14 e pode ser segundo melhor primeiro.
O segundo terá no máximo 10 pontos, pior que a Raposa.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Santos: entre o zero e o sete.

O Santos chegou a marca de 87 gols em 24 jogos, média de 3,6 gols por partida. Ontem, a vítima foi o Guarani, time da primeira divisão do campeonato brasileiro e quase rebaixado para a terceira do paulista com 8 derrotas e 5 empates em 19 jogos.

Em mais uma noite de brilho de toda a equipe, com Neymar aparecendo como o principal expoente, o time da Vila fez oito. Placar imenso, mas “apenas” o terceiro maior da temporada. Em 2010, o Peixe já fez 10, 9, 8, 6, 5, 4, 3, 2 e 1. Faltam o sete e o zero.

A partir de agora, o Santos irá enfrentar adversários mais fortes. Evidentemente, mais cedo ou mais tarde, vai passar em branco na temporada. Se for para apostar em qual virá primeiro, o sete ou o zero, a razão mandará dizer que é o zero, mas o encantamento que o time causa nos faz ser também um pouco irresponsáveis e ofensivos demais: eu espero que venha o sete.

Bem na defesa e com dificuldades de atacar: o Atlético foi diferente contra o Sport.

O Atlético é, em 2010, uma equipe que ataca muito bem, em alta velocidade, surpreende os adversários com a chegada dos homens de trás e...dá espaços demais na defesa, com zagueiros desprotegidos e laterais que demoram a recompor. O time de Luxemburgo é assim em 2010, mas não jogou desta maneira contra o Sport.

Nos primeiros 20 minutos, com Renan Oliveira sem conseguir armar jogadas, o Galo perdia para a marcação dos pernambucanos que conseguiam lançar Ciro, Dairo e Eduardo Ramos no mano a mano com Campos, Werley e Zé Luís – que individualmente ganharam todos os duelos.

A entrada de Marques tirou do Sport o desarme rápido no meio. Com a bola para atacar, mas contra um adversário bem fechado o Atlético teve dificuldades de penetração, mas se virava bem na defesa com Carlos Alberto atuando de forma mais defensiva. O time de Givanildo não finalizou a gol, especialmente no segundo tempo. Tivesse Tardelli jogado próximo do que já jogou, a equipe mineira poderia ter definido a classificação no primeiro jogo.

Atlético com problemas para atacar e seguro na defesa não é o que se pintou até aqui em 2010. Sinal de um time que consegue se adaptar e sentir o jogo que se passa? Ou que o Sport não soube oferecer mais do que se defender com muita gente e atacar com três jogadores? Foi só um jogo, é pouco pra dizer.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Flamengo pode fazer história e ser o primeiro tetra "sem asterisco" do Rio de Janeiro.

Flamengo e Botafogo vão decidir mais uma vez o campeonato estadual no Rio de Janeiro. Decidirão primeiro a Taça Rio e, caso o alvinegro não vença, irão fazer a final repetida pela quarta vez nos últimos quatro anos.

Os rivais se enfrentaram cinco vezes em finais nos três últimos estaduais. O Flamengo levou a melhor em todas. Venceu a decisão em 2007, a Taça Guanabara e depois o campeonato em 2008, a Taça Rio e novamente a final no ano passado. Nesse período, o clube da estrela solitária derrotou o rubro-negro em dois mata-matas: semifinais da Taça Rio em 2008 e da Taça Guanabara em 2010.

Caso mantenha o ótimo retrospecto, o Flamengo conquistará o primeiro tetracampeonato estadual sem nenhum asterisco. Fluminense (1906 à 1909) e Botafogo (1932 à 1934) conseguiram o tetra, mas com atenuantes.

Em 1907, justamente Fluminense e Botafogo somaram o mesmo número de pontos no torneio, mas não chegaram a um acordo sobre o desempate e a Justiça determinou, 89 anos depois, que o título fosse dividido.

Em 1933, os grandes clubes do Rio romperam com a Confederação Brasileira de Desportos, que não aceitava a profissionalização do esporte, e criaram a LCF – Liga Carioca de Futebol. O Botafogo não aderiu à debandada e conquistou três títulos consecutivos pela AMEA – Associação Metropolitana de Esportes Athleticos.

A equipe de Andrade pode fazer história em 2010 conquistando o primeiro tetracampeonato “solitário” da história do futebol carioca. Por outro lado, o alvinegro também pode conseguir um marco: o primeiro tetra vice-campeão do estadual fluminense.

O próprio Botafogo tem sequência de quatro segundos lugares entre 1944 e 1947, mas em 1944 dividiu o vice com o Vasco - na temporada que marcou o primeiro tricampeonato do Flamengo.

Confira abaixo a lista dos tetra e tricampeões cariocas da história.

Tetracampeões:
Fluminense: 1906 à 1909 – 1907 dividido com o Botafogo
Botafogo: 1932 à 1935 – dois campeonatos

Tricampeões
Flamengo (5 vezes): 1942 à 1944. 1953 à 1955. 1978 e 1979*. 1999 à 2001. 2007 à 2009.
* Campeão do estadual com 10 clubes e depois supercampeão com 18 clubes participantes.
Fluminense (3 vezes): 1917 à 1919. 1936 à 1938. 1983 à 1985.
Vasco (1 vez): 1992 à 1994.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Semifinal no sábado e as datas mal planejadas do campeonato mineiro

O presidente da federação mineira de futebol, Paulo Schettino, garantiu em entrevista à rádio Inconfidência onde e quando serão os confrontos das semifinais. A entrevista foi realizada enquanto Democrata e Villa Nova se enfrentavam e o presidente afirmou: passando o Democrata, o confronto com o Atlético acontece no sábado, às 18h30, em Ipatinga. Como o Ipatinga desclassificou o Tupi, com empate por 1 a 1, joga contra o Cruzeiro domingo às 16h, também no Vale do Aço.

Paulo Schettino explicou o porquê da Pantera ter que enfrentar o Atlético menos de 66 horas depois do final de seu jogo: o artigo 93 do regulamento geral de competições da CBF, em seu parágrafo segundo, reza que “no caso entre clubes de uma mesma cidade ou que distem entre si menos de 150km, o intervalo entre os jogos poderá ser de 44 horas”. Como o clube da capital mandará seu jogo em Ipatinga, a 105 quilômetros de Governador Valadares, ninguém está infringindo o regulamento da entidade nacional.

Imbróglios resolvidos - embora o Democrata se sinta lesado por jogar em um espaço de tempo tão curto - fica a discussão: o problema da falta de datas não seria facilmente evitável? Ora, a CBF reserva 23 datas para os torneios estaduais, o campeonato mineiro tem 17 rodadas. Eliminando as datas de 07 e 08 de abril e depois de 10 e 11 (uma vez que o Mineirão está alugado para um show de axé e é a casa de duas equipes que previsivelmente estariam entre as quatro primeiras), ainda sobrariam quatro datas ociosas para a competição. Custa a clubes e principalmente federação pensar o campeonato com um pouco mais de cuidado antes que os problemas tomem as proporções que tomaram em 2010?

terça-feira, 6 de abril de 2010

Quem não se rende a Messi?

Hoje e nos próximos dias os jornalistas esportivos mundo afora, os apreciadores de futebol de todo o planeta irão se curvar e escrever sobre Messi. Nada mais justo. Afinal, o argentino insiste em mostrar que história do futebol não é só aquela escrita há 80, 50 ou 20 anos. História se faz também agora.

Lionel tem 22 anos, foi o melhor do mundo em 2009, já era ótimo antes disso (foi o segundo em 2007 e 2008) e pode até não ser eleito em 2010, mas é difícil crer que alguém vai encurtar a distância entre seu ótimo futebol e os bons resultados dos outros.

Até nos resultados, nos números frios, Messi é melhor. Tem 38 gols na temporada 09/10 contra 32 de Rooney e 28 de Drogba. O camisa 10 do Barcelona é o protagonista de uma equipe que consegue ter 61% de posse de bola e acertar 84% dos passes em uma partida contra um adversário extremamente qualificado como é o Arsenal.

Artilheiro do espanhol, da Liga dos Campeões, maior goleador da história do clube em Champions League (ao lado de Rivaldo com 25 gols) e oitavo maior de todo o clube de 111 anos.

Se Messi será melhor do que Maradona, se vai ganhar uma Copa do Mundo sozinho, se vai ser melhor que Ronaldo Fenômeno, Romário ou Zidane é desnecessário pensar. Pensar pra quê? Bom mesmo é vê-lo fazer o que quiser contra os melhores do mundo dentro de um campo de futebol.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Fabiano: muito mais que o genro de Luxemburgo.

Já são sete gols na temporada, nada mal para um volante. Volante? Do total, Fabiano marcou seis como autêntico centroavante - apenas um de fora da área. O jogador começou a carreira no São Paulo como quarto homem de meio-campo, mas nunca foi armador clássico. Já jogou de segundo atacante, terceiro homem de meio, segundo volante e até ala direita. Talvez até por tanta versatilidade, é difícil escala-lo em determinada posição e esperar que Fabiano não ocupe o espaço de outro jogador.

O Atlético de Vanderlei Luxemburgo atua no 4-2-2-2 com Zé Luís e Fabiano a frente da defesa, Júnior/Ricardinho e Renan Oliveira na armação, Diego Tardelli e Obina na frente. Tardelli sai da área mais do que o fazia em 2009, faz menos gols também, mas requer a mesma preocupação. Obina prende os zagueiros com ele e sobra espaço para quem vem de trás.

Enquanto houve disputa contra a Chapecoense, o volante era a melhor opção. Com Muriquí e Diego Tardelli abertos, sobrava espaço da defesa catarinense. Tímido, Renan Oliveira apareceu pelo meio apenas na jogada do primeiro gol em que Fabiano, sem inibição, penetrou livre.

A preocupação de Vanderlei Luxemburgo é com os espaços que a equipe alvinegra não pode, mas cede com o avanço do jogador. Coelho e Leandro são lentos na recomposição e, para um adversário mais rápido e qualificado, esperar o Atlético pode ser fatal. Se quiser continuar “pagando os 10%” ao genro, como tem brincado Vanderlei, o treinador vai precisar se preparar melhor para não ser surpreendido.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Mais seguro e maduro, Cruzeiro "estreia" em 2010.

Tudo que se viu e se falou do Cruzeiro em 2010 não vale para o jogo de ontem contra o Vélez Sarsfield. Apenas a ponderação para as atuações ainda discretas de Marquinhos Paraná e Gilberto. Segura na defesa, a equipe brasileira não deu chances para Santiago Silva e Lopez. O Vélez apostava em Moralles pela esquerda do ataque, nas costas de Jonathan. O problema, para os argentinos, é que o lateral é cada dia menos lateral. Henrique e Fabinho se encarregavam de anular o camisa 10 – de onde sai a bola longa para os centroavantes.

Ofensivamente, Thiago Ribeiro fez a diferença por deixar de ser referência para a marcação por zona com duas linhas de quatro homens. Quando o Cruzeiro rodava e atacava pela direita, Thiago e Jonathan pegavam Papa sozinho, do outro lado a dificuldade com Diego Renan era maior porque Cubero auxiliava Diaz. Em jogada individual o camisa 11 desmontou a marcação que impedia o clube brasileiro de penetrar.

Nos 30 primeiros minutos, o Cruzeiro mostrou a mesma dificuldade de outros jogos: valorizava bem a bola, mas agredia pouco. Ontem, no entanto, o time foi mais paciente. Com o Vélez buscando o jogo franco no 2º tempo, a Raposa fez o que sabe melhor: decidiu a partida com passes rápidos e saída veloz pelos lados com Henrique no segundo gol e Diego Renan no terceiro.

No 18º jogo da temporada, Adilson Batista mostrou o que a maioria já desconfiava: o time continua forte. Alguém vai se lembrar que ano passado o Cruzeiro venceu um argentino por 3 a 0 no Mineirão na primeira fase da Libertadores e depois sucumbiu na final. O jogo contra o Vélez foi diferente. Mais seguro e maduro por parte da Raposa. Na estreia em 2009, o Cruzeiro foi uma avalanche, fez três gols em 10 minutos de um jogo complicado em todo o resto.

O adversário de 2010 não parece ter a mesma força que tinha (e tem ainda mais) o Estudiantes, mas o que fica é a segurança. É mais competitivo ser seguro que insinuante. É mais fácil apostar no Cruzeiro se fizer sempre o que fez ontem, do que se repetir a atuação da vitória sobre o Estudiantes.