O jogo contra o São Bernardo poderia ser apenas mais uma rodada do campeonato paulista, na qual o Corinthians precisava entrar em campo e Tite colocou os reservas para jogar – pensando na Libertadores. Se o treinador escalar na Colômbia a mesma equipe que jogou mal contra Noroeste e Tolima, a partida contra o Santo André só terá sido mais uma rodada do estadual.
Danilo rende mais pelo meio do que aberto como meia direita. Centralizado, consegue distribuir o jogo e tem boa chegada na área, como no lance do primeiro gol. Danilo oferece o que Bruno César não faz. A saída da bola pelo meio para os lados do campo. Paulinho também faz o time ser diferente. No primeiro tempo, ao lado de Marcelo Oliveira, saiu pouco para o jogo. Com a entrada de Ralf, no segundo tempo, Paulinho passou a fazer a saída de bola ter mais qualidade e evitar o jogo forçado pelos lados.
Tite pode ter visto opções para mudar um Corinthians burocrático desde a saída de Elias e a queda de rendimento de Bruno César. Opções que não passam pelos pés de Luiz Ramirez, jogador de força, mas que não organiza jogo. Para voltar a jogar bem, será preciso mudar a forma de construir jogo. O treinador não conta, no elenco, com alguém de características iguais a do ex-camisa 7. Abrir Dentinho de um lado e Jorge Henrique do outro pode dar a opção de velocidade importante para alguns jogos, mas mantém o time acéfalo.
O Corinthians pode até eliminar o Tolima com a mesma formação do primeiro jogo, mas os problemas são claros. Observar o que outros vêm fazendo é o primeiro passo a dar uma nova, e necessária, cara à equipe.