segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Jogo contra o Santo André dá opções para Tite mudar o Corinthians

O jogo contra o São Bernardo poderia ser apenas mais uma rodada do campeonato paulista, na qual o Corinthians precisava entrar em campo e Tite colocou os reservas para jogar – pensando na Libertadores. Se o treinador escalar na Colômbia a mesma equipe que jogou mal contra Noroeste e Tolima, a partida contra o Santo André só terá sido mais uma rodada do estadual.

Danilo rende mais pelo meio do que aberto como meia direita. Centralizado, consegue distribuir o jogo e tem boa chegada na área, como no lance do primeiro gol. Danilo oferece o que Bruno César não faz. A saída da bola pelo meio para os lados do campo. Paulinho também faz o time ser diferente. No primeiro tempo, ao lado de Marcelo Oliveira, saiu pouco para o jogo. Com a entrada de Ralf, no segundo tempo, Paulinho passou a fazer a saída de bola ter mais qualidade e evitar o jogo forçado pelos lados.

Tite pode ter visto opções para mudar um Corinthians burocrático desde a saída de Elias e a queda de rendimento de Bruno César. Opções que não passam pelos pés de Luiz Ramirez, jogador de força, mas que não organiza jogo. Para voltar a jogar bem, será preciso mudar a forma de construir jogo. O treinador não conta, no elenco, com alguém de características iguais a do ex-camisa 7. Abrir Dentinho de um lado e Jorge Henrique do outro pode dar a opção de velocidade importante para alguns jogos, mas mantém o time acéfalo.

O Corinthians pode até eliminar o Tolima com a mesma formação do primeiro jogo, mas os problemas são claros. Observar o que outros vêm fazendo é o primeiro passo a dar uma nova, e necessária, cara à equipe.

domingo, 30 de janeiro de 2011

A importância relativa do campeonato mineiro

O Cruzeiro estreia no campeonato estadual diante da Caldense, em Sete Lagoas. O Atlético vai a Montes Claros enfrentar o Funorte. O América empatou com o Uberaba, em Varginha. O campeonato mineiro tem maior importância para o Coelho que precisa testar a equipe para a série A do Brasileiro. Para Atlético e Cruzeiro, ganhar não passa de obrigação, perder gera pressão para o restante da temporada.

O campeonato mineiro, assim como tantos outros, carece de qualidade técnica. Convido você, caro leitor, a me recordar de um jogador destaque no interior de Minas Gerais e que depois se mostrou importante em um grande clube. Exclua o Ipatinga de 2005, filial do Cruzeiro, e jogadores como Serginho, que era da base do Atlético e foi emprestado ao Villa Nova em 2008 para ganhar experiência. Difícil buscar um único nome? Pois é.

O público, que faz a chamada “festa do interior”, também não comparece. A média de público na primeira fase do torneio em 2010 não passou dos 4 mil torcedores por partida. Apenas financeiramente, para os clubes grandes, o torneio é relevante. Se não há interesse do torcedor, se tecnicamente não traz grandes benefícios, qual a vantagem de se gastar cinco meses do calendário disputando a competição?

Como se não bastasse, os campos de jogo precisam de muita boa vontade para serem chamados de estádio. O Villa Nova tem 102 anos de história, mas ainda não construiu uma Arena com condições mínimas para acomodar torcedores e jogadores. O mesmo pode ser dito dos estádios em Divinópolis, Montes Claros, Governador Valadares... O Villa, Guarani, Funorte e Democrata tem direito a disputar a competição, mas tem o dever de oferecer um estádio em condições pelo menos aceitáveis.

O lado positivo é que o campeonato mineiro tem apenas 15 jogos. Menos do que no Rio de Janeiro, menos do que em São Paulo, bem menos do que no Rio Grande do Sul. O Cruzeiro terá tempo suficiente para se preparar para a Libertadores, o Atlético para se remontar com Dorival Jr. O América precisa do campeonato mineiro. Muito. Não ficar entre os três primeiros, terminar com desempenho muito inferior ao de Atlético e Cruzeiro, é motivo de preocupação, pensando no retorno ao campeonato brasileiro.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Dorival quer o Atlético rápido e, por enquanto, no 4-4-2

O Atlético de 2011 será ofensivo e rápido. Essa é a ideia do técnico Dorival Júnior. Em conversa por telefone nesta sexta-feira, o treinador falou sobre a velocidade que pretende dar a equipe e o funcionamento de peças no início da temporada. A ideia do 4-2-3-1, utilizada por Dorival no Santos, está, por hora, descartada.

O time de 2010 jogava com Robinho pela direita, Neymar do outro lado, Ganso centralizado e André a frente dos três. Na contenção, Arouca e Wesley que aproveitavam os espaços abertos pelos homens de frente e se projetavam no ataque. O Atlético poderia ter Serginho e Richarlyson na marcação, Neto Berola por um lado, Jóbson do outro, Renan Oliveira, Diego Souza, Mancini e Ricardinho por uma vaga no meio, e Tardelli na frente.

Para o treinador, a formação com Renan Oliveira e Ricardinho a frente dos volantes é a ideal no momento. Diego Souza e Mancini, com mais cartaz que os escolhidos, ainda precisam de melhor condicionamento para jogar. A questão física também põe Rafael Cruz como titular no momento – até pela ausência de Patric em alguns treinamentos, devido ao falecimento de familiares.

Dorival percebe bem o melhor posicionamento de Diego Tardelli, mais próximo ao gol, mas não como centroavante. Foi assim, com Éder Luís ao seu lado, que o jogador marcou 42 gols em 56 jogos em 2009. Com Muriqui, no primeiro semestre do ano passado, Tardelli funcionou melhor do que com Obina, na segunda parte da temporada. Ao lado de Jóbson, o atacante pode ser goleador, mas também participar da criação das jogadas e deixar de ser referência para os zagueiros. Mancini poderá jogar mais adiantado, dependendo das circunstâncias.

Vale lembrar que o Santos de Dorival estreou no campeonato paulista com Felipe, George Lucas, Bruno Rodrigo, Bruno Aguiar e Pará; Roberto Brum, Rodrigo Mancha, Wesley e Ganso; Neymar e André. Mudaram as peças e a forma de jogar. O mesmo pode acontecer no Atlético, mas na estreia do mineiro a equipe será a mesma que começou o amistoso contra o River do Uruguai.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Elano é um utilitário de luxo no futebol brasileiro

O carro conversível é mais bonito que o utilitário. O esportivo é mais rápido que o utilitário. Mas se você procura boa relação custo-benefício, um automóvel que não te deixe na mão e sirva em qualquer situação, o utilitário é a escolha mais sensata. Elano passa bem, compõe o setor defensivo, lança com qualidade. É o principal utilitário do futebol brasileiro. Tem opcionais que os outros não têm. Qualidade para decidir um lance, como fez no 3º gol do Santos.

Apesar da grande partida de Elano, o time de Adilson ainda tem problemas. Administrou cedo demais a vantagem no primeiro tempo e sofreu a virada. Conseguiu reverter o resultado no início do segundo tempo e, quando perdeu Elano machucado, deixou o jogo mais uma vez moroso.

Quando a equipe perde a intensidade, o Peixe ainda não tem segurança para segurar o resultado. Contra o Prudente, sofreu dois gols no final do jogo. Diante do São Caetano, sempre que o time se acomodou, o Azulão se deu bem – especialmente no setor esquerdo da defesa.

Com Ganso, Neymar e Arouca, o time ganhará em intensidade. Maikon Leite, mais uma vez, foi bem no primeiro tempo e sumiu no segundo. Róbson se limita a tocar de lado. No setor defensivo, Charles pode proteger a defesa melhor do que Adriano. O Santos tende a melhorar. Os rápidos, insinuantes, brilhantes, estão por chegar. Enquanto isso, o utilitário Elano está valorizadíssimo no mercado.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Flamengo é o campeão, e principalmene, o grande vencedor da Copa São Paulo

Depois de 21 anos, o Flamengo é campeão da Copa São Paulo de Futebol Júnior novamente. Mesmo que houvesse perdido a decisão para o Bahia, o clube carioca sairia como principal vencedor do torneio. É chover no molhado dizer que o intuito da competição na base é colocar em ação peças que possam chegar aos profissionais. O Flamengo foi, em toda a competição, quem mostrou ter mais nomes a serem observados por seu treinador principal. Cézar, Adrian, Thomas, Lucas, Rafinha e Negueba, se trabalhados, podem ser úteis à equipe profissional.

Ser campeão e ser vencedor da competição nem sempre querem dizer a mesma coisa. Em 2002, Portuguesa e Cruzeiro decidiram a Copinha. A Lusa jogou a final com Daniel, Jackson, Júnior, Fernandão e Júlio César; Bruno, Lelo, Danilo e Iotte (Gomes); Alex Afonso (Luís Henrique) e Kesley (Rafinha). O técnico era Edu Marangon. Dos 14 jogadores utilizados, nenhum obteve destaque entre os profissionais. O Cruzeiro, de Ney Franco, teve Gomes, Cleiton, Emerson, Irineu e Marcos Túlio (Paraguaio); Mancuso (Alemão), Jardel, Wendell e Walter Minhoca; Diego (Eraldo) e Kanu. Gomes e Wendell foram campeões brasileiros em 2003 pelo clube. O goleiro é titular do Tottenham e Wendell um dos principais nomes do Bordeaux.

No ano seguinte o Santo André foi campeão, mas o Palmeiras revelou Wagner Love. Em 2009, o Corinthians de Boquita foi campeão sobre o Atlético Paranaense de Manoel. O São Paulo de Henrique e Oscar, ambos na seleção sub-20, caiu nas semifinais. Quem foi o vencedor? Neymar nunca venceu uma Copa São Paulo. Nem Ganso, Kaká, Robinho, Diego ou Ronaldinho Gaúcho.

A redução na idade limite, de 20 para 18 anos, gera uma situação problemática para clubes e jogadores. A competição tem grande visibilidade e acompanhamento do torcedor, pela ausência de torneios profissionais no período em que é disputada. Logo, o garoto que se destaca é visto por todos e pressionado a ir já para o time de cima. Pior: precisa mostrar logo entre os profissionais o mesmo desempenho que tinha na base.

O Flamengo tem seis bons nomes a serem observados por Vanderlei Luxemburgo. Mesmo Luxemburgo que preferia Fábio Costa e não percebeu Renan Ribeiro, debaixo de seus olhos, no Atlético. A base do Flamengo pode ser útil no time de Ronaldinho Gaúcho, mas não conta, hoje, com um jogador pronto para vestir a camisa rubronegra. É hora de trabalhar, Vanderlei.

sábado, 22 de janeiro de 2011

São Paulo entre a ofensividade e a necessidade de competir

O São Paulo de Paulo César Carpegiani tenta jogar com a bola no chão. Foi assim contra o São Bernardo no meio de semana e novamente contra a Ponte Preta, no aniversário de 38 anos de Rogério Ceni. Com Marlos, Carlinhos Paraíba, Fernandinho e Dagoberto, a linha ofensiva é rápida e saia melhor pelo lado esquerdo com Juan e Fernandinho.

Gilson Kleina percebeu o jogo e, de forma muito inteligente, mudou a forma da equipe jogar. Mancuso passou a atuar a frente dos zagueiros, Marcio Diogo deixou de ser atacante e virou meia pela direita. Impedia assim que a bola chegasse com facilidade até Dagoberto e travou Juan. Foi assim que o São Paulo começou a perder o jogo. Saindo pelos lados do campo, especialmente com Renatinho nas costas de Juan, a Macaca poderia ter definido a partida antes mesmo do gol de Thiago Luís, aos 31 minutos do segundo tempo.

Carpegiani tentou corrigir o problema do lado direito colocando Xandão na lateral e deixando Jean como volante. O time passou a ter Marlos, Jean, Rodrigo Souto e Fernandinho no meio-campo. Fernandão entrou para fazer companhia a Dagoberto na frente. Kleina inverteu o jogo e deslocou Renatinho para a direita, jogando em cima de Juan.

As alternativas criadas por uma equipe limitada como a Ponte Preta expõem dificuldades do São Paulo. Carpegiani tenta montar um time rápido e que se movimente com a bola nos pés, com variações de jogadas. Sobretudo, tenta montar uma equipe ofensiva. O xis da questão é a outra metade do jogo. Metade em que o Tricolor não tem a posse de bola e vê Marlos, Dagoberto e Fernandinho assistindo ao jogo com as mãos na cintura.

Faltou combatividade, competitividade. Não é caso de se encher o time de volantes. É caso de fazer os homens de frente entender que é preciso recuperar a bola para poder atacar.

Ao final do jogo, a diretoria do São Paulo confirmou a contratação de Rivaldo. Fora do mapa do futebol há anos, é impossível dizer a condição que Rivaldo tem aos 38 anos. Mas o peso de ter que organizar o jogo de um time como o São Paulo, já em final de carreira, pode ser muito grande até mesmo para quem já foi o melhor do planeta.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Com Tirone, Palmeiras terá paz política, mas o futebol ainda preocupa

O fato do pleito para presidente do Palmeiras ter três candidatos, sendo dois da situação, mostra a divisão existente dentre os conselheiros do clube. A desunião é grande ao ponto de Osório Furlan, candidato a vice de Salvador Hugo Palaia, dizer que negociaria Valdivia com o Fluminense caso a chapa saísse perdedora. Venceu a oposição de Arnaldo Tirone e Roberto Frizzo. A escolha parece a melhor do ponto-de-vista político. Tirone parece ter mais habilidade para lidar com a confusão política instalada dentro do clube. Um pouco de paz faz bem ao Palmeiras nesse momento. Para gerir o futebol, Paulo Nobre parecia ter ideias mais concretas.

No ano passado, o Palmeiras foi 11º colocado no Campeonato Paulista, 10º no Brasileiro, foi eliminado da Copa do Brasil pelo Atlético-GO (16º no campeonato nacional), e caiu na Sul-Americana para o rebaixado Goiás. O clube não contratou um reforço convincente, mas mesmo assim Tirone se disse otimista em relação ao desempenho do time – em entrevista à Rádio Globo antes das eleições.

Diante da afirmação, ainda o questionei: “Esse time vai brigar pelo o quê em 2011?”. O novo presidente disse que com mais dois ou três reforços, o Palmeiras será candidato ao título em todos os campeonatos que disputar. A não ser que o perfil das contratações mude, é difícil ser tão otimista quanto Tirone.

O futebol deve ser a base de formação de um círculo virtuoso dentro de um clube. Um bom time resulta na valorização de seus jogadores, no aumento da arrecadação com venda de ingressos e produtos do clube, com maior exposição na mídia e, consequentemente, melhores contratos de patrocínio. Vale o exemplo do Santos, que montou um bom time e, além das propostas por suas principais estrelas, recebe boas ofertas pelos coadjuvantes como Wesley e Zé Eduardo.

Tirone fala em investir nas categorias de base e não se desfazer dos principais jogadores – Kléber e Valdívia. A ideia é boa, mas o modelo não é original. Vai depender de uma boa safra de jovens – o que não aparece no clube há algum tempo. Ainda que a projeção não seja exatamente otimista, há um lado positivo: com um presidente definido, o ano finalmente começa para o Palmeiras.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

No embalo de Elano e Maikon Leite, Santos mostra segurança e velocidade

O Santos que fez sete gols em dois jogos, mantendo a ótima média de 2010, ainda não é o que Adilson Batista pretende usar na Libertadores da América. Danilo, Léo, Alan Patrick e Neymar estão com a seleção brasileira. Charles, Arouca e Ganso machucados. A partida contra o Mirassol marcou a estreia de Jonathan, com assistência para gol, de Elano, com assistência para gol, e mais uma ótima partida de Maikon Leite, especialmente no primeiro tempo.

Elano, uma das melhores contratações do futebol brasileiro para a temporada, não é craque. Não dá dribles fora do comum e dificilmente rende ações de marketing. Mas é útil ao time. Marca como volante, ataca como meia. Se precisar, corre como lateral. Mas não precisa. Para isso, Adilson conta com Jonathan, que viveu com o treinador os melhores momentos de sua carreira. Como jogava no Cruzeiro, livre para avançar, Jonathan deu assistência perfeita para o primeiro gol.

Enquanto não pode contar com Neymar, Adilson tem Maikon Leite. Mostrando forma ainda melhor do que a demonstrada antes da lesão, o jogo estava onde estava Maikon. Inicialmente pela esquerda, depois pelo lado direito.

Por natureza, o time do Santos é agressivo, joga de forma aguda. Adilson tentará dar mais posse de bola à equipe. Por enquanto, sem pelo menos seis titulares, a ideia é evitar problemas para se classificar bem no campeonato paulista. Seguro. Como é o futebol de Elano. Rápido e com momentos de brilho. Assim como é Maikon Leite. Assim será o Santos na primeira fase do estadual.

Leandro Guerreiro pode mudar o Cruzeiro, mas não resolve a principal carência da equipe


Dos contratados pelo Cruzeiro na temporada, um nome chama a atenção. Leandro Guerreiro saiu do Criciúma para o Botafogo por indicação de Cuca. Deixa o Rio de Janeiro também a pedido do treinador. Leandro deixou de ser um bom volante para se tornar um bom zagueiro. E é assim que deve jogar no Cruzeiro.

Contra o Corinthians, no final do campeonato brasileiro, Cuca voltou a acenar com a formação que utilizou no próprio Botafogo, ainda em 2007, com um falso lateral-esquerdo e praticamente três zagueiros. Na época, Luciano Almeida guardava posição pela esquerda e pouco subia. Jorge Henrique, teoricamente atacante, fazia o papel de ala.

No jogo do fatídico lance entre Gil e Ronaldo, o Cruzeiro foi superior ao Corinthians. Marquinhos Paraná jogou pela esquerda da defesa e Gilberto, como meia, bloqueava Alessandro e armava o jogo com Montillo. Taticamente, a partida do Cruzeiro foi praticamente perfeita. Com tempo para trabalhar durante a pré-temporada, pode ser assim que Cuca vai mudar a estrutura de Adilson Batista com três volantes alternando funções no meio.

Na 35ª rodada, o Fluminense empatou com o Goiás no Engenhão. Foi a última chance do Cruzeiro ultrapassar o time carioca. Pelo jogo que fez contra o Corinthians, o destino do campeonato poderia ter sido diferente. Há a lembrança do pênalti controverso sim, mas também do mau desempenho de Thiago Ribeiro e Wellington Paulista na partida. Taticamente o Cruzeiro pode evoluir com Leandro Guerreiro, mas o problema crônico do segundo semestre de 2010, a falta de um definidor, ainda precisa ser solucionado no clube.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Retrospecto aumenta o favoritismo do Brasil no pré-olímpico

Para ir a um torneio sub-23 é preciso se classificar em uma competição sub-20. A confusão entre Olimpíadas e pré-olimpíco se dá pela impossibilidade de adequar mais uma competição ao calendário, desfalcando equipes locais e da Europa. No Sul-Americano sub-20, o retrospecto do Brasil é altamente favorável.

Foram disputadas 25 edições e em 10 o Brasil venceu. Além disso, foi vice em mais sete edições. Em 17 dos 25 torneios, a seleção teria conseguido sair classificada para as Olimpíadas. Dos últimos quinze sub-20 disputados, apenas em um (1999), o Brasil não terminou entre os dois primeiros.

O retrospecto positivo é mostra da renovação que acontece melhor no país do que nos vizinhos. O time de Ney Franco é mais talentoso do que o da última edição. Tem a base do São Paulo com Bruno Uvini, Casemiro, Lucas e Henrique – além de Oscar, formado no Tricolor, mas que defende o Internacional. Do Santos tem Neymar, jogador mais promissor do futebol brasileiro desde o surgimento de Alexandre Pato, e laterais ofensivos e velozes como Alex Sandro e Danilo.

O time é ofensivo, técnico, altamente veloz e o retrospecto é favorável. A seleção brasileira não poderia ser mais favorita a estar em Londres no ano que vem.




domingo, 16 de janeiro de 2011

O Palmeiras do "parece mas não é"

O Palmeiras tem o goleiro Bruno, que não é aquele ex-Flamengo. Tem Cicinho que não é aquele, Rivaldo que não é aquele, Tinga que não é aquele, Dinei idem e Michael Jackson (ainda bem) também não é aquele. A equipe de Luís Felipe Scolari é o time do parece, mas não é.

Em 2010, a ideia era sofrer faltas para Marcos Assunção resolver. A temporada começa com o time tentando jogar, mas sem conseguir. Pela direita, Tinga e Márcio Araújo dialogam bem. Lincoln, lento e estático em campo, é o segundo atacante, ao lado de Kléber. Mas tem qualidade quando a bola chega... o problema é ela chegar. Pela esquerda, Rivaldo tem imensas dificuldades na marcação. A ponto de Marcos Assunção ter que guardar posição e não passar do meio-campo para protegê-lo. Assunção é lento e Luan precisa recuar para ajudá-lo.

Foi em cima de Rivaldo o gol do XV de Piracicaba em amistoso no meio da semana. No mesmo setor, da mesma maneira, a jogada mais perigosa do empate por 0 a 0 com o Botafogo de Ribeirão Preto, na estreia do paulista. O zagueiro Danilo chegou a admitir: “Enquanto Gabriel Silva não voltar da seleção, teremos problemas”.

A principal mudança do ano passado para 2011 é o trabalho que Luís Felipe Scolari poderá desenvolver. Em 2010, chegando no meio da temporada, Felipão não teve tempo de corrigir problemas na equipe. Agora, mesmo com um grupo limitado, o trabalho começa do zero.

Mas o início da temporada traz erros: no segundo tempo da estreia do paulista, Tinga passou a jogar centralizado e o time perdeu a única lucidez que tinha, pela direita do campo. Mesmo precisando fazer gol, Rivaldo só deu espaço a mais um jogador de ataque aos 43 minutos do segundo tempo – e mesmo assim, Luan recuou para ser lateral. Na prática o time não ficou mais ofensivo.

Na esteira do parece, mas não é, o Palmeiras de 2011 parece um time, mas ainda não é.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Ronaldinho ainda pode ser decisivo e faz bem ao futebol brasileiro

Ronaldinho Gaúcho pode jogar por Flamengo, Grêmio ou Palmeiras. Enquanto Assis leiloa, as torcidas se perguntam: que Ronaldinho volta ao Brasil? O duas vezes melhor do mundo do Barcelona ou o do Milan? O Ronaldinho do Milan, é a resposta. Certa vez, as vésperas de um Barcelona x Chelsea, o ex-capitão inglês John Terry disse: “A melhor forma de parar Ronaldinho? A patadas”. Hoje, não é mais.

Esqueça o camisa 10 de arrancadas fulminantes, força e explosão. Não foi assim que o jogador atuou nos quatro últimos anos. Ronaldinho ainda tem técnica, visão de jogo, passe diferenciado e se tiver espaço, muito provavelmente definirá o lance com precisão raramente vista no Brasil.

O jogador foi a referência do Milan na última temporada. Jogou 44 vezes (40 como titular) e marcou 15 gols, sendo vice-artilheiro do clube rossonero no campeonato italiano. Só havia jogado mais vezes em 2005/06, ano em que comandou o Barcelona na conquista do campeonato espanhol e da Liga dos Campeões. No time de Massimo Allegri, Gaúcho perdeu espaço. Participou de 16 dos 32 jogos e foi titular em apenas um terço da temporada – só fez um gol, contra o Auxerre. O declínio técnico vem ocorrendo ano após ano, mas a fase ruim (talvez a pior da carreira) é recente.

Nos dois últimos anos, Robinho, Fred, Ronaldo e Adriano retornaram ao futebol brasileiro. Todos, quando jogaram, foram bem. Fred e Ronaldo, apesar dos problemas físicos, são úteis a seus clubes quando conseguem ter uma mínima sequência de jogo. Robinho foi coadjuvante (como lhe é característico) de um ótimo time, mas sua importância é inegável. Adriano jogou bem em 2009, sua melhor temporada desde 2005, quando os problemas pessoais começaram a falar mais alto que o futebol.

Ronaldinho não se machuca como Fred e Ronaldo, não é inconstante como Adriano e é mais jogador do que Robinho. Não seja ingênuo: será o Gaúcho das baladas. Como assim foi em Paris, Barcelona e Milão – e ainda assim jogou em alto nível. Ronaldinho Gaúcho será útil onde jogar. Mais do que isso: fará bem ao futebol brasileiro. Está cada vez mais difícil dizer que nosso futebol “está nivelado por baixo”.