Depois de 21 anos, o Flamengo é campeão da Copa São Paulo de Futebol Júnior novamente. Mesmo que houvesse perdido a decisão para o Bahia, o clube carioca sairia como principal vencedor do torneio. É chover no molhado dizer que o intuito da competição na base é colocar em ação peças que possam chegar aos profissionais. O Flamengo foi, em toda a competição, quem mostrou ter mais nomes a serem observados por seu treinador principal. Cézar, Adrian, Thomas, Lucas, Rafinha e Negueba, se trabalhados, podem ser úteis à equipe profissional.
Ser campeão e ser vencedor da competição nem sempre querem dizer a mesma coisa. Em 2002, Portuguesa e Cruzeiro decidiram a Copinha. A Lusa jogou a final com Daniel, Jackson, Júnior, Fernandão e Júlio César; Bruno, Lelo, Danilo e Iotte (Gomes); Alex Afonso (Luís Henrique) e Kesley (Rafinha). O técnico era Edu Marangon. Dos 14 jogadores utilizados, nenhum obteve destaque entre os profissionais. O Cruzeiro, de Ney Franco, teve Gomes, Cleiton, Emerson, Irineu e Marcos Túlio (Paraguaio); Mancuso (Alemão), Jardel, Wendell e Walter Minhoca; Diego (Eraldo) e Kanu. Gomes e Wendell foram campeões brasileiros em 2003 pelo clube. O goleiro é titular do Tottenham e Wendell um dos principais nomes do Bordeaux.
No ano seguinte o Santo André foi campeão, mas o Palmeiras revelou Wagner Love. Em 2009, o Corinthians de Boquita foi campeão sobre o Atlético Paranaense de Manoel. O São Paulo de Henrique e Oscar, ambos na seleção sub-20, caiu nas semifinais. Quem foi o vencedor? Neymar nunca venceu uma Copa São Paulo. Nem Ganso, Kaká, Robinho, Diego ou Ronaldinho Gaúcho.
A redução na idade limite, de 20 para 18 anos, gera uma situação problemática para clubes e jogadores. A competição tem grande visibilidade e acompanhamento do torcedor, pela ausência de torneios profissionais no período em que é disputada. Logo, o garoto que se destaca é visto por todos e pressionado a ir já para o time de cima. Pior: precisa mostrar logo entre os profissionais o mesmo desempenho que tinha na base.
O Flamengo tem seis bons nomes a serem observados por Vanderlei Luxemburgo. Mesmo Luxemburgo que preferia Fábio Costa e não percebeu Renan Ribeiro, debaixo de seus olhos, no Atlético. A base do Flamengo pode ser útil no time de Ronaldinho Gaúcho, mas não conta, hoje, com um jogador pronto para vestir a camisa rubronegra. É hora de trabalhar, Vanderlei.
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