Antes de mais nada é bom que se diga: vem de fora para dentro o sentimento de que Celso Roth deve ser substituído para o ano que vem. Alexandre Kalil pensa que Celso é o homem certo para 2010 tanto que acertou a renovação do técnico no meio de setembro quando o time era o quarto colocado, quatro pontos atrás do líder Palmeiras.
É bom lembrar que Celso Roth assumiu a equipe após a perda do estadual e um dia antes do confronto com o Vitória pela Copa do Brasil. Hoje, seis meses e 25 dias depois, o time é sexto colocado no campeonato, tem o artilheiro da competição e brigou até a penúltima rodada da competição pelo título.
Parece ótimo, mas quem acompanhou sabe que não foi. Foi bom, poderia ter sido melhor. O grande erro de Roth, na opinião deste que escreve, foi não ter conseguido fazer o time jogar melhor quando chegaram Coelho, Benítez, Correa, Ricardinho e Renteria. Os jogadores qualificados chegaram e a equipe piorou, perdeu a sua principal característica e não manteve o mesmo desempenho que tinha.
Mas e aí? É o momento de se jogar na lata de lixo um trabalho surpreendente de seis meses e que não foi perfeito, mas foi bom? Definitivamente não. Ser sexto lugar é diferente de ser 12º, posição que no fim das contas também classifica o clube para a Libertadores.
A última vez que o Atlético terminou um campeonato brasileiro com um técnico e começou o seguinte com o mesmo comandante foi em 1991/92 com Jair Pereira. São 17 anos sem que haja continuidade, sem que um planejamento se confirme. Em 2007, Levir Culpi não quis continuar no time que montou e encorpou durante a Série B. Ainda em 2007, Leão não acertou a renovação e abandonou o grupo que ficou as 10 últimas rodadas sem perder. Os dois últimos bons trabalhos que mereciam mais tempo para se sonhar, efetivamente, com algo maior do que bons jogos.
É claro que existem trabalhos vitoriosos instantaneamente como o de Andrade no Flamengo (independentemente do resultado da última rodada), Dorival Júnior que levou o Cruzeiro à Libertadores ou o próprio Celso Roth, vice-campeão brasileiro com o Grêmio ano passado. A lógica, no entanto, é trabalho bem pensado, planejado e analisado mais do que com o coração.
Hoje o coração apaixonado da torcida quer Roth fora do Atlético. Será que o coração de Alexandre Kalil continua na arquibancada como ele costuma dizer? Eu acredito que não.
Um comentário:
Oi Marcelo.
Minhas considerações:
Grupo 1;
O Andrade foi bem porque pegou um junta junta de jogadores e disputou o título.
O Silas porque pegou um Avaí da segunda divisão e tirou leite de pedra.
O Adilson porque pegou o Henrique, Jonathan, Gérson Magrão e Marquinhos Paraná e os levou à final da Libertadores e à briga de uma vaga na Libertadores de 2010.
O Cuca porque pegou o Fluminense desacreditado e deu uma arrancada digna de entrar pra história.
Pra mim, estes foram os principais destaques.
Grupo 2;
Vários técnicos foram demitidos e ficaram pulando de clube a clube durante o campeonato.
Não vale a pena nem citar nomes. Sai da primeira, vai pra segunda, volta pra primeira e cai pra terceira.
Mais o Ricardo Gomes que pegou um time montado e não fez lambança. Levou o São Paulo à disputa do título mais uma vez.
Já o Roth se manteve no cargo durante todo o campeonato.
No início, levou o Atlético à liderança do campeonato.
Brigou até setembro pela liderança, quando seu contrato foi renovado.
Depois que chegaram os reforços, ele não conseguiu mudar o jeito do time jogar, já que não dava pra jogar mais em contra ataques.
Teve toda a esperança da torcida em alguma conquista ou vaga na Libertadores, o que é o pior que podia acontecer pra ele.
Pra mim, ele se encaixa mais no grupo 1 do que no grupo 2.
Acho que ele fez mágica no início do campeonato e faltou tempo pra conseguir evoluir no final.
O problema é que a torcida alimenta esperanças de dar a sorte do Flamengo.
Já o Kalil espera fazer, a longo prazo, um Atlético com a estrutura do São Paulo. Será que dá conta de esperar?
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