segunda-feira, 30 de agosto de 2010

O pior cego

Quando foi divulgada a escalação do Palmeiras, estava claro o que Luís Felipe Scolari pretendia: bloquear o ataque do Atlético com três zagueiros e três volantes, Valdívia e Kléber na frente. O esquema deu certo no primeiro tempo e a equipe paulista criou três boas chances de abrir o placar contra uma do alvinegro.

No segundo tempo, Vanderlei trocou Mendéz por Serginho. O volante se movimentava mais e encontrou espaço a frente da área para servir Neto Berola – muito mais perigoso que Diego Tardelli e Diego Souza durante todo o jogo – abrir o placar. O gol saiu aos 7 e nos 10 minutos seguintes o Atlético teve duas chances de definir a partida.

Scolari enxergou que virar o jogo com Pierre e Edinho trabalhando na armação seria impossível. Tirou Fabrício e o exausto Valdívia para promover as entradas de Tinga e Luan – atacante rápido que atua pela esquerda e obviamente tentaria aproveitar os espaços deixados por Rafael Cruz, lateral-direito atleticano. Luan teve espaço para finalizar no gol de Marcos Assunção, após falha da Fábio Costa. Mais dez minutos e o atacante começa a jogada que Kléber conclui para virar o placar. Novamente pela esquerda.

Em 10 minutos, o Palmeiras ganhou o jogo com duas alterações e explorando só um lado do campo. Mostrou ser o Palmeiras de duas caras que alterna ótimos e péssimos momentos ao qual Scolari havia se referido na quinta-feira. O que Felipão viu e mudou, Vanderlei Luxemburgo não se deu conta. Após o jogo, Vanderlei falou de sua história, do projeto que tem no clube e dos desfalques. Discurso idêntico ao utilizado depois de empatar com o Flamengo. Luxemburgo não mencionou a queda de rendimento de Diego Tardelli que marcou gol em apenas dois jogos pós-Copa do Mundo, não se posiciona sobre Diego Souza que fez 12 jogos e um gol pela equipe.

Na quinta-feira, o treinador não percebeu que faltava alguém de velocidade para vencer o jogo contra o rubro-negro. No domingo não viu por onde o Palmeiras o derrotou. A luz amarela que se acende na Cidade do Galo não vem da queda da manteiga, da falta de fome ou do despertador. O problema é dos óculos ou lentes de contato que não têm permitido ao treinador ver que seu time carece de futebol. Sem detectar onde estão os problemas fica mais difícil corrigi-los. Hoje o torcedor tem razão em se sentir preocupado.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

"O campeonato se decide agora"

A ideia é do técnico Adilson Batista, em conversa ontem por telefone. O técnico do Corinthians se refere às 15 rodadas disputadas entre o último final de semana e o dia 10 de outubro. É praticamente um turno espremido em 50 dias – de um campeonato que vai de maio a dezembro. Ao final da sequência será possível apontar quem vai brigar para ser campeão, quem tenta se salvar do rebaixamento e, na zona intermediária, quem tentará arrancar para garantir vaga na Libertadores.

Hoje, é possível ver o elenco do Fluminense mais preparado do que o do Corinthians para a sequência de jogos no final e meio de semana. Muricy Ramalho vai contar, em pouco tempo, com Valencia, Fred, Belleti e Deco além do time que já tem 12 jogos de invencibilidade. Do outro lado, Adilson Batista encontra dificuldades para substituir os laterais quando preciso, além de não contar com um ataque confiável – que marcou apenas oito dos 27 gols da equipe na competição.

Em 2009, após 15 rodadas, o Flamengo tinha seis pontos de desvantagem para o Palmeiras, então líder com 31. Hoje a diferença do Fluminense para Botafogo e Ceará é de sete pontos (Santos e Internacional, que têm um jogo a menos podem também chegar a essa diferença).

O técnico do Corinthians vê Santos, Internacional, Cruzeiro, Botafogo e Vasco como os que podem se aproximar dos líderes. A história mostra que a reação para quem vem de baixo ainda é possível, mas vai depender também de uma queda de rendimento daqueles que sobram até aqui. O certo é que ou se tira a diferença agora ou a briga que já é polarizada na 15ª rodada, vai se tornar exclusiva ainda em outubro.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Mineiros correm risco de ser apenas figurantes em 2010

Na Vila Belmiro, o Atlético fez um bom primeiro tempo, mas caiu diante do Santos. Em Ipatinga, o Cruzeiro teve alguns bons momentos, mas viu o Vitória quebrar um jejum de 12 anos sem derrotar a Raposa em Minas Gerais. A rodada ruim dos mineiros aponta para a falta de estabilidade das equipes após 15 rodadas.

O Galo conseguia bloquear bem o ataque do Santos no primeiro tempo e levava perigo nos contragolpes, especialmente com Neto Berola nas costas de Pará. Logo aos 10 minutos da etapa final, o pênalti de Werley e convertido por Neymar obrigou Vanderlei Luxemburgo a avançar sua equipe – pênalti mal marcado, o zagueiro não teve a intenção de tocar a bola com a mão e nem estava com o braço deliberadamente aberto. O Atlético cresceu, conseguia pressionar o Peixe em seu campo, mas em contragolpe bem armado, Danilo fez o segundo – quarto gol do lateral/volante na carreira, três deles contra o Atlético.

O Santos se renova com Keirrison, Danilo e Zezinho nas vagas antes ocupadas por André, Robinho e Wesley. A equipe continua veloz, insinuante e segue contando com o talento de Neymar e Ganso para desequilibrar os jogos. É possível afirmar que o Atlético evoluiu como time. O impossível é dizer que esta equipe ainda vai brigar por algo no campeonato brasileiro – a não ser que haja uma super e improvável arrancada. Melhorar o time no campeonato brasileiro, evitar o rebaixamento e jogar as fichas na Copa Sul-Americana parece a decisão mais inteligente no momento.

Do outro lado, o Cruzeiro não parava para pensar o jogo. Não conseguia explorar o espaço deixado pelas boas subidas de Egídio ao ataque; não invertia o jogo e tentava surpreender a defesa baiana com Diego Renan em diagonal pela esquerda com a aproximação de Jones. Pouco faz a Raposa além de entregar a bola a Montillo e esperar que ele decida o que fazer com o jogo. Bem anulado pela segunda vez em 15 dias por Toninho Cecílio (a primeira foi com o Grêmio Prudente), o Cruzeiro se perdeu após o belo gol marcado por Júnior e o Vitória poderia ter feito mais gols, tivesse aproveitado os contra-ataques criados após as boas entradas de Renato e Soares.

A equipe baiana mostra que está disposta a não se prender à perda da Copa do Brasil e eliminação na Sul-Americana. Se conseguir manter o bom desempenho de peças como Egídio, Anderson Martins, Elkesson e Júnior pode superar o 10º lugar de 2008, melhor campanha do clube na era dos ponos corridos, e brigar na metade de cima da tabela.

O Cruzeiro perde a primeira em casa, mas tem o terceiro pior desempenho da competição como mandante. O Atlético é o pior visitante do campeonato. Extremos que ajudam a explicar o desempenho mediano da Raposa e pífio do Atlético. Até 10 de outubro serão disputadas mais 14 rodadas. Ou os mineiros detectam os erros agora, ou 2010 será um ano, na melhor das hipóteses, de figuração para os dois.

sábado, 21 de agosto de 2010

Raio-x da 15ª rodada

Botafogo x Avaí: com três vitórias seguidas, o clube carioca saiu do 17º para o quarto lugar no campeonato. Sem Alessandro, suspenso, Somália atuará como ala pela direita. O Avaí conquistou 14 dos 21 pontos disputados pós-Copa. A equipe catarinense só não ficou entre os seis primeiros do campeonato em três das 11 rodadas disputadas. A partida contra o Botafogo será a oitava da equipe no período de um mês e Antônio Lopes manda a campo uma equipe praticamente reserva. Renan, Emerson e Vandinho serão os únicos titulares.
Palpite: Botafogo

Goiás x G. Prudente: confronto do antepenúltimo contra o penúltimo colocado. Após a Copa do Mundo, o Goiás ainda não venceu pelo Brasileirão: são três empates e quatro derrotas. Pedrão vai enfrentar seu ex-clube pela primeira vez. O Prudente só derrotou o Grêmio depois do mundial e as três vitórias no campeonato foram contra equipes piores colocadas na tabela (não fossem os pontos perdidos): Atlético-MG, Atlético-GO e Grêmio. Ano passado, empate no Serra Dourada por 2 a 2.
Palpite: Goiás

Ceará x Grêmio: antes da Copa, o Ceará havia conquistado 17 pontos, mais sete jogos e quatro pontos ganhos. No último confronto entre as equipes, o Grêmio venceu no Castelão por 4 a 3 pela série B. Em 1994, Grêmio e Ceará decidiram a Copa do Brasil e o time gaúcho foi campeão com gol de Nildo. Borges deve permanecer no banco com Souza e Douglas mais próximos de Jonas. O Ceará segue sem Misael e não contará também com Oziel. Camilo deve ser escalado no ataque, ao lado de Washington.
Palpite: Grêmio

Santos x Atlético-MG: pelo campeonato brasileiro, o Santos não derrota o Atlético-MG na Vila Belmiro desde 2005. As equipes vêm bastante modificadas em relação ao confronto da Copa do Brasil. Do lado paulista, seis mudanças e no Galo sete alterações. A equipe mineira ainda não venceu fora de casa e só marcou gol duas vezes como visitante. O Santos só não fez gol uma vez na Vila Belmiro na temporada – contra o Fluminense. Keirrison estreia no Peixe e Rever no Galo.
Palpite: Santos

Guarani x Palmeiras: após a Copa do Mundo, o Guarani só venceu o Avaí e sofreu 13 gols em sete partidas. Fabão, expulso na última rodada, desfalca a equipe. O time de Luís Felipe Scolari vem de duas vitórias seguidas e de classificação épica diante do Vitória na Sul-Americana. Valdivia deve ficar no banco pela primeira vez desde que retornou ao clube. No campeonato paulista do ano passado, vitória palmeirense por 1 a 0, gol de Deyvid Sacconi. Kléber volta à equipe após cumprir suspensão na Sul-Americana.
Palpite: Palmeiras

Atlético-PR x Flamengo: o Furacão terá Maicon Leite como titular, na vaga de Guerrón. Depois de derrotar Santos e Goiás, o time paranaense não vence há três rodadas. O Flamengo terá Leandro Amaral como titular pela segunda vez. Depois de três jogos sem marcar, Petkovic fez de pênalti o gol contra o Ceará. Em Curitiba, o Flamengo não vence o Atlético há 36 anos por campeonato brasileiro. A última vez foi em 1974, 2x1 com gols de Zico e Paulinho. De lá para cá, 15 jogos com 11 vitórias do Furacão e quatro empates.
Palpite: empate

Internacional x Atlético-GO: depois do título da Libertadores, Celso Roth deve mandar a campo uma equipe totalmente reserva, com as presenças de Giuliano e Leandro Damião que viraram a partida contra o Chivas. No Brasileiro, Giuliano marcou dois gols – contra Palmeiras e Goiás. O Colorado tem um jogo a menos (contra o Santos, adiado para 13/10). Um empate a mais e estaria em quarto lugar. O Atlético só conseguiu um ponto e marcou três gols nos seis jogos que fez como visitante. Durante a semana, o clube anunciou as contratações de Josiel e Diogo Galvão.
Palpite: Internacional

Cruzeiro x Vitória: o time mineiro tem o segundo pior desempenho como mandante do campeonato com duas vitórias e quatro empates em seis jogos. Nas últimas cinco rodadas, a Raposa venceu apenas o clássico contra o Atlético. Cuca não conta mais uma vez com Gilberto e Jonathan. Jones, que fez dois gols e foi expulso duas vezes em 12 jogos no campeonato carioca, fará sua estreia. O Vitória tem o terceiro pior desempenho como visitante com três pontos e nenhuma vitória fora do Barradão. Há duas, Toninho Cecílio enfrentou o Cruzeiro no Ipatingão com o Prudente e empatou por 0 a 0.
Palpite: Cruzeiro

Corinthians x São Paulo: o Corinthians venceu todos os jogos que fez como mandante, mas empatou com o Palmeiras no Pacaembu. Dos 24 gols marcados no campeonato, apenas oito foram dos atacantes, mesmo número de gols de Bruno César. A última vitória do São Paulo no clássico em campeonatos brasileiros foi em 2006: 3 a 1 em São José do Rio Preto. Depois da Copa, o Tricolor venceu apenas um jogo pelo Brasileirão: 2 a 1 no Ceará. Alex Silva e Richarlyson seguem fora, mas Rodrigo Souto e Miranda voltam à equipe.
Palpite: Corinthians

Vasco x Fluminense: com 65 mil pagantes, o jogo terá o maior púbico da edição do campeonato brasileiro. Em brasileiros, a vantagem do Vasco é de um gol. 12 vitórias para cada lado, 18 empates e 51 gols marcados pelos cruz-maltinos e 50 pelos tricolores. Deco deve ficar no banco e estrear durante o jogo. A última vitória do Fluminense no clássico aconteceu em 2008, 2x1 pelo estadual, gols de Thiago Neves e Washington com Edmundo descontando. Nos últimos 15 jogos, 11 empates. Depois do mundial, o Vasco fez 15 pontos e o Fluminense 17 – melhores desempenhos da Série A.
Palpite: Fluminense

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Colorado de glórias, orgulho do Brasil

O Internacional foi campeão da Libertadores pela segunda vez graças aos gols do predestinado Giuliano contra Banfield, Estudiantes, São Paulo e Chivas. Por conta também da chegada de Celso Roth que fez Taíson reencontrar o bom futebol e Kleber voltar a jogar bem. Além de Sandro, Guiñazu, D’Alessandro e a dupla Bolívar e Índio também fundamentais.

Por tudo isso, o Colorado foi campeão da América, mas por conta da administração séria e competente de Fernando Carvalho e Vitório Pífero, conseguiu a segunda conquista da Libertadores em cinco anos. 2010 aparece como auge de um trabalho que já dura oito temporadas e começou com a reconstrução do clube. Em 2002, o Inter quase foi rebaixado para a segunda divisão do campeonato brasileiro – salvo com gol de Maicon Librelato contra o Paysandu na última rodada.

A virada veio com o programa de sócios que possui mais de 100 mil torcedores que geram receita de aproximadamente 40 milhões de reais por ano. Contasse o Colorado apenas com receitas de patrocínio, cota de televisão e materiais esportivos, seria o 11º colocado em arrecadação anual no futebol brasileiro - de acordo com Fernando Gavini, da ESPN Brasil. A salvação econômica que garante investimentos dentro do clube e na contratação de reforços vem da força de sua torcida.

Hoje o Brasil vê Luís Álvaro de Oliveira, presidente do Santos, usar muita criatividade para tentar manter Neymar na Vila – abrindo mão, por hora, do retorno financeiro. É hora do restante dos dirigentes perceberem que não há como competir com o dinheiro estrangeiro, mas existem alternativas para mudar o panorama do esporte no país. Seja com sócios, ações de marketing ou outros invetimentos.

O Internacional merece ser elogiado pelo que se tornou, mas para haver melhora do futebol no país, o Colorado precisa, principalmente, ser observado.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Depois de 10 anos, Roth pode ser campeão e tirar o "mas" de sua carreira

Na noite de quarta-feira, diante do Chivas, o futebol pode corrigir uma injustiça e dar a Celso Roth o seu primeiro título expressivo em 22 anos de carreira. Desde que chegou ao Internacional no final de 1996, Roth treinou onze clubes, contabilizando duas passagens por Vasco e Atlético-MG e três por Grêmio e pelo próprio Inter.

O gaúcho de 52 anos tem no currículo uma Copa Nordeste, pelo Sport em 2000, uma Copa Sul pelo Grêmio em 1999 e dois campeonatos gaúchos, em 97 pelo Inter e 99 pelo Tricolor. Há 10 anos sem títulos, o treinador colecionou bons trabalhos, sempre com o “mas” diminuindo a qualidade do trabalho pela falta de conquistas.

Roth levou o Colorado ao quarto lugar do Campeonato Brasileiro de 1997, o Grêmio às quartas-de-final de 98 e às semi em 2000, foi quem lançou Robinho e Diego no Santos em 2002, tem as duas melhores campanhas por pontos corridos do Atlético-MG (deixou o time em 6º em 2003 e foi 7º em 2009), foi sexto colocado com o Goiás em 2004 – segunda melhor colocação da história do clube – salvou o Botafogo do rebaixamento em 2005 e foi vice-campeão nacional com o Grêmio em 2008.

Quase sempre trabalhos consistentes, porém sempre há o mas... Caso conquiste a América dirigindo o Internacional em quatro jogos na competição, o treinador será o nono brasileiro campeão da Libertadores. Além de colocar a quinta taça no currículo, Celso Roth pode também tirar o “mas” de sua carreira.

domingo, 15 de agosto de 2010

Empate não deve ser encarado como derrota, mas lição para o Cruzeiro

O Cruzeiro começou o jogo contra o São Paulo tomando a iniciativa do jogo: finalizou três vezes em quinze minutos e tinha Montillo organizando bem a equipe. A primeira finalização do time paulista foi com Cléber Santana, cara-a-cara com Fábio aos 15 minutos, em bola que o goleiro fez grande defesa. A partir daí a equipe de Sérgio Baresi se encontrou. Encurtou o espaço que tinha o camisa 10 adversário, não deixava o Cruzeiro armar e pressionou até o final do primeiro tempo. Antes do gol do Casemiro, o time paulista já havia perdido outras duas boas chances com Ricardo Oliveira e Fernandão – em outra excelente defesa de Fábio.

No segundo tempo, Cuca voltou com Caçapa na vaga de Diego Renan. Com o meio-campo mais avançado, o Cruzeiro trocava mais passes, não esticava a bola para Thiago Ribeiro pelo lado do campo ou Wellington Paulista entre os zagueiros. Roger entrou na vaga de Everton e o passe melhorou, e o time passou a jogar ainda mais próximo. As estatísticas apontam 105 passes do time mineiro no primeiro tempo e 211 no segundo.

O dobro de passes de uma equipe que apostou na bola curta e assim chegou a dois gols, o segundo em jogada de Wellington Paulista para Roger e depois Montillo lançar Thiago em diagonal para marcar. A imagem mostra o fluxo de passes do Cruzeiro no segundo tempo: Montillo era o jogador mais procurado e Thiago Ribeiro deixou o lado do campo para jogar mais próximo do gol.

O antídoto de Sérgio Baresi era o contragolpe com Fernandinho na vaga de Marlos e Jorge Wagner para dar o passe longo que Carlinhos Paraíba não conseguia. O gol de empate sai em jogada pela direita, por onde a equipe paulista mais tentou no segundo tempo – como mostra a imagem ao lado. Cuca poderia ter protegido melhor sua defesa no final do jogo, recompondo o setor que foi sacrificado para tentar buscar a vitória.


O empate soa como castigo ao Cruzeiro que vencia até os 45 minutos do segundo tempo, mas não é injusto pelo que produziu o São Paulo na etapa inicial. Enquanto Sérgio Baresi tenta manter o São Paulo competitivo sem Hernanes e Dagoberto, o que Cuca pode levar como lição é que o time que troca o dobro de passes no segundo tempo é bem melhor. O Cruzeiro da bola curta e que joga de maneira compacta é o que pode brigar entre os primeiros colocados no campeonato brasileiro.

Enfim, Atlético vence como um time,

Qual a diferença do Guarani que começou a rodada na nona colocação para o Atlético-MG que era o 19º? A qualidade de Diego Tardelli, Diego Souza, Ricardinho, Cáceres e Fábio Costa é maior que a de uma equipe que tem no ascendente Mazola sua principal atração. O que faz a equipe paulista estar mais bem colocada é o fato do Guarani ser um time – o que os comandados de Vanderlei Luxemburgo ainda não conseguiram formar.

No primeiro tempo, jogo equilibrado com uma bola na trave para cada lado e um gol perdido cara-a-cara com o goleiro pelas duas equipes. O Atlético não precisava do jogo franco, não precisava ceder o campo que dava ao Guarani para ser perigoso e foi o que Luxemburgo mudou para a etapa final. Colocou Jataí, volante, e impediu que o passe alcançasse Ricardo Xavier. Serginho passou a jogar com Rafael Cruz pela direita e Tardelli participou mais do jogo, próximo à área como goleador que é – chegou a 23 na temporada e 63 em 92 jogos com a camisa do Galo.

Para vencer o Guarani, o Atlético precisou ser um time. O jogo aberto do primeiro tempo se transformou em pressão no segundo quando o time passou a ser mais competitivo com um marcador a mais, não permitindo que o Bugre o agredisse. Se a ideia for brigar na parte de cima da tabela, o alvinegro precisa se acostumar a ser um conjunto organizado. Mais do que isso, precisa recuperar o tempo perdido nas treze primeiras rodadas.

Da partida contra o Santos, na próxima rodada, até 10 de outubro quando serão disputadas 15 jogos. Na 29ª rodada de 2009, o Flamengo tinha 47 pontos e o Cruzeiro 42. O Atlético tem que fazer 29 pontos em 15 jogos para chegar ao final da sequência que se aproxima em condições iguais a do Cruzeiro, quarto colocado no final do campeonato anterior. Para ter a pontuação que tinha o campeão, a nove jogos do fim da competição, a equipe de Luxemburgo pode perder 11 pontos nos próximos 15 jogos.

Parece muito difícil para quem, somente no meio de agosto, dá a sensação de ser um time em evolução. Se a arrancada não for espetacular, o atleticano vai precisar olhar cada vez mais para a tabela da Sul-Americana e se preocupar em ser melhor que o 17º colocado do Brasileirão.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Brasileirão: raio-X da 14ª rodada

Atlético-GO x Botafogo: o time goiano tem duas vitórias, as duas em casa. Robston, suspenso, fica de fora. O Botafogo com 23 gols marcados é dono do melhor ataque do torneio. Herrera (cinco) e Antônio Carlos (quatro) são os artilheiros. Joel Santana conta com todos os titulares e Loco Abreu, ainda em condições físicas deficientes, não fica nem no banco. O time carioca está invicto há cinco rodadas.
Palpite: Botafogo

Atlético-MG x Guarani: no meio de semana, pela Sul-Americana, o Atlético voltou a vencer, o que não acontecia há seis jogos e voltou a fazer gols depois de quatro partidas em branco. As duas equipes venceram apenas um jogo depois do mundial pelo Brasileiro. Diego Macedo, Campos, Fernandinho, Zé Luís e Daniel Carvalho são desfalques no Galo. O Guarani não terá Baiano e Preto entra na vaga. Fora de casa, apenas uma vitória: sobre o Vasco. A diretoria pagou na sexta-feira o salário de junho, mas o de julho ainda não foi pago.
Palpite: Atlético-MG

Flamengo x Ceará: no Maracanã, o Flamengo tem duas vitórias, quatro empates e duas derrotas. Já são três jogos sem fazer gol, o clube é dono do quarto pior ataque da competição. Leandro Amaral fará dupla com Val Baiano e Renato entra no meio-campo. Se vencer, a equipe pode ganhar até cinco posições. O Ceará tem o pior ataque e a melhor defesa do campeonato. Careca, Misael e Erick Flores não jogam. Diego, ex-goleiro do Flamengo, enfrenta o rubro-negro pela primeira vez. Mesmo sem vencer há seis jogos, o Ceará está a 10 rodadas no G-4.
Palpite: empate

Palmeiras x Atlético-PR: sem Armero, Rivaldo jogará improvisado na lateral-esquerda. Kleber, também suspenso, fica de fora. Nos últimos 10 jogos, o Palmeiras venceu apenas uma vez e Scolari conseguiu quatro empates e dois empates nas seis partidas que fez. A 13ª colocação é a pior do clube no campeonato. O Atlético-PR não conta com Márcio Azevedo, suspenso. O jogo poderia marcar o reencontro de Danilo e Manoel após o episódio de racismo na Copa do Brasil, mas Manoel também está suspenso. O Furacão só venceu o Goiás como visitante no campeonato.
Palpite: empate

São Paulo x Cruzeiro: Sérgio Baresi, interino que substitui o interino Milton Cruz, não pode contar com Xandão, Miranda ou Alex Silva para a zaga, além de Richarlyson e Rodrigo Souto no meio-campo – além de Hernanes, recém vendido à Lazio. Dagoberto perde espaço no time que deve ter Ricardo Oliveira e Fernandão no ataque. O Cruzeiro conta com os retornos de Gil, Roger e Thiago Ribeiro, além de contar com Montillo, recém-contratado junto à Univsersidad do Chile. Nos últimos 10 confrontos no Morumbi, cinco vitórias paulistas, duas mineiras e três empates.
Palpite: Cruzeiro

Avaí x Corinthians: depois da Copa do Mundo, o Avaí enfrentou três dos quatro grandes de São Paulo: venceu São Paulo (2x1), Palmeiras (4x2) e Santos, pela Sul-Americana, (3x1). Vandinho, que marcou dois gols na quinta-feira, segue na vaga de Roberto, machucado. Adilson Batista conta com o retorno de Bruno César, mas não terá Dentinho. O Corinthians liderou nove das treze rodadas do campeonato e sua pior colocação foi o terceiro lugar na primeira rodada. A única derrota aconteceu como visitante: 3 a 1 para o Atlético-GO.
Palpite: empate

G. Prudente x Vasco: o time paulista não vence há seis partidas (contando os jogos pela Sul-Americana) e marcou apenas dois gols nesta sequência. Em casa, apenas uma derrota: para o Santos há duas semanas. O Vasco subiu oito posições nas seis rodadas após a Copa do Mundo com três vitórias em casa e mais três empates como visitante. PC Gusmão é o único treinador invicto da competição: oito vitórias e cinco empates. Éder Luís deve ser titular pela primeira vez, entrando na vaga de Carlos Alberto, expulso contra o Vitória.
Palpite: empate

Fluminense x Internacional: o time de Muricy Ramalho tem aproveitamento idêntico ao do São Paulo, campeão brasileiro de 2006, em 13 rodadas. O próprio Muricy admite semelhanças entre os elencos. A equipe carioca conquistou oito vitórias e dois empates nas dez últimas rodadas. Em casa, o Flu venceu seis vezes e empatou uma (Grêmio Prudente). Carlinhos e Fernando Bob são desfalques, além de Belletti e Fred. O Inter vai a campo com o time reserva. Depois da Copa do Mundo, quatro vitórias e dois empates pelo Brasileiro. A equipe ganhou doze posições.
Palpite: Fluminense

Vitória x Santos: as equipes voltam a se enfrentar após a decisão da Copa do Brasil. Dos que disputaram a decisão há 10 dias, nove jogadores não estarão em campo: o time baiano não conta com Viáfara, Nino Paraíba, Neto Coruja e Elksson, além do técnico Ricardo Silva. O Peixe não terá Rafael, Alan Patrick, Wesley, Neymar, Robinho e André. Wesley está sendo negociado com o Werder Bremem por 7,5 milhões de euros. Fora de casa, o Santos venceu dois dos sete jogos que disputou.
Palpite: Vitória

Grêmio x Goiás: o time gaúcho venceu apenas um dos últimos dez jogos que disputou. Rodrigo foi dispensado durante a semana e vai atrás de Rodolfo que trabalhou com Renato Gaúcho no Fluminense em 2003. Renato terá o retorno de Borges e promove ainda a entradas de Ozeia. O tricolor está a cinco rodadas na zona de rebaixamento. O Goiás venceu o Grêmio em 2008, empatou em 2009 e voltou a vencer na temporada atual. No campeonato brasileiro, são seis jogos sem vencer. Fora do Serra Dourada, uma vitória: sobre o Flamengo no Maracanã.
Palpite: Grêmio

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Classificação dá ânimo ao Atlético, falta agora o bom futebol

Vanderlei Luxemburgo errou. Assim começou o jogo contra o Grêmio Prudente, com três zagueiros para dar liberdade a Diego Macedo e Fernandinho e com Diego Souza como segundo atacante ao lado de Ricardo Bueno. O antídoto do Prudente era jogar com Wanderley em cima de Jairo Campos e com Wesley e Rafael Martins se aproximando em diagonal.

Nos primeiros 30 minutos, o Galo não criou e quase foi surpreendido duas vezes pelo Prudente. A entrada de Neto Berola no lugar de Campos, ainda no primeiro tempo, deu ao time movimentação e passou a jogar de forma mais rápida. A equipe paulista recuava e o Atlético não conseguia penetrar na defesa. A dupla de volantes João Pedro e Serginho não produzia, Ricardinho e Diego Souza faziam partida discreta e restava tentar pelos lados do campo a bola aérea com a entrada de Obina. Fora de ritmo e bem marcado, o atacante perdeu na corrida a única chance que teria de marcar.

No lance do gol, bola no chão de Neto Berola para Diego Souza, daí para Ricardinho. Gol trabalhado, com a bola passando pelos pés de dois jogadores de talento reconhecido depois de jogada iniciada por Berola – o melhor da partida. O gol de qualidade mostra o potencial que tem o Atlético; o fato de uma das poucas jogadas construídas ter acontecido aos 47 minutos do segundo tempo mostra o quanto a equipe de Vanderlei Luxemburgo está longe do que se espera.

Mais do que estar vivo na Sul-Americana, o Galo segue vivo em 2010. O torneio se torna o “plano A” para salvar a temporada de altos investimentos à medida que a reação no campeonato brasileiro fica distante pelas péssimas 13 rodadas – o clube já soma nove derrotas, número igual ao do Flamengo campeão de 2009.

Embora seja impossível apontar evolução no conjunto, a vitória de forma dramática dá ânimo. A partida contra o Grêmio Prudente não deveria ser o jogo da evolução, e sim o jogo da classificação – a partida que garantiria perspectiva de título ainda em 2010. Uma vitória com gol aos 47 minutos e meio do segundo tempo pode ser emblemática para marcar a virada que a equipe procura.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Cuca foi muito prudente, poderia ter inventado mais

O Cruzeiro que entrou em campo para enfrentar o Grêmio Prudente não contava com Gilberto, Roger e Thiago Ribeiro. Três peças importantes no sistema ofensivo e sem substitutos de características parecidas. Some-se a isso o bom desempenho da equipe paulista contra as mais tradicionais: empate com Palmeiras, Fluminense, São Paulo e Corinthians, além de vitória sobre Atlético-MG e Grêmio. Pronto. Estava claro o cenário do jogo em Ipatinga: o Cruzeiro sem forças para agredir e o Prudente com cara de zebra.

A rigor, o time mineiro criou uma jogada, com Marquinhos Paraná lançando Jonathan e este passando para Wellington Paulista finalizar para fora, aos 15 minutos do primeiro tempo. Muito pouco para quem poderia ter chegado à terceira colocação caso tivesse vencido a partida. O Prudente, mesmo com a dupla de zaga e o lateral-esquerdo reserva, se defendeu sem dificuldades e ainda arriscou contragolpes com Wesley e Rafael Martins no segundo tempo.

O time já se mostra diferente da equipe antes comandada por Adilson. Embora estivesse sem peças, Cuca poderia ter criado alternativas: Henrique finaliza bem de longe, Fabrício tem boa arrancada, Éverton aparece como elemento surpresa e Jonathan entra bem em diagonal para finalizar. Saber aproveitar as características dos jogadores que tem à disposição ainda não passa pelo repertório do novo técnico – até por não conhecer o grupo.

Tivesse o treinador Gilberto, Roger, Thiago Ribeiro ou até mesmo o recém-chegado Montillo à disposição, o jogo em Ipatinga poderia ter sido totalmente diferente do remédio para insônia que se tornou. Sem os jogadores ideais para as posições, faltou para Cuca o que Adilson tanto fazia: faltou inventar.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Dorival sabe aproveitar talentos, por isso montou um time campeão

O Santos é o campeão com maior número de derrotas da história da Copa do Brasil – quatro – e também o único a conquistar o título com derrota na finalíssima. Meros detalhes. O Santos é o novo campeão. Campeão de tudo no futebol brasileiro: Taça Brasil (cinco), Roberto Gomes Pedrosa, Campeonato Brasileiro e Copa do Brasil. Apenas o Palmeiras é dono do mesmo feito.

O time que entrou em campo no Barradão tinha média de idade de 22,8 anos, quatro jogadores que praticamente só atacam, volantes e laterais ofensivos. Por mais que o talento seja incontestável, apostar em colocá-los em campo, todos juntos, é mérito de quem comanda. Como fazer uma equipe tão jovem vencedora? Dando jogo a quem tem futebol. Dorival Júnior colocou Wesley no time porque não havia como deixá-lo de fora, embora a ideia no início do ano não fosse de utilizá-lo como segundo volante. O mesmo pode-se dizer de André, que ganhou a posição de Marquinhos, jogador mais recuado, ou Alex Sandro com mais velocidade que Léo.

Dorival Júnior começou sua carreira de treinador em 2003, foi campeão estadual em 2004, 2005, 2006, 2008 e 2010. Em 2009 ganhou a série B e em 2007 foi vice paulista pelo São Caetano (depois de eliminar o São Paulo com goleada por 4 a 1 no Morumbi) e levou o Cruzeiro à Libertadores – assumindo uma equipe devastada com o 4 a 0 sofrido diante do Atlético na final do estadual.

Dorival é hoje quem mais sabe utilizar os talentos que tem em mãos. O Santos é altamente ofensivo, assim como era o Cruzeiro, autor de 73 gols no Brasileiro de 2007. O Coritiba não marcava tantos gols, não tinha vocação ofensiva, mas Keirrison jogava. Foi artilheiro e revelação do campeonato brasileiro. O Vasco ganhou a série B com a melhor defesa.

Os meninos da Vila são ótimos, uma geração rara. Rara e que poderia ter se perdido em equipes burocráticas, não fosse o talento de seu treinador. E Dorival tem sete anos de carreira, um menino na profissão.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Brasileiros comemoram vitória mexicana em Santiago

O Chivas eliminou a Universidad do Chile por 2 a 0, jogando em Santiago. As equipes têm forças parecidas, bons nomes individuais e conjunto. Antes da paralisação para a Copa do Mundo, LaU tinha bom retrospecto fora de casa e apenas regular como mandante. O Chivas, nos quatro jogos disputados, duas vitórias no México (3x0) e duas derrotas fora (2x0). A boa nova fica por conta do que representa, para os brasileiros, o mexicano chegar à decisão.

Por questões do regulamento, quem se classificar do confronto entre São Paulo e Internacional fará a finalíssima em seu estádio e já estará garantido no mundial d FIFA. Pela segunda vez na história um clube pode ser campeão do mundo sem ser campeão continental – como fez o Corinthians, em 2000.

O senão pela classificação do Chivas fica por conta do ótimo futebol apresentado como visitante. O que não acontecia em maio, foi nítido no jogo desta terça-feira. Uma equipe que se fecha bem, mas principalmente agride seu adversário. O melhor jogador em campo poderia ter sido o goleiro Miguel Pinto, da Universidad do Chile, caso não houvesse falhado bisonhamente no lance do primeiro gol. Antes dos 15 minutos de jogo, o Chivas já havia perdido três chances claras abrir o marcador e os chilenos só conseguiram organizar seu jogo nos 20 minutos finais da primeira etapa. Vitória justa de uma equipe que mostra ser perigosa na decisão – que está muito longe de ser mera formalidade para o brasileiro que avançar do embate no Morumbi.

O outro brasileiro que se dá bem com a vitória do Chivas é o Cruzeiro. Montillo, camisa 10 e jogador mais lúcido de LaU, se apresentará em breve na Toca da Raposa 2. O argentino de 26 anos jogou como segundo atacante no primeiro tempo, pelo lado direito, tem bom drible e finalização, além de cruzamento eficiente. No segundo tempo, com a entrada de Rivarola, foi jogar como meia e quando o jogo se transformou em lançamentos para a área, sumiu da partida. É bom jogador e será útil no esquema de Cuca – até porque não joga no mesmo setor que Gilberto. Pode ser ainda alternativa a Thiago Ribeiro.

Hoje, quem se interessava com a classificação dos mexicanos acorda feliz. Daqui a duas semanas, o Chivas pode ser responsável por mais uma alegria brasileira, mas dessa vez precisará perder.

domingo, 1 de agosto de 2010

A vitória do Cruzeiro e o problema da manteiga

O clássico mineiro teve o Cruzeiro com a postura antecipada neste espaço na última sexta-feira: sem Gilberto ou Roger para armar, Cuca apostava em três zagueiros e contragolpes. O Atlético tinha também três defensores, diferentemente do imaginado, e tentava sufocar. Conseguiu no primeiro tempo, especialmente após os 20 primeiros minutos e finalizou sete vezes contra uma do rival – o chute certeiro de Wellington Paulista no ângulo de Fábio Costa.

O gol do Cruzeiro nasce de uma fuga de Fabrício entre a defesa adversária que João Pedro não acompanha e dá o espaço para o passe até Wellington. O Atlético era melhor no jogo, anulava Thiago Ribeiro e Jonathan e não fosse Fábio, ou a trave, teria tido melhor sorte na etapa inicial. Vanderlei Luxemburgo voltou do intervalo com Obina no time. Fora de forma e de ritmo, o jogador entrou na vaga de Werley e a equipe passou a atuar no 4-4-2. Era o que o Cruzeiro queria para contragolpear.



Na imagem acima, você confere o fluxo de passes do Atlético no segundo tempo. Sempre pelo meio, com Tardelli (9) no mesmo posicionamento de Diego Souza e Obina (18) recebendo apenas o passe que saia da intermediária. Afunilando a jogada, o Galo perdia a bola e oferecia o contra-ataque. Diego Renan acertou a trave uma vez, bateu com perigo outra e Thiago Ribeiro teve um gol anulado, porque estava poucos centímetros impedido. O time alvinegro chegava apenas em jogadas de bola parada e não conseguia furar o bloqueio imposto. Fica claro pela imagem o quanto o lado do campo foi bloqueado.

Depois do jogo, Vanderlei Luxemburgo disse que “o pão precisa parar de cair com a manteiga para baixo” para a reação atleticana começar. O problema não parece ser azar, e sim falta de conjunto, entrosamento e organização tática. Isso tudo em agosto, depois de 36 jogos no ano. O planejamento foi errado e a equipe colhe os frutos agora. Mesmo que o time se acerte com as peças que têm para entrar, resta saber se haverá pão o suficiente para salvar a temporada.