domingo, 1 de agosto de 2010

A vitória do Cruzeiro e o problema da manteiga

O clássico mineiro teve o Cruzeiro com a postura antecipada neste espaço na última sexta-feira: sem Gilberto ou Roger para armar, Cuca apostava em três zagueiros e contragolpes. O Atlético tinha também três defensores, diferentemente do imaginado, e tentava sufocar. Conseguiu no primeiro tempo, especialmente após os 20 primeiros minutos e finalizou sete vezes contra uma do rival – o chute certeiro de Wellington Paulista no ângulo de Fábio Costa.

O gol do Cruzeiro nasce de uma fuga de Fabrício entre a defesa adversária que João Pedro não acompanha e dá o espaço para o passe até Wellington. O Atlético era melhor no jogo, anulava Thiago Ribeiro e Jonathan e não fosse Fábio, ou a trave, teria tido melhor sorte na etapa inicial. Vanderlei Luxemburgo voltou do intervalo com Obina no time. Fora de forma e de ritmo, o jogador entrou na vaga de Werley e a equipe passou a atuar no 4-4-2. Era o que o Cruzeiro queria para contragolpear.



Na imagem acima, você confere o fluxo de passes do Atlético no segundo tempo. Sempre pelo meio, com Tardelli (9) no mesmo posicionamento de Diego Souza e Obina (18) recebendo apenas o passe que saia da intermediária. Afunilando a jogada, o Galo perdia a bola e oferecia o contra-ataque. Diego Renan acertou a trave uma vez, bateu com perigo outra e Thiago Ribeiro teve um gol anulado, porque estava poucos centímetros impedido. O time alvinegro chegava apenas em jogadas de bola parada e não conseguia furar o bloqueio imposto. Fica claro pela imagem o quanto o lado do campo foi bloqueado.

Depois do jogo, Vanderlei Luxemburgo disse que “o pão precisa parar de cair com a manteiga para baixo” para a reação atleticana começar. O problema não parece ser azar, e sim falta de conjunto, entrosamento e organização tática. Isso tudo em agosto, depois de 36 jogos no ano. O planejamento foi errado e a equipe colhe os frutos agora. Mesmo que o time se acerte com as peças que têm para entrar, resta saber se haverá pão o suficiente para salvar a temporada.

3 comentários:

Alberto disse...

Diego Tardeli está fora de forma ou de foco.
Era o melhor finalizador do Brasil. Não dava um chute pra fora do gol.
No primeiro tempo, ele caiu nas costas do Gil e teve duas chances que, em outros tempos, não perdia.
Em uma, chutou na arquibancada e quase fora do estádio. Na outra, perdeu a bola dentro da área procurando um encontrão pra cavar um penalty.

No segundo tempo, com Obina centralizado e Jonathan na marcação, ele sumiu do jogo.

Fábio só assistiu o segundo tempo, exceto pelo corte de um cruzamento.

Foi Fábio Costa que correu mais riscos no segundo tempo. Não falhou no gol, mas os deuses do futebol não perdoam heresias.
Goleiro jogar com a 13 dá azar demais. O Wellinton Paulista vai tentar outro chute desses o resto da carreira.

Gisele Ramos disse...

Que azar nada.....o Atlético teve foi muita sorte. Foram apenas 3 finalizações para o Cruzeiro. Diego Renan perdeu dois gols feitos. 1 X 0foi pouco.

Daniel Ottoni disse...

Muito bom teu post!

Análise bacana e ponderada.

Abraços.