O Ceará era o adversário ideal para o São Paulo testar sua capacidade de criar e vencer um adversário que se fecha bem – como deve ser o Internacional no meio da semana. A equipe treinada por Estevam Soares havia sofrido apenas quatro gols na competição. Com Dagoberto e Fernandão poupados, Ricardo Gomes testou Xandão como zagueiro pela direita e Cléber Santana no meio nas vagas de Richarlyson e Rodrigo Souto. Na frente, Ricardo Oliveira tinha a chance de ganhar ritmo de jogo.
No primeiro tempo, o São Paulo foi o mesmo do retorno após o mundial: lento, sem criatividade e com o meio-campo sem dialogar com o ataque. O Ceará se fechava bem e forçava o erro do adversário na saída de bola. Poderia até mesmo ter aberto o placar com Oziel, após falha de Alex Silva e Miranda.
Depois do intervalo, Gomes promoveu Fernandão na vaga de Xandão, com Jean voltando a ser lateral e Hernanes mais recuado, como segundo volante. O São Paulo cresceu. Fernandão como organizador, mais próximo dos atacantes, dá mais lucidez à equipe e faz o time variar mais o jogo. E foi com Fernandão que o Tricolor marcou, após cobrança de escanteio. Um minuto depois, Ricardo Oliveira fez o segundo em contragolpe. O Ceará ainda descontou com Eric Flores, em boa jogada individual.
Se o que Ricardo Gomes queria era um teste, conseguiu. O time mais insinuante, com os atacantes contando com a aproximação dos homens de trás, vê o crescimento de peças importantes como Hernanes que também melhorou com a nova formação. A vitória com a boa entrada de Fernandão é um alento para o que deve acontecer contra o Inter. O esquema poderia ter sido pensado antes, poderia estar mais bem treinado e armado – com Ricardo Oliveira entrando no lugar de Washington ou Fernandinho, por exemplo. Se o São Paulo não está pronto é porque houve erro nos 38 dias em que o clube passou sem jogar, esperando o confronto de quinta-feira.
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