quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Goleada do Cruzeiro é aula não só para o Estudiantes

O gol de Wallyson com um minuto de jogo pode até ter mudado o panorama da partida. Mas o Estudiantes teria como fazer um jogo equilibrado mesmo atrás do marcador. O esquema montado por Berizzo, ofensivo e desprotegido, bem à la Bielsa, era o ideal para o jogo do Cruzeiro rápido armado por Cuca.

Roger pela esquerda, Wallyson pela direita e Montillo centralizado em uma linha de meias atrás de Wellington Paulista ditavam o ritmo veloz que a defesa adversária não estava pronta para conter. Na saída rápida, os três pegavam o trio de zagueiros do Estudiantes de frente, e desprotegido. Verón não jogou, porque não tinha com quem jogar. A saída de bola era dificultada pelos jogadores de frente do Cruzeiro e o jogo não chegava até Benitez, no setor de Gilberto, queria o problema defensivo brasileiro.

Com Montillo mais perto do gol, Roger armando bem pela esquerda e os volantes destruindo as jogadas e distribuindo o jogo com velocidade, a goleada saiu de forma natural na medida em que o Estudiantes tentava sair para tentar o gol. A pior derrota do Estudiantes na hisória de competições internacionais não se deu por acaso. O Cruzeiro deu uma aula do que fazer com quem não se preocupa com ele.

O time de Cuca é técnico e precisa ser anulado antes que se pense em jogar. O Estudiantes partiu, sem responsabilidade, para o jogo franco. Sem perdão. O cruzeirense não se sente vingado. Não trocaria a final de 2009 pelos 5 a 0 ou por 10 a 0 que fosse. Mas quem ficou desconfiado após a derrota no clássico, se anima com a estreia e o aviso que a equipe mandou para toda a América: para enfrentar o Cruzeiro é bom tomar muitos cuidados.

5 comentários:

m. reis disse...

Olá, Marcelo. Não sei se a escala lhe permitiu ver o jogo na íntegra ou se você viu o VT, mas há que se destacar a importância da volta de Marquinhos Paraná ao meio campo, sempre desafogando nas saídas de bola e, na medida do possível, aparecendo a frente como opção.

Grande abraço.

Luciana disse...

Esse jogo só mostrou a diferença da motivação e importância de um jogo da Libertadores.
O Cruzeiro jogou muito, quase todas as atuações foram impecáveis e mostrou que é capaz de juntar muita qualidade em campo com Roger, Montillo e Gilberto jogando juntos.
Paraná foi essencial, assim como Henrique.
E isso só reafirma o que os jogadores falam: motivação pra Libertadores é completamente diferente para um campeonato mineiro. Mas ao menos a derrota no sábado serviu pra garantir uma vitória bem mais importante no meio da semana.

Wilson Oliveira disse...

Fico feliz quando vejo uma equipe brasileira sabendo separar Estadual de Libertadores e dando a essas competições seu devido valor.

Antes uma bela estréia no torneio continental, do que uma vitória no torneio estadual.

Mas eu to achando que teremos time argentino faturando esse caneco, haha!

Abraço!

David Luiz Prado disse...

uma coisa a se destacar na formação de ontem, foi a imprevisibilidade do time celeste. ao contrário de outras partidas, em que a jogada pela direita era a "arma" principal, e até certo ponto, previsível, vimos ontem uma exploração muito maior de outros setores do campo, sobretudo pelo meio, graças à formação mais aberta da defesa do Estudiantes.

foi bom saber que roger, montillo e gilberto podem jogar juntos e formar, provavelmente, o melhor meio de campo, junto com a dupla de volantes henrique, que tá inspirado neste ano, marquinhos paraná, que tem ainda fabrício no DM e tomara que volte.

agora o time precisa manter o ritmo, qualquer que seja a formação adotada pelo cuca, e preocupar-se com o psicológico, caso o time passe às fases eliminatórias.

babei.

abraço fi.

Alberto disse...

O jogo de ontem foi atípico.

O Cruzeiro não deve enfrentar, de novo, time que avance zagueiros lentos até o meio de campo para tentar colocar o WP em empedimento e marcar apenas o Montillo na recuperação de bola para evitar o lançamento para um ala veloz. Era Roger quem puxava os contra-ataques (exceto no lance do segundo gol)
Como o Marcelo disse, eles não sabiam quem era o Cruzeiro, vieram aqui sem conhecer o time. Sem anulá-lo.
Acharam que o Roger era volante. Que o Walysson era lateral. Foi só o WP ficar parado no meio de campo para que o buraco fosse de 30 metros para o lançamento, em todos os lados do campo. Um massacre.

Agora, uma coisa é certa, jogar com esta motivação por 38 jogos no campeonato brasileiro é impossível para os padrões do jogador brasileiro.
Tem que priorizar a Libertadores mesmo.
Se os reservas tivessem esta mesma motivação, poderiam jogar o campeonato mineiro como em anos anteriores.
Não dá pra fazer o Walysson correr daquele jeito quarta e domingo.
A não ser que isso mexa com os brios do Thiago Ribeiro e ele dê o ar da graça de tentar tomar a posição.

Acho difícil domar os ânimos. Os jogadores teriam que ter um perfil de futebol europeu.
É esse tipo de comportamento que atrapalha a "adaptação" do jogador brasileiro na Europa.
Treinar igual a um doido para ser opção e sombra não é do feitio do brasileiro.