“No São Paulo não existe oposição”. A frase arrogante de Juvenal Juvêncio caiu por terra no momento em que a oposição conseguiu a liminar impedindo que o conselho do clube votasse a mudança do estatuto que possibilitaria o terceiro mandato do presidente. As eleições do São Paulo acontecem em abril e apenas uma assembléia geral com dois terços dos seis mil sócios pode decidir pela alteração estatutária.
Teoricamente, Juvenal tem tempo hábil para reunir os associados do clube e votar o novo regimento do clube. Teoricamente... Em dois meses, segundo a oposição, é praticamente impossível que o quorum seja alcançado e é difícil, ainda, que os sócios apóiem um novo mandato.
A liminar conseguida somente no momento em que os conselheiros iriam se reunir foi estratégica por parte dos que não querem a 2ª re-eleição de Juvenal Juvêncio, exatamente para tirar do presidente tempo para reação. A intenção da oposição não é colocar alguém no poder, até porque esse nome hoje não existe. Aurélio Miguel, candidato no último pleito, não tem interesse em concorrer em 2011. O desejo dos opositores é conseguir fazer parte do corpo de uma diretoria mais democrática e menos soberba.
Juvenal foi um bom presidente para o São Paulo, conseguiu títulos importantes e seguidos enquanto esteve no comando. Conseguiu também, com a falta de tato político, afastar Corinthians, Palmeiras e Santos do Morumbi, perdendo dinheiro. Conseguiu ainda perder o direito de sediar a Copa do Mundo, com um estádio em ótimas condições, para um projeto do Corinthians, que ainda não saiu do papel.
Pode-se discutir como o Morumbi perdeu a disputa e como Andrés Sanchez costurou o bom relacionamento com a CBF. O que não se pode admitir é a indisponibilidade de Juvenal para negociar e ser político a favor do clube. Pensar que a oposição não existe é o retrato do que foi Juvenal Juvêncio na presidência do São Paulo. Foi e provavelmente não será nos próximos três anos. Exatamente porque a oposição existe sim.
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