quinta-feira, 25 de junho de 2009

Vídeo: racismo não é comum, Autuori.

A entrevista de Paulo Autuori foi ridícula. Dizer que existem coisas mais importantes para se preocupar e que casos de racismo são comuns. Tentando entender o lado do treinador, realmente é uma hipocrisia esconder que há racismo no país, mesmo que velado. O que é inadmissível é ficar alheio a isso e não repugnar toda manifestação.

O que temos, para efeitos legais, são as palavras de Máxi contra Elicarlos. Pouco importa. Ninguém se enfureceria como fizeram os cruzeirenses para inventar uma situação.

Provocações, cusparadas, até mesmo agressões são comuns no futebol, mas todo negro se sente ofendido – e com absoluta razão – quando é menosprezado por sua cor. Quem é negro sabe, desde os primeiros anos de vida, que o tratamento não é igual aos outros.

Os outros jogadores gremistas deveriam ter repreendido Máxi e não o apoiado. Autuori deveria ter mostrado postura de comandante e não defendido o atacante. E Máxi deveria saber que ninguém é pior porque é negro e o outro é loiro.

Veja abaixo a matéria completa exibida no programa Jogada de Classe, da TV Horizonte, desta quinta-feira, 25/06/09.

Imagens: Sidnei Mesquita

Reportagem: Marcelo Bechler Machado.

Um comentário:

Rei Bechler disse...

Acho que nesse caso tem que se tentar achar o menos errado, porque o perdedor é o próprio futebol. Nao vejo quase ninguem falando do jogo em sí...

Mas enfim... Me assusta ver que o argentino diz que nao conhece a palavra macaco. Isso é um sinal de absoluta hipocrizia e falta de hombridade. Todo argentino chama os brasileiros "carinhosamente" de macaquitos quando falam de futebol. Todo mundo que conhece um argentino sabe disso.

E tb acho que isso tudo está sendo exagerado. Reconheco que é direito do jogador do cruzeiro fazer isso. Só acho que se todo xingamento ou "exposicao à situacao constrangedora" for caso de policia - ainda mais num campo de futebol - vamo todo mundo jogar bocha entao...

Como disse no comeco, tá todo mundo errado. Errado o argentino (o europeu que por acaso do destino nasceu na américa latina) em achar que a gente é bobo de acreditar que ele nao sabe o que significa isso...

Errado o jogador do cruzeiro de se entricheirar numa característica - seja ela qual for - pra gerar uma situacao que extrapola os limites esportivos. Ou algém acredita que o argentino-europeu disse aquilo à toa... com certeza o cruzeirense (e essa palavra tb pode ser preconceituosa) tb "expos o argentino à uma situacao constrangedora"... que nao seja pela cor da pele, mas pela opcao sexual, etc, etc, etc...

Enfim, tao todos errados... Pena pro futebol... se criou um clima desnecessário pra partida de volta. Oxalá nao aconteca nada que extrapole os limites de um campo de futebol...

Mais uma vez em bato na tecla: futebol AINDA é um jogo...

um abraco