segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Cruzeiro: a vitória de quem pode mais

Em 2003, Cuca assumiu o Goiás que vinha mal sob o comando de Candinho. Tentou mudar o time e, sem sucesso nos primeiros jogos, recebeu um telefonema: era Luís Felipe Scolari, seu treinador no Juventude e Grêmio. Felipão aconselhou o ex-meia: “sua primeira preocupação deve ser parar de perder. Coloque quatro zagueiros, quatro volantes. Empate. Depois veja o que dá para ser feito”.

O que Luís Felipe tem tentado fazer é exatamente isso. Escala três zagueiros, cinco volantes e aposta ou em jogadas individuais de Kléber e Valdívia, ou em bolas paradas de Marcos Assunção. E foi assim que o Palestra Paulista saiu na frente. Começou pensando em não perder e isso passava por não deixar Montillo jogar. Missão cumprida com maestria por Pierre na etapa inicial. O primeiro gol saiu em pênalti infantil de Wellington Paulista que Kléber convertou. Três minutos depois, Maurício Ramos ampliou.

Para mudar o jogo, Cuca sacou Gil para colocar Roger e tirar de Montillo o peso solitário da armação. Tirou Wellington Paulista – que não marca há cinco jogos – e promoveu Farias. O time de Scolari voltou ainda mais recuado, armando o bote, mas não assustava em nenhum contragolpe. A contusão de Marcos aos 10 minutos e o gol de Roger aos 14 fez o Palmeiras acusar o momento. Montillo se aproveitou e em assistência perfeita de Roger empatou cinco minutos depois. Roger ditava o ritmo e o Cruzeiro evitava faltas próximas à área. Neutralizou assim um Palmeiras que não possui a miníma inspiração. Em bola recuperada no campo de ataque, Thiago Ribeiro encontrou Farias para virar o jogo.

Primeira vez no campeonato que o Cruzeiro marcou três gols. Quarta vitória fora de casa do terceiro melhor visitante do campeonato. Enquanto isso, o Palmeiras não acontece. Felipão tenta não perder. Pode ser pouco, mas é o que é possível no momento. O Cruzeiro pode mais. Pode vencer fora de casa e encurtar a diferença do líder para sete pontos. Ano passado, ao final do primeiro turno, o Flamengo tinha oito de desvantagem para o líder. Precisou fazer 38 pontos na segunda metade do campeonato para ser campeão. Se o Palestra mineiro quiser sonhar mais alto, a conta é essa.

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