quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Dorival Jr., Neymar e o pênalti do futebol brasileiro

A diretoria do Santos justifica a demissão de Dorival Júnior dizendo que “o pênalti não era para o treinador”. Como não? Não cabe ao técnico decidir quem joga ou fica de fora? Dorival não queria contar com Neymar na partida contra o Corinthians e a escolha deveria ser respeitada.

A crise da falta de comando no Santos começa com Neymar e as ofensas dentro de campo seguidas da discussão com Ivan Izzo no vestiário. Passa pela punição administrativa que a diretoria pensava ser suficiente e culmina com a divergência entre comissão técnica e direção sobre a barração do atacante. Em uma situação na qual não há ninguém totalmente submisso ou obediente à vontades superiores, Neymar é quem aparece como mais forte. Ganha o apoio da diretoria, elogiada até pelo presidente da república por ter conseguido montar um esquema para manter as principais estrelas no Brasil.

Jogador que pode um dia ser reconhecido mundialmente, o jovem demonstra como não está pronto, embora tenha sido preparado para isso desde os 13 anos, para assumir a condição de destaque internacional – seja em um clube ou seleção. O mesmo não acontecia com Cristiano Ronaldo ou Messi, com a mesma idade. Neymar representa a geração futura do futebol brasileiro. É a esperança de renovação para 2014 quando a seleção estará mais pressionada do que nunca para ser campeã do mundo. Em menos de quatro anos Neymar precisa amadurecer para conviver bem com essa pressão.

A demissão de Dorival Jr. representa mais do que a vitória de um garoto mimado e prepotente, embora com talento muito acima da média. A queda do treinador é a perda de ma ótima oportunidade de fazer Neymar crescer. Perde o futebol brasileiro.

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