O tom de jogo para o Cruzeiro era paciência. O Ceará foi à Sete Lagoas como a melhor defesa do campeonato e disposto a fazer jus ao posto. Quase conseguiu. A equipe de Dimas Filgueiras travou o adversário com marcação individual: Oziel e Ernandes miravam os laterais Diego Renan e Rômulo, a dupla de volantes João Marcos e Michel anulava Roger e Montillo, Heleno tirou Thiago Ribeiro do jogo. Além disso, Geraldo vigiava as arrancadas de Fabrício, Ânderson e Diego Sacoman não deixavam Farías livre.
Raras vezes a Raposa foi tão bem marcada. Cuca tentava alternativas, inverteu o lado de Thiago Ribeiro, colocou Éverton para aumentar a movimentação, trocou Rômulo por Wallyson, mas o Vozão seguia preciso nos desarmes. Jogou a partida inteira sem a bola e cometeu 26 faltas – 13 em cada tempo. O time mineiro sofria ainda com sustos de contragolpes raros, mas sempre perigosos.
Derrotar o ferrolho alvinegro, dependia de velocidade no passe ou uma jogada individual. O Ceará não permitia que o Cruzeiro acelerasse o jogo e o gol só foi sair quando Montillo venceu Michel. O volante, melhor jogador em campo, foi driblado pelo argentino no lance que resultou no pênalti de Ernandes. Bola na mão? Não. O lateral abre o braço deliberadamente, aumentando a área do corpo e levando vantagem no lance em que Henrique finalizou.
O gol só saiu aos 38 minutos do segundo tempo. Antes de Farías marcar o segundo, o Ceará ainda teve um gol anulado pela arbitragem que assinalou impedimento, dificílimo de ser percebido, de Marcelo Nicácio. A dificuldade em definir o jogo deve servir de alerta: Montillo é ótimo, mas quando é marcado individualmente, o Cruzeiro sente: foi assim também contra o Palmeiras, com Pierre, e Botafogo, com Leandro Guerreiro.
O Ceará tem a chance de ver, novamente, que só se defender com qualidade não será o bastante para se manter na série A. Foram 13 pontos em 33 possíveis pós-Copa. A arrancada do Cruzeiro já conta com sete vitórias e dois empates. Com 44 pontos, a Raposa tem a mesma pontuação do Palmeiras, líder após 24 rodadas em 2009. O jogo contra o Ceará era a partida da paciência. Ainda restam 14 jogos, paciência será fundamental para ultrapassar o Corinthians.
Um comentário:
Espero que o Cruzeiro mantenha o foco para continuar em busca deste título.
Espero também que a CBF não arme nada para salvar o centenário do Corinthians.
Mas parabéns pelo blog. Vc entende muito de futebol. Estou sempre ouvindo seus comentários nos jogos do Cruzeiro que vc faz pela radio Globo.
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