Adilson Batista deixou o Corinthians após o quinto jogo sem vitória no campeonato brasileiro. No pronunciamento pós-saída usou o discurso de “não querer atrapalhar” e por isso deixava o clube. Na manhã de segunda-feira, por telefone, a conversa com o blogueiro era diferente. Adilson não desmentiu o que afirmara na noite anterior, mas também não confirmou. Disse apenas “isso não adianta mais. Eu já saí. Vamos deixar internamente”.
O treinador lamentou as ausências de peças-chave como Ralf, Elias, Jorge Henrique, Dentinho, Chicão e por último Roberto Carlos na sequência negativa. O momento ruim com derrotas para Atléticos Mineiro e Goianiense, da zona de rebaixamento, veio após vitórias incontestáveis sobre Fluminense e Santos fora de casa. “No futebol, nem sempre as pessoas têm calma, o resultado não vem. Torcedor acha que pode mandar no clube, na escalação”.
Adilson Batista ainda acreditava no Corinthians nas rodadas finais. Sua saída tem muito mais a ver com pressão para mudar a forma do time jogar (e os nomes a entrar em campo) do que com o desejo de não atrapalhar. O nome de Ronaldo não foi citado pelo treinador ao falar dos desfalques. Para a diretoria, é importante que o camisa 9 jogue – foram duas partidas sob o comando do treinador. Adilson não sai por não acreditar, mas justamente por pensar que o trabalho vinha sendo benfeito e não precisava da interferência de quem fosse, apesar dos dois pontos nos últimos 15 em disputa.
Um comentário:
Fala Marcelo! O Adílson é o treinador mais teimoso do Brasil! Aqui em Minas ele fazia sempre dessas de escalar os “jogadores dele”, mesmo em piores condições técnicas que outros. Mas é o que eu já imaginava e comentei com alguns da imprensa paulista: a pressão lá é diferente! E o Adílson não suportou. A coisa realmente tá esquisita em torno dessa saída, mas penso que pelo detrimento do Paulo André (que já era jogador do Corinthians antes da chegada do Adílson), e atuando bem, em fator da escolha pelo Thiago Heleno ajudou para que o grupo quisesse sua saída.
Ele tem tudo para ser um treinador de ponta do futebol brasileiro, tem muito conhecimento. Mas só o será quando deixar a teimosia de lado e aprender a reconhecer seus erros. O Ronaldo é outro assunto. A diretoria quando o contratou tinha a estimativa de que ele jogasse em 2009 cerca de 45% dos jogos do Corinthians, e ele jogou 52,7%, ou seja, de 72 partidas do time ele atuou em 38. O Ronaldo foi contratado para dar retorno financeiro ao Clube, não retorno técnico. Só a presença dele no elenco alavancou a receita do Timão. Em 2010 ele fez cerca de 37% das partidas até agora. Então qualquer treinador que assumir a equipe terá que ter um poder de gestão muito grande para não haver qualquer tipo de desentendimento com esse assunto, pois quem escala o Ronaldo é a Diretoria e os investidores. O técnico não. E ele não precisa nem estar 100% para isso!
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