quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Postura agressiva garante ao Atlético sucesso em negociações e Dorival terá teste de fogo na carreira

Dos clubes que vão disputar a série A em 2011, só o Bahia contratou mais que o Atlético até o dia 30 de dezembro. Foram seis nomes divulgados e um goleiro já está acertado (o nome é Giovanni que disputou o campeonato brasileiro pelo Grêmio Prudente, mas pertence ao Marília), esperando apenas que o contrato se encerre para que seja feito o anuncio oficial – o Bahia já tem nove contratados.

Enquanto isso, Corinthians, Palmeiras e São Paulo ainda não tem novidades e o Cruzeiro só acertou com Naldo, promessa da Ponte Preta. Para o diretor de futebol Eduardo Maluf, a disparidade de contratações do Atlético em relação a outros clubes grandes é estratégica.

Ainda durante o campeonato brasileiro, Dorival Júnior passou à diretoria uma lista com nomes e posições carentes no elenco. Maluf foi atrás dos jogadores e tratou de contrata-los antes que outros clubes pudessem fazer propostas. Foi assim com Richarlyson, pretendido pelo Fluminense, mas que viu no Atlético mais “vontade” nas negociações.

O perfil agressivo nas negociações foi também destacado por Jorge Machado, representante do Spartak Moscou, em relação às negociações com Rafael Carioca. A agilidade do Atlético deixa os jogadores mais próximos do clube. Caso do próprio Rafael.

Em entrevista para as rádios Globo e CBN, Maluf destacou a satisfação de Dorival Jr. Todos os contratados foram indicados pelo técnico. Como já foi dito aqui, Dorival é, desde 2007, o técnico do objetivo cumprido. Foi assim no Cruzeiro, Coritiba, Vasco e Santos.

Alexandre Kalil pediu as conquistas da Copa do Brasil e do Campeonato Brasileiro. Para isso, dá ao técnico o que ele pede. Dorival Jr. terá em 2011 a equipe que espera. Sempre cumprindo o que lhe é pedido, terá também a prova de fogo em sua carreira.

Confira, na integra, a entrevista de Eduardo Maluf.













segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

CBF vai unificar títulos. Você vai gritar "é campeão"?

De acordo com a TV Globo, em algum momento deste mês, o torcedor do Santos e do Palmeiras acordará octacampeão brasileiro. O tricolor carioca será tri. Torcedores de Cruzeiro, Botafogo e Bahia se verão com duas conquistas do campeonato brasileiro. Santos, Palmeiras, Botafogo, Fluminense, Cruzeiro e Bahia são os legítimos campeões nacionais entre 1959 e 1970, nem por isso precisam ser chamados de campeões do campeonato brasileiro.

O reconhecimento e a unificação dos títulos da Taça Brasil e do Roberto Gomes Pedrosa diminui a importância do que aconteceu antes de 1971, apesar de ter objetivo distinto. O que vale é o campeonato brasileiro, só com esse nome. A conquista anterior fica em segundo plano. Caso confirmada a unificação, teremos a aberração de dois campeões brasileiros entre 1967 e 1970 – com direito a bicampeonato palmeirense, campeão da Taça Brasil e do Robertão em 1967.

Para o Santos conquistar os cinco títulos da Taça Brasil, entre 1961 e 1965, teve que jogar 24 vezes. Pouco mais de um turno da conquista de 2004, quando o campeonato brasileiro teve 46 rodadas. Imagine que no mesmo dia que a CBF bater o carimbo, a diretoria anuncie a venda de Neymar e Ganso. Você, torcedor santista, vai soltar algum rojão por ter acordado com mais seis estrelas no peito? Ou estará preocupado de perder os principais jogadores às vésperas de uma Libertadores?

Os clubes, ao meu ver, não se tornam maiores com o novo rankeamento que se formará no futebol. O Palmeiras será gigante com quatro ou oito brasileiros. Será maior se conquistar mais seis.

Não é um documento que vai fazer clubes grandes serem gigantes. Não é o reconhecimento que fará, você torcedor, passar a noite sem dormir de tanta alegria, ir trabalhar de ressaca na manhã seguinte, ou vai fazer o seu amigo rival se encolher na cadeira. Título deve ser comemorado. Santistas, palmeirenses, tricolores cariocas e baianos, cruzeirenses e botafoguenses já fizeram isso. Fizeram com toda justiça. A não ser que vençam dentro de campo, não irão fazer de novo.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Diretor do DEOP garante que "apenas um dilúvio" atrasa obras do Independência para além de junho

Junho de 2011. Essa é a nova data para a reinauguração do estádio Independência, em Belo Horizonte. Segundo o diretor de obras do DEOP (Departamento Estadual de Obras Públicas), Fernando Teixeira, só “um dilúvio que cair pode atrapalhar. Mas a princípio, hoje não vemos muita coisa capaz de mudar a data”, garante.

Os principais entraves para o início das obras foram a demora para a liberação dos 50 milhões de reais do governo federal para a Caixa Econômica e problemas ambientais que poderiam ocorrer com o projeto de construção. Mudanças no sistema de iluminação e a decisão por cobrir todo o estádio também geraram atraso e maiores custos. O diretor do DEOP, no entanto, não acredita que o fato de o recurso federal ser insuficiente para a conclusão do Independência afetará na data estipulada.

Em julho, publicou-se aqui, a palavra do então diretor-geral do DEOP, João Fleury (hoje secretário de obras públicas do Estado). Fleury garantia o estádio pronto para receber jogos em janeiro de 2011. Fernando Teixeira assegura o novo Independência para junho. “Antes, tínhamos fases preliminares e muitas coisas poderiam acontecer. Hoje eu não vejo um entrave. As fundações estão praticamente prontas e os pré-moldados (peças que se encaixam, como um Lego, dando corpo ao estádio) também. Hoje, temos um cronograma de obras”.

Em Belo Horizonte, chove muito nos meses de dezembro e janeiro, mas dilúvio eu nunca vi.

Em tempo: O Atlético foi quem mais sentiu a ausência do Mineirão. Teve renda de 2,7 milhões no campeonato brasileiro, contra 10,5 da última temporada. Dentro de campo, foram sete vitórias, um empate e sete derrotas jogando em Sete Lagoas ou Ipatinga. Aproveitamento de 48%, contra 50% no Mineirão. O Cruzeiro, que mandou os principais jogos em Uberlândia, dividindo espaço no estádio com torcedores de Fluminense, Corinthians, Flamengo e São Paulo, arrecadou 6,5 milhões – contra 7,1 da última temporada. O vice-campeão brasileiro venceu 10, empatou 3 e perdeu duas vezes, como mandante sem Mineirão. 73% de aproveitamento. Em Belo Horizonte, jogou três vezes e fez 5 pontos: 55%.

domingo, 5 de dezembro de 2010

O "verde da esperança" e os pecados do Cruzeiro

O Fluminense liderou o campeonato em 23 das 38 rodadas. Terminou com a melhor defesa e o quarto melhor ataque. Teve o melhor jogador do torneio, o único atleta de linha a disputar as 38 rodadas. Teve ainda Muricy Ramalho. Campeão em quatro dos últimos cinco Brasileirões – e que poderia ter vencido ainda em 2005, não fosse pelos jogos anulados ou a falha grotesca de Marcio Rezende de Freitas, no lance entre Tinga e Fábio Costa. Muricy Ramalho ainda não é o principal vencedor do campeonato brasileiro. Ainda.

Não há como pensar que não foi justa a conquista tricolor. O título do Fluminense traz a referência ao hino do clube “Vence o Fluminense, com o verde da esperança”. Na última rodada do campeonato de 2009, Cuca salvou a equipe do rebaixamento depois de 99% de chance de queda. 364 dias depois, o gol de Emerson premiou o melhor time da competição. O Fluminense se preparou para ser campeão. Demitiu Cuca e contratou Muricy Ramalho, depois do campeonato estadual.

O Cruzeiro teve dois pecados. O primeiro foi, ao assumir a liderança, acreditar que 69 pontos seria o suficiente para ser campeão. Foi o que se ouviu de Caçapa, no vídeo da TV Cruzeiro, após a vitória sobre o Fluminense. A equipe não trabalhou com margem de erro, não imaginou que a conta poderia ser outra.

O segundo é ter se preparado para chegar à Libertadores. Foi o que disse Cuca depois da vitória sobre o Vasco. Foi o que afirmou Roger, ainda em campo, após o vice-campeonato. O clube mineiro entrou tarde demais na disputa. Precisou a chegada de Montillo para a Raposa acreditar que era possível.

Em um campeonato de 114 pontos em disputa e que o campeão tem 2 pontos a mais que o vice, o detalhe definiu o título. Não dar ao campeonato a devida importância desde a primeira rodada pode ter sido mero detalhe. Por isso, hoje quem ri é o Tricolor.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

A Copa do Mundo será no Qatar. Em que mundo você vive?

Não é preciso que o Qatar seja eleito sede da Copa do Mundo para pensar que o futebol é o único critério que determina onde será o mundial. Copa do Mundo é muito mais do que bola no pé, gols, dribles e rivalidade. Aliás, é até isso. O evento envolve política, politicagem, cultura e é claro, muito dinheiro.

A Rússia tem tradição no futebol, é um país imenso que se recupera de anos de isolamento no regime comunista. A Rússia pode tanto quanto os Estados Unidos, Japão, Coréia ou África do Sul. A pergunta é: o que o Qatar faz na Copa do Mundo? Ou, o que a Copa do Mundo vai fazer no Qatar?

Esqueça o fator futebol – mesmo que estejamos falando do maior torneio do planeta. O país nunca disputou sequer uma partida de Copa do Mundo. O Kuwait já. República do Congo também. Assim como Trinidad & Tobago, Haiti e Indonésia. Dinheiro não falta ao país do Oriente Médio. Talento, sim.

“Ocidentalizado” pelo mercado, o Qatar pode oferecer uma Copa do Mundo híbrida no que se refere aos costumes e tradição de um povo que não se interessa pelo esporte a tal ponto. É difícil pensar em outro motivo, que não os rios de dinheiro, para que o Qatar sedie um mundial.

Futebol é negócio e isso não é de hoje. A escolha da FIFA só torna isso claro e evidente para quem não queira entender desta maneira. Vivemos o tempo em que a cada rodada do campeonato brasileiro fala-se menos de futebol e mais de mala branca, supostas entregadas, erros de arbitragem, esquemas pró A ou B. Tempo que o Qatar se torna o centro do futebol mundial.

Eu, por pura preferência, vivo no tempo do Barcelona de Messi, Xavi e Iniesta. No clube que acredita ser mais que um clube. É uma opção. Sou mais feliz assim.

A história da mala branca e o feitiço que virou contra o feiticeiro

O caso já havia sido contado por Celso Unzete no Loucos por Futebol da ESPN Brasil. Como não consegui lembrar da história em detalhes, PVC me ajudou por telefone. Na última rodada, três clubes disputavam o acesso à primeira divisão do futebol paulista em 1971. O SAAD liderava com cinco pontos, o Rio Preto tinha quatro, assim como o Marília, mas levava vantagem nos critérios de desempate. Catanduvense e Garça ainda faziam parte da competição.

O Palestra Itália recebeu a última rodada. O Marília enfrentaria o SAAD na preliminar. No jogo de fundo, Rio Preto x Catanduvense. Os dirigentes do Rio Preto pagaram a mala branca para o Marília tirar ponto do SAAD. Deu certo: vitória por 1 a 0, gol de Ivo. No vestiário, após o jogo, os jogadores repartiam o dinheiro quando o técnico Alfredinho passou recolhendo as notas, jogador por jogador. O valor seria utilizado pelo clube como....mala branca.

O Marília repassou o dinheiro para o Catanduvense vencer o Rio Preto. A negociação foi feita já no túnel que leva ao campo. Deu certo novamente: Catanduvense 1 a 0, gol de Paulo Sérgio. A classificação final teve: Marília 6 pontos, SAAD 5, Catanduvense 5, Rio Preto 4 e Garça 1.

A mala do Rio Preto se transformou, em um intervalo de duas horas, na mala contra o Rio Preto. O feitiço virou contra o Feiticeiro.

É algo parecido com o que pode acontecer na última rodada do campeonato brasileiro. O Corinthians oferece a mala ao Guarani, para tirar ponto do Fluminense. Assim, o Cruzeiro, terceiro colocado, só precisa se preocupar com uma mala – a do Goiás, para evitar vitória do Corinthians no Serra Dourada.

O resultado de toda combinação é improvável. Assim como era o do Marília em 1971, quando já existia, sim, a mala branca.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Barcelona: mais que um clube, mais que um time

Esperava-se um grande jogo no Camp Nou. O que foi escrito, neste mesmo blog na última semana, sobre a qualidade do Real Madrid não se apaga. José Mourinho transformou o Real em um time de verdade, mas que obviamente, mostrou ainda não estar no nível da equipe rival. O clube da capital brigará por títulos na temporada, apesar do chocolate da Catalunha.

Em campo, o Barcelona de sempre. Quando o adversário o espera dentro da própria área, roda a bola até entrar. O Real Madrid subiu a linha defensiva, encurtou o campo e obrigou o time de Guardiola a jogar longo, em profundidade. A senha para Xavi, Iniesta e Messi acabarem com o jogo em enfiadas perfeitas para quem vinha entre os zagueiros.

Taticamente o Barça foi perfeito. Tecnicamente também. Ninguém faz 5 a 0 em um time como o Real Madrid sem ser absolutamente fora do tom. Poderia ter sido mais, os catalães tiraram o pé do acelerador e os madrilistas não tiraram o pé das divididas – muitas vezes, desleais. O Barcelona fez o adversário apelar para os pontapés.

O time azul-grená faz muito mais do que isso. Faz você, leitor, desanimado com o final do campeonato brasileiro e a chatice do “entrega-não-entrega”, sorrir. É impossível não gostar de ver os comandados de Guardiola jogar. Faz renascer, em cada um, o gosto pelo futebol bonito, plástico, bem jogado e ainda competitivo.

Por razões políticas, sociais e culturais, o Barcelona se auto-intitula “mais que um clube”. Pela simplicidade que atropela o principal rival, o Barcelona é mais que um time.

sábado, 27 de novembro de 2010

O América é importante para o futebol brasileiro

O Sport traria mais torcedores à Série A do que Portuguesa ou América. O time pernambucano teve média de público mais do que 10 vezes superior ao mineiro, durante a série B. Isso não tira do América sua importância ao futebol brasileiro.

O América revelou Tostão e Éder Aleixo. Dois dos maiores jogadores da história do futebol mineiro, por Cruzeiro e Atlético, respectivamente. O clube, por vocação e necessidade, forma jogadores durante toda sua história. Fez assim com Palhinha e Euller, campeões do mundo com o São Paulo. Com Gilberto Silva, capitão do Arsenal, campeão do mundo com a seleção brasileira e o mineiro que mais vezes vestiu a camisa da seleção.

Mesmo fora da primeira divisão do futebol nacional desde 2001, a renovação não parava. O América revelou Fred dois anos antes da Copa do Mundo de 2006. Vagner, camisa 10 do Cruzeiro por 4 anos veio do América. Danilo precisou de seis meses como titular no Coelho para se tornar mais um “Menino da Vila”. Falta ao clube criar para ele. Formar e segurar o jogador. Assim será forte. Será competitivo. Terá, de novo, muitos torcedores nos estádios.

O Sport pode ter mais torcida, o América tem a sua história também. O América também é importante para o futebol brasileiro. E muito. Terá sim que repensar seu time para 2011. A equipe da segunda divisão era a base da terceira, vencida em 2009. Flávio, Preto, Micão, Dudu, Leandro Ferreira, Irênio e Rodrigo. Titulares nos dois acessos. Nem todos, bons o suficiente para a elite do futebol.

Pensar 2011 é preciso. Reconhecer a importância do clube também. Não é exagero dizer: tu és glória do esporte nacional.

Média de pontos, como na Argentina, motivaria todos os clubes no final do Brasileiro

O campeonato argentino está na 16ª rodada. Faltam três para terminar o torneio Apertura. Acesse o Blog do Futebol Argentino. Lá não se fala em mala branca, “entregadinha”, motivação ou W.O. Não é que Renato Zanata Arnos e Wagner Bordin sejam desinformados. É porque na Argentina não há esse assunto.

O sistema de rebaixamento e classificação para a Libertadores é feito através da média dos três últimos anos – Clausura e Apertura. O campeão e o vice vão diretamente para a principal competição do continente. As outras três vagas são definidas através da soma de pontos das três temporadas, divididas pelo número de jogos. Hoje o River Plate briga para não cair. Tivesse que vencer o Estudiantes e, hipoteticamente ajudar o Boca Jrs. a ser campeão, os Milhionários suariam sangue pela vitória.

Imagine o Palmeiras abrindo mão do campeonato brasileiro restando cinco rodadas para terminar a competição. Hoje, pouco importa para o time de Luís Felipe Scolari ser o 5º, 10º ou 13º colocado. No ano que vem, houvesse o sistema de média, caso terminasse em 5º lugar, a campanha ruim em 2010 faria a diferença. O mesmo O Grêmio tem um ponto de vantagem para Atlético-PR e Botafogo. Tivesse vencido na última rodada do ano passado, teria um diferencial para brigar por uma vaga na Libertadores. Se fosse importante derrotar o Flamengo em 2009, o Tricolor não haveria tirado os titulares do jogo. Exemplos não faltam.

Se não há má vontade de “beneficiar” um rival, também não há motivação para quem não tem mais o que fazer nas rodadas finais. Colocar os clássicos regionais nas últimas rodadas também ajudaria a motivar quem já pensa no ano seguinte.

Com o campeonato em disputa sendo importante também para definir o futuro, restando uma semana para encerrar o campeonato, evitaríamos discutir tudo, menos futebol.

O melhor Gre-nal em muito tempo será no Camp Nou

O Juventude foi campeão gaúcho em 1998. Quebrou a hegemonia de Internacional e Grêmio que vinha desde 1954 quando o Renner venceu a competição. Dos 90 campeonatos gaúchos já disputados, apenas 15 não foram vencidos pela dupla Gre-nal. Na Espanha, Real Madrid e Barcelona ganharam 16 dos últimos 20 títulos. A maior sequência de vitórias da dupla aconteceu entre 1985 e 1995. 11 anos com seis títulos para madrilistas e cinco para catalães.

Os dois maiores clubes do país concentram a maior quantidade de títulos, possuem mais dinheiro e melhores jogadores. Mas ano após ano a diferença se acentua. A temporada do Real Madrid em 2009/10 foi sensacional. A melhor de sua história. Foram 96 pontos, aproveitamento de 84% e 102 gols marcados (igualando ao do Barça em 96/97 como o melhor de todos os tempos). Nos últimos 20 jogos, uma derrota, um empate e 18 vitórias. Incrível! Incrível e... vice-campeão. Com três pontos a mais, apenas uma derrota na competição e Messi marcando 34 vezes em 35 jogos, o Barça levantou a taça.

A continuar como está, o Espanhol confirmará a ideia de “campeonato gaúcho com grife”. Muita grife, muita disputa, mas apenas entre duas equipes.

O Real Madrid de José Mourinho ainda não perdeu na temporada. São 19 jogos, 15 vitórias e quatro empates. O Barça venceu 16, empatou três e só caiu duas vezes: diante do forte (inevitável trocadilho, perdão) Hércules e para o Sevilla na SuperCopa - vencida pelos catalães, com goleada no Camp Nou. O momento de ambos é brilhante e os credenciam como favoritos a tudo que forem disputar.

O jogo na segunda-feira terá o time de Guardiola com a bola nos pés, procurando espaços que Mourinho tratará de não ceder. Terá Cristiano Ronaldo nas costas de Dani Alves, Ozil organizando o jogo e Di Maria como elemento surpresa. Será um grande jogo, com o Camp Nou absolutamente lotado.

Fosse no Brasil, diríamos estar vivendo a expectativa de um dos maiores Gre-nais de todos os tempos.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Real Madrid é um time. Desta vez, também no campo

Cristiano Ronaldo, Ozil, Di Maria, Higuaín. No papel um timaço que ainda terá a volta de Kaká e conta com Xabi Alonso e Khedira. Mas, também no papel, o Real Madrid já teve Figo, Ronaldo e Zidane (melhores do mundo em 2001, 2002 e 2003, respectivamente), além de Beckham, Raúl, Roberto Carlos. A diferença é que o time de José Mourinho saiu do papel.

A goleada de 4 a 0 sobre o Ajax, com nova exibição acima da média de Cristiano Ronaldo (19 jogos e 19 gols na temporada), é só mais um capítulo do que vem jogando o time de madrilenho. Hoje o Real Madrid se defende bem, desarma, sabe jogar sem a bola. Na frente, se movimenta, troca passes e não fica simplesmente esperando um lance de outro mundo, vindo de algum galáctico. São 49 gols marcados e nove (!) sofridos em 19 partidas. São 15 vitórias e quatro empates até então.

Contra os holandeses, em Amsterdã, o Real não correu riscos e ainda deu espetáculo, como o passe de calcanhar de Ozil no gol de Benzema. Jogou em altíssima velocidade e poderia ter feito muito mais do que 4 a 0 – mesmo sem Higuaín e com Di Maria poupado. O mesmo pode-se dizer da vitória sobre o Milan, no Santiago Bernabéu. A cada dia que passa, a cada adversário impetuosamente batido, José Mourinho prova o que faz de melhor: transforma bons nomes em ótimos times. Não é cedo para dizer que o Real é favorito a tudo que disputa na temporada. Só que desta vez, não só pelo potencial que a escalação impressa mostra, mas também pelo que se enxerga dentro de campo.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Dorival cumpre mais um objetivo e Atlético pode pensar em 2011

Dorival Jr. foi contratado para tirar o Atlético do rebaixamento. A missão era muito clara e a melhora do time também é. O treinador tateou, encontrou a melhor formação no segundo tempo da partida contra o Corinthians, testou mais e definiu a forma de jogar no clássico contra o Cruzeiro.

Um volante a frente da zaga, outro para proteger a fragilidade do lateral-direito da equipe, dois meias que trocam de posição e abrem espaço nos lados do campo e dois atacantes. O Atlético pressiona seus adversários, dificulta a saída de bola e joga com a bola no pé. A equipe ainda tem o sistema defensivo vulnerável e evitar que o adversário tenha a bola, é a melhor maneira de se proteger. Dorival tem em mãos o mesmo grupo que possuía Vanderlei Luxemburgo – a exceção de Renan Oliveira, que Vanderlei não quis. A simples troca de treinador e a evolução da equipe mostram que o trabalho anterior era mal feito, e as perspectivas para 2011 serão melhores.

Desde 2007, quando ingressou em um grande clube, Júnior cumpre o que lhe é pedido. Levou o Cruzeiro para a Libertadores daquele ano. Em 2008, no Coritiba, foi campeão paranaense e terminou o brasileiro a frente do rival Atlético. Ano passado, subiu com o Vasco e foi campeão da série B. Na temporada atual, justificou o investimento do Santos em Robinho no primeiro semestre vencendo a Copa do Brasil e o campeonato paulista.

O treinador faz o que lhe é pedido. Em 2010, Kalil não queria ver o Atlético ser rebaixado. Não verá. Planejar 2011 com Dorival Jr. no comando é o primeiro passo para ter seu objetivo cumprido.

Ronaldo iguala recorde pelo Corinthians e time para sem o camisa 9

Desde a volta de Ronaldo, contra o Guarani, o Corinthians tinha quatro vitórias e dois empates. O atacante havia marcado quatro gols nas seis partidas. Enquanto o Fenômeno estava em campo, o Corinthians derrotava o Vitória. Ele saiu e os rubronegros “venceram” por 1 a 0.

Até então, tudo ia bem para o Corinthians em Salvador. Danilo, na vaga de Bruno César, ocupava a faixa esquerda do campo, mas também jogava pelo meio. Assim também fazia Jorge Henrique. Ronaldo tinha espaço para girar e ficar de frente para a marcação. Receosa, a zaga do Vitória dava campo ao camisa 9, esperando que ele tentasse o drible. Ronaldo preferia o passe e colocou primeiro Jorge Henrique e depois Danilo cara-a-cara com Viáfara para deixar o Corinthians na frente.

Com Roberto Carlos, mais uma vez, implacável na marcação pela esquerda, cabia ao time da casa investir pelo outro lado. Foi assim que Carlos Eugênio Símon acertou ao marcar o pênalti depois que Ralf tocou a mão na bola. Com a igualdade e o time corinthiano cansado, o segundo tempo foi de Júlio César que salvou a equipe três vezes frente a frente com o ataque adversário.

O Corinthians parou depois que Ronaldo saiu. Não tinha referência, embora Iarley tentasse fazer a mesma função. Só no final do jogo, com o Vitória exposto, o time voltou a criar. Foi a segunda vez que Ronaldo jogou sete partidas seguidas com a camisa alvinegra. Antes, havia atuado entre a 31ª e 37ª rodada – quando se lesionou contra o Flamengo, em Campinas.

Faltando duas rodadas, o Corinthians centenário torce pelo imponderável para salvar o ano. O Fluminense enfrenta Palmeiras (f) e Guarani (c) e é favorito ao título. O alvinegro terá de torcer contra e fazer sua parte. Ronaldo, provavelmente, só poderá ajudar secando o rival carioca.

Obs: a maior sequência de Ronaldo, após a grave lesão em 2001, foi pelo Milan, entre fevereiro e abril de 2007 quando disputou 13 partidas seguidas pelo campeonato italiano, entre a 22ª e a 34ª rodada, e marcou 7 gols. Não foram todos os jogos que fez o Milan no período. Ronaldo não disputou as partidas da Liga dos Campeões pelo clube italiano, porque já havia atuado pelo Real Madrid.










domingo, 21 de novembro de 2010

Mauro Silva explica, passo a passo, como funciona a mala branca

A discussão, no Enquanto a Bola Não Rola da Rádio Globo, nem era a mala branca. Falava-se sobre o suposto acordo entre jogadores do Vila Nova-GO e Náutico, na penúltima rodada da série B. Mauro Silva, ex-jogador do Deportivo La Coruña e campeão do mundo com a seleção brasileira em 1994, disse já ter recebido até três malas em uma única partida e que a situação é absolutamente normal.

O jogador explicou passo a passo como funciona o processo de incentivo financeiro para vencer jogos. Combina-se entre os jogadores do clube interessado no resultado e o do clube que irá entrar em campo. O valor é entregue em dinheiro e repartido entre todos os jogadores.

Mauro Silva falou ainda que nunca viu o esquema para que se perca uma partida ou falta de empenho para prejudicar um rival.

Ouça o que disse o ex-meio-campista.

Mauro Silva.wav

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

América e Sport jogam pelo ano e contra os próprios problemas

América e Sport lutam para voltar à série A. A equipe mineira 10 anos depois do rebaixamento em 2001, os pernambucanos um ano após a queda. A média de público do rubronegro (17.831) é 12 vezes maior do que a do Coelho (1.418). Em campo, amanhã em Sete Lagoas, dois times com virtudes, mas que lutaram durante toda a competição contra seus problemas.

O América tem dificuldades de agredir o adversário. É ótimo no contragolpe e carece de outra opção ofensiva. Sem Luciano e Irênio, caberá aos alas criar as jogadas. Marcos Rocha e Rodrigo dão opção da chegada em diagonal, tabelando com Fábio Jr, ou ainda jogando bem abertos e criando espaço para quem vem de trás – especialmente Leandro Ferreira. A defesa é firme, porém lenta. Quando o América precisa do resultado e se expõe, fica vulnerável no contragolpe.

O time de Geninho concentra sua força no meio-campo. Daniel Paulista e Germano marcam bem e tem razoável saída de bola. Quando funcionam, Marcelinho Paraíba tem espaço para jogar. Magrão, em grande forma, e Ciro, que além de marcar gols tem boa movimentação, são decisivos na equipe. O Sport tem laterais fracos. Renato e Dadá pela direita não se firmaram. O interminável Dutra é seguro e discreto pela esquerda. Igor é lento, Tobi, volante improvisado, é o melhor zagueiro da equipe.

Sem André Leone, Dutra, Ciro e Romerito o time pernambucano chega mais fragilizado que o América para a partida decisiva. Pesa contra o América, o péssimo desempenho nos confrontos diretos. Contra Coritiba, Bahia, Figueirense, Sport e Portuguesa, fez 8 dos 27 pontos possíveis – 30% de aproveitamento. O Sport fez 13, em 24 pontos.

Mesmo que vença seus dois jogos, o Sport ainda precisa torcer por um tropeço do América diante da Ponte Preta na última rodada. Com vantagem nos critérios de desempate, o clube mineiro pode garantir o acesso até com um empate, caso a Portuguesa perca para o Ipatinga, em São Paulo.

O jogo que vale um ano para América e Sport será vencido por quem melhor conseguir superar o adversário, evidente. Mas principalmente pela equipe que derrotar também os seus próprios problemas.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Brasil trava no primeiro teste e Argentina quebra tabu de cinco anos

Foi para a Argentina, a primeira derrota de Mano Menezes a frente da seleção. O gol de Messi quebra um jejum de cinco jogos e também cinco anos sem vitória argentina sobre o time brasileiro. A última, por 3 a 1 em junho de 2005, no Monumental de Nuñez pelas Eliminatórias da Copa da Alemanha.

O Brasil começou o jogo com a iniciativa. Daniel Alves em velocidade pela direita e André Santos pela esquerda. Ambos, sempre em diagonal. Sem centroavante, cabia à seleção jogar com a bola no chão e foi o que tentou fazer. Ronaldinho Gaúcho, centralizado, participava pouco, mas distribuía bem o jogo. O antídoto argentino era com Messi e Pastore, nas costas de Elias e Ramires. Batista tentava fazer a equipe funcionar com passes curtos, como Barcelona. Para Messi, ser o Messi da Espanha. Para isso, no entanto, faltava marcar pressão, ter laterais bem-avançados e encurralar o adversário. Sem nada disso, a pressão começava, mas morria a frente da área.

No segundo tempo o Brasil apertou a saída de bola, marcou a frente e foi bem. Pastore e Messi recebiam a bola já quebrada e não rendiam. Lavezzi, aberto no setor de André Santos, era a principal alternativa e evidenciou o problema de marcação pelo lado esquerdo da defesa brasileira. A seleção roubava a bola no campo de ataque, mas com Mascherano não dando espaços a Ronaldinho, não havia criação.

O jogo era administrado até Douglas perder a bola do jogo no meio do campo. Fatal para Messi marcar pela primeira vez, na seleção principal, contra o Brasil. Em renovação tanto Brasil quanto Argentina tinham o principal teste pós-Copa. Mano Menezes mudou mais sua equipe, em relação a que disputou o mundial. Na Argentina, os jovens já haviam sido inseridos para a disputa na África do Sul. Higuaín, Di Maria, Romero estiveram na Copa. O Brasil demora mais para se armar com Neymar, David Luís, Lucas e Elias.

Em um jogo de tantas semelhanças, fez a diferença o talento de um jogador decisivo que hoje o Brasil não tem.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Não há "apito amigo", mas Corinthians foi o mais beneficiado na disputa pelo título

A polêmica acerca do lance de Gil sobre Ronaldo e o pênalti marcado por Sandro Meira Ricci reabriu a discussão sobre o suposto “apito amigo” a favor do Corinthians. Quero acreditar que não há. Zezé Perrella pode me fazer pensar diferente. Depois de falar em esquema, bandidagem, compra de árbitro, etc. O presidente do Cruzeiro tem em mãos a possibilidade de moralizar o futebol brasileiro. Com 17 anos como dirigente, já viu tudo. Se viu que fal. Se não falar é porque não há nenhum esquema e podemos entender que os erros são frutos do despreparo da arbitragem e nada mais.

Parto do ponto que Zezé não falará nada. Acredito, então, na má qualificação dos árbitros. Sem esquema, mas com erros que beneficiaram o Corinthians. Foram, ao meu entender, nove jogos em que o time paulista foi beneficiado, contra quatro em que o trio de arbitragem errou e lhe prejudicou. O Fluminense foi beneficiado em dois jogos e prejudicado em outros dois. O Cruzeiro teve cinco jogos em que a arbitragem lhe favoreceu e em outros seis foi prejudicado.

A conta não é matemática. É subjetiva. Você leitor, pode ou não concordar, sem problemas. O que está aqui é apenas opinião.

Confira os jogos em que os três postulantes ao título contaram com interferência da arbitragem. Em negrito, os jogos em que houve erro a favor.

Corinhtians:

- 2x1 Atlético-PR (1ª rodada) – Marcelo de Lima Henrique marcou pênalti inexistente em Souza e Ronaldo marcou o gol da vitória, aos 38 minutos do 2º tempo.
- 1x0 Fluminense (3ª rodada) – o auxiliar Marcelo Bertanha Barison marcou impedimento em Fred que sofreu pênalti de Felipe. O jogo estava 1 a 0 para o Corinthians.
- 1x1 Palmeiras (12ª rodada) – Jorge Henrique, em impedimento, abriu o placar. Ednilson Corona validou o lance.
- Avaí 3x2 (14ª rodada) – Péricles Bassols não marcou pênalti em Jorge Henrique quando o jogo estava 2 a 1 para o Avaí.
- Cruzeiro 1x0 (16ª rodada) – Sandro Meira Ricci marcou pênalti de Everton que toca, involuntariamente, o braço na bola. Fábio defende.
2x1 Vitória (17ª rodada) – Célio Amorim não marcou pênalti sobre Henrique quando o jogo estava 0 a 0.
- Atlético-PR 1x1 (20ª rodada) – Jailson Macedo Freitas marcou pênalti irregular para as duas equipes.
- Santos 2x3 (24ª rodada) – Carlos Berckenbrock não marcou impedimento de Danilo no gol de Paulo André. O terceiro.
- 1x1 Botafogo (26ª rodada) – Alessandro Rocha Mattos invalidou gol legal de Herrera quando o jogo estava 1 a 1.
- Vasco 2x0 (18ª rodada) – Roberto Braatz não marcou impedimento no 1º gol vascaíno.
- Guarani 0x0 (30ª rodada) – Ednilson Corona anulou gol legal de Ronaldo, assinalando impedimento.
- 1x0 Cruzeiro (35ª rodada) – Alessandro Rocha Mattos marcou dois impedimentos inexistentes no primeiro tempo. Sandro Meira Ricci marcou pênalti inexistente de Gil sobre Ronaldo.

Fluminense:

- Ceará 1x0 (1ª rodada) – Paulo César de Oliveira marcou pênalti inexistente, expulso Cássio e ainda mandou voltar a cobrança.
- Corinthians 1x0 (3ª rodada) – o auxiliar Marcelo Bertanha Barison marcou impedimento em Fred que sofreu pênalti de Felipe. O jogo estava 1 a 0 para o Corinthians.
- Atlético-PR 2x2 (31ª rodada) – Wilson Luís Seneme não deu pênalti em Guerrón quando o jogo estava 2x1.
- 2x0 Grêmio(32ª rodada) – Héber Roberto Lopes não marcou pênalti em Jonas. O Fluminense vencia por 1 a 0.

Cruzeiro:

- Internacional 1x2 (1ª rodada) – Wilson Luís Seneme marcou pênalti, inexistente, para o Cruzeiro quando a partida estava 0 a 0. Vicente Romano Neto assinalou dois impedimentos prejudicando ataques perigosos do Inter.
- 2x2 Avaí (2ª rodada) – José Antônio Chaves marcou impedimento, anulando gol de Henrique quando o jogo estava 2 a 2.
- Guarani 2x2 (3ª rodada) – Júlio César Rodrigues dos Santos assinalou impedimento do atacante Roger, aos 42’ do segundo tempo, anulando o 3º gol do Guarani.
- 2x2 Grêmio (11ª rodada) – primeiro gol do Grêmio sai de falta lateral que deveria ser um arremesso lateral e Marcelo de Lima Henrique deixou seguir.
- 1x0 Internacional (20ª rodada) – Nielson Nogueira Dias deixou de marcar pênalti de Gil em Leandro Damião quando o Cruzeiro vencia por 1 a 0.
- 2x0 Ceará (24ª rodada) – Cleriston Clay Barreto apontou impedimento, inexistente, de Marcelo Nicácio aos 42’ do segundo tempo, quando o Cruzeiro vencia por 1 a 0.
- Santos 4x1 (25ª rodada) – Ricardo de Almeida deu impedimento que não foi de Farias, anulando o gol de Farías. O jogo estava 0 a 0.
- Grêmio 2x1 (30ª rodada) – Fabrício Vilarinho da Silva marcou impedimento invalidando o gol de Wellington Paulista. O jogo estava 1 a 1.
- 3x4 Atlético-MG (31ª rodada) – Sandro Meira Ricci deu pênalti de Werley sobre Edcarlos após agarra-agarra na grande área.
- 0x2 São Paulo (33ª rodada) – Nielson Nogueira Dias marcou pênalti inexistente sobre Ricardo Oliveira. O São Paulo vencia por 1 a 0.
- Corinthians 1x0 (35ª rodada) – Alessandro Rocha Mattos marcou dois impedimentos inexistentes no primeiro tempo. Sandro Meira Ricci marcou pênalti inexistente de Gil sobre Ronaldo.

domingo, 14 de novembro de 2010

Houve erro, mas também houve jogo no Pacaembu

Houve jogo no Pacaembu. E foi um grande jogo. A arbitragem de Sandro Meira Ricci foi ruim. Errou a marcação de impedimentos contra o Cruzeiro, não deu falta clara sobre Thiago Ribeiro a um passo da grande área e marcou um pênalti inexistente sobre Ronaldo aos 40 minutos do segundo tempo. Há o choque de Gil e Ronaldo. Choque não é sinal de pênalti.

Ao jogo:

O time de Cuca marcava individualmente. Gil em Dentinho, Léo em Ronaldo, Jonathan em Jucilei, Fabrício em Elias, Henrique pegava Bruno César e Gilberto vigiava Alessandro. Thiago acompanharia Roberto Carlos que não atacou, assim como Ralf que tinha a atenção de Montillo. Assim o Cruzeiro bloqueou o Corinthians. Desarmava bem e tinha a bola para contra-atacar como Tite menos queria: com a defesa, muito lenta, exposta. Montillo abria pelos lados do campo e abria espaço para Fabrício e Jonathan chegarem em velocidade.

Duas finalizações para cada lado no primeiro tempo. Quatro corintianas e duas cruzeirenses no segundo. O Cruzeiro foi melhor. Teve duas chances cara-a-cara. Júlio César não cometeu pênalti em Thiago Ribeiro e salvou o chute de Wellington Paulista. O time mineiro crescia à medida que o Corinthians tentava sair mais. Faltava acertar o tempo para fugir da linha de impedimento. Fabrício parou Elias e ainda saiu para jogar. Lançou, finalizou, arrancou em velocidade. Melhor em campo.

O Cruzeiro foi melhor que o Corinthians. A ter um vencedor, em uma partida tão equilibrada, ele deveria ser azul. Fez a diferença os erros da arbitragem. O Corinthians briga para ser campeão e isso não se dá pelo erro de Sandro Meira Ricci. São 63 pontos conquistados.

Ao final do jogo, o presidente do Cruzeiro, Zezé Perrella, e o técnico Cuca, sugeriram “armação” pró-Corinthians. O presidente, mais exaltado, chegou a falar em bandidagem de Sérgio Côrrea e “operação” do arbitro.. Zezé é dirigente do clube há 17 anos. Já viu de tudo no futebol. Se ele sabe de algum esquema, se sabe que há operação e bandidagem que fale. Que ajude o futebol brasileiro. Suposições de dúvidas e sugestões de falta de honestidade todos já viram. O campeonato brasileiro de 2010 pode servir para esclarecer as coisas. Se Zezé souber, que fale.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Cruzeiro e Corinthians mantêm as bases, mas o jogo será outro um ano depois

Corinthians e Cruzeiro se enfrentaram pela 31ª rodada do campeonato brasileiro de 2009, no dia 25 de outubro. O jogo no Pacaembu foi vencido pelo Cruzeiro por 1 a 0 – gol de Gilberto aos 40 minutos do primeiro tempo. Dos 22 jogadores que começaram a partida naquela tarde de domingo, 15 estarão em campo amanhã. O Corinthians repetirá sete jogadores, o Cruzeiro oito. A base das equipes é a mesma, o jogo é outro.

Do time de Mano Menezes, Tite escala Alessandro, Chicão, Willian, Jucilei, Elias, Dentinho e Ronaldo. Júlio César assumiu o posto de Felipe, Ralf, Roberto Carlos e Bruno César foram contratados na temporada. A exceção do goleiro, as outras três peças chegaram para suprir as saídas de André Santos, Christian e Douglas.

Do outro lado, Cuca conta com Fábio, Jonathan, Gil, Fabrício, Henrique, Marquinhos Paraná, Gilberto e Thiago Ribeiro. Em 2009, Caçapa, Diego Renan e Guerrón foram os outros titulares. Wellington Paulista, que joga no amanhã, estava lesionado no ano passado.  Hoje, Caçapa é quem não pode atuar por lesão e Diego Renan era titular até a última rodada. Não fosse pelos desencontros, a única mudança poderia ser a entrada de Montillo no time – além da troca de treinador.

Os nomes são praticamente os mesmos, mas as coincidências do confronto acabam por aí. O Corinthians foi o 12º melhor mandante do último campeonato, com 32 pontos ganhos em casa. Hoje, já tem 41. O time paulista, mais interessado pela disputa, usa bem o fator campo. Adianta as peças do meio-campo e pressiona o adversário na defesa. Tem intensa movimentação de Elias, Jucilei e Bruno César, que confundem a marcação. O time de 2009 era mais estático. Jorge Henrique aberto pela esquerda, Dentinho pela direita, Elias e Edu se aproximando.

O time de Cuca tem a mesma estrutura que tinha o de Adilson. Ano passado, o Cruzeiro teve o melhor desempenho fora de casa do campeonato - o que se repete na temporada atual. A mudança é na forma de conseguir os resultados. Adilson Batista primava pela posse de bola. Jogasse onde fosse, a equipe mineira rodava a bola, tinha paciência para definir as jogadas. O Cruzeiro atual é mais agudo. Se protege melhor, com praticamente só Fabrício saindo, entre os volantes. A saída passa mais pela bola longa e a jogada tem, quase sempre, a participação de Montillo.

No ano passado, quem deu as cartas foi o Cruzeiro. Anulou um Corinthians sem ideias, e para isso não deixou o time alvinegro ter a bola. No jogo de sábado, os paulistas terão a bola, mas encontrarão um adversário que sabe se fechar e tentará ser letal no contragolpe. É jogo de vida ou morte. Uma decisão para chegar a decisão de quem disputa o título com o Fluminense nas últimas três rodadas.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Palmeiras sem criatividade, mas a quatro jogos da Libertadores

A classificação do Palmeiras, contra os reservas do Atlético pode ser vista por dois ângulos. O primeiro pelas dificuldades que teve para passar pelos reservas de Dorival Jr. O segundo pela proximidade da Libertadores e a possibilidade de salvar o ano. O time de Luís Felipe Scolari carece de criatividade e não se priva de riscos na defesa. Já na partida em Sete Lagoas, o Atlético criou dificuldades. No Pacaembu, o time mineiro jogava melhor até o gol de Marcos Assunção.

A equipe tem dois jogadores de qualidade para decidir jogos: Kléber e Valdivia. Com mais uma contusão do chileno (de novo no primeiro lance que participou), o time depende de lançar a bola para Kléber e esperar que algo aconteça. Se bem marcado, a chance passa a ser a bola parada com Marcos Assunção. Foi assim, na cobrança de escanteio, que saiu na frente.

Antes disso, o Atlético chegava com a bola longa de Mendéz e a velocidade dos atacantes. Tivesse Tardelli em campo, talvez não tivesse perdido as chances que teve Ricardo Bueno e o jogo seria outro. Apenas com reservas, os mineiros bloqueavam bem e tinham muita movimentação na frente. Sem entrosamento, o Atlético pecava na saída de bola e foram assim as principais chances do Palmeiras na partida.

A pouca produção do time é motivo para Scolari se preocupar. Depois de tatear e chegar a escalar seis volantes em campo, Felipão parece disposto a deixar a equipe protegida e apostar na qualidade dos homens de frente para vencer as partidas. O ângulo otimista é que restam quatro partidas para chegar à Libertadores. O Palmeiras pode ter ainda um 2010 melhor que o do rival Corinthians, por exemplo. Se vencer a Sul-Americana e o alvinegro for vice-campeão brasileiro, os dois disputarão a Libertadores em 2011 e o Palestra fecha a temporada com um título internacional.

Para isso, a bola parada de Assunção e a qualidade de Kléber poderão ser o suficiente. Não é possível mais contar com Valdivia. Mas é bem possível contar quatro jogos.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Ney Franco pagou a conta que não era dele e ainda reformou a casa

Ney Franco disse que pagou sua dívida. O acesso de volta para a série A, passa pelo treinador. A queda teve a presença de Ney, mas não culpa. O treinador assumiu o Coritiba na 18ª rodada com 16 pontos. O aproveitamento era de 29%. Mesmo com o rebaixamento, fez 29 pontos em 20 partidas, 48% dos pontos conquistados.

Ney conseguiu montar um time de baixo custo e boa produção. Enrico, Leonardo, Rafinha, Léo Gago. Foram apenas 12 derrotas no ano. Estadual conquistado no primeiro semestre e acesso à Série A garantido com três rodadas de antecedência.

O treinador não tinha nenhuma dívida. Mesmo se tivesse, teria pago com juros e correção. Como Ney Franco vai coordenar as seleções de base e dirigir a equipe sub-20, a partir de dezembro, o Coxa terá de procurar outro treinador. Ney Franco pagou a conta que não era dele e aidna deixa fez ótimas reformas na casa para o próximo locatário.

domingo, 7 de novembro de 2010

Cruzeiro consistente, como o que cresceu no campeonato

Lembra do Cruzeiro que era consistente e vencia por 1 a 0 a maioria do seus jogos? Esse time voltou. Com três zagueiros e Montillo avançado ao lado Thiago Ribeiro, o time de Cuca tinha bom toque de bola no meio-campo, mas pecava na hora de definir o lance. O time mineiro construía jogo pela direita e cruzava na área buscando Diego Renan (!?). O gol da vitória, creditado a Thiago Ribeiro, sai em cruzamento despretensioso que Jonas empurra para o fundo do gol.

No setor defensivo, o time era consistente. Fábio precisou fazer duas boas defesas, uma bola acertou a trave, mas o Vitória só chegou na bola parada de Ramon. O Cruzeiro pôde ainda matar o jogo no segundo tempo, com o contragolpe bem tramado. Montillo e Thiago Ribeiro voltaram a jogar bem e se entendiam na saída pela direita. Gilberto entrava em diagonal para finalizar com perigo.

Cuca mudou o Cruzeiro para enfrentar o Vitória. O treinador entendia que precisava de um fato novo e escalou três zagueiros – o que não fazia desde a última rodada do primeiro turno, contra o Palmeiras. Para a próxima rodada, contra o Corinthians, o treinador ganha Fabrício e poderá ter novamente Wellington Paulista.

O jogo da próxima semana terá frente a frente o segundo melhor ataque (58) contra a segunda melhor defesa (34) – o texto foi escrito antes da partida entre Fluminense, que sofreu 33 gols, e Vasco. O mandante que mais pontuou (41 pontos) contra o visitante mais eficaz do campeonato (28 pontos). O Cruzeiro que venceu os jogos mais difíceis foi o time do 1x0. Foi assim contra Corinthians, Fluminense e Internacional. Consistente, sem dar grandes chances ao adversário e aproveitando as poucas chances que criou.

A vitória cruzeirense em Salvador garante ao jogo do Pacaembu status de final de campeonato. Final que pode ter um terceiro interessado. O Brasileirão está fervendo.

Empate entre passado e presente de Dorival Jr.

Marcelo Martelotte optou por um Santos mais precavido contra o Atlético, em Sete Lagoas. Adriano Bispo e Possebon davam mais consistência, mas menos mobilidade ao time paulista. O Atlético, mais uma vez com dois meias e dois homens na frente, tentava prensar o Peixe no seu campo e se preocupava com Neymar no contragolpe. Com muita chuva e dois apagões, a partida teve ainda alta velocidade. Marca deixada por Dorival Jr. no Santos e, por vezes, já notada no Galo.

A marcação atleticana começou errada. Zé Luís tentou cobrir Rafael Cruz, abriu espaço para Neymar. Rever recuou e o atacante abriu o placar. Quando Serginho passou a marcar o camisa 11 santista, o Atlético cresceu. O volante atleticano foi o melhor em campo (ao próprio do lado Neymar). Evitou o contragolpe do Peixe e ainda conseguia puxar os contragolpes. Foi dele o passe para Diego Tardelli empatar o jogo.

Faltava ao time mineiro ter maior participação de Diego Souza e Renan Oliveira. Rodava a bola à frente da área, mas com os meias tocando para o lado e para trás, não havia como criar. Os dois fizeram a jogada do segundo gol, marcado por Obina. O antídoto de Martelotte era fazer o Santos voltar a ser o time ofensivo de outros jogos. Para isso tinha Alan Patrick e Marcel em campo. O time passou a ser mais veloz, mais ofensivo e chegou ao empate com a falha de Renan Ribeiro. 39º gol de Neymar na temporada, um a menos do que Jonas – artilheiro do Brasil.

Empate justo, para duas equipes com pinceladas de Dorival Jr. O Santos ainda se parece com a equipe montada pelo treinador e o Atlético demonstra o mesmo em alguns momentos. Ao clube paulista, com ou sem o empate, depois de sábado vem o domingo. Para o Atlético, perder pontos, mesmo sem jogar mal, é perigoso. Se o empate foi bom ou não, só em dezembro para ter certeza.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Derrota não é trágica, mas tira do Cruzeiro o direito de errar

O São Paulo com Fernandão, Lucas, Dagoberto e Ricardo Oliveira e o Cruzeiro com Gilberto, Montillo, Thiago Ribeiro e Robert prometiam fazer um jogo aberto. Paulo César Carpegiani não entendeu assim. Fechou o seu time com Carlinhos Paraíba e Rodrigo Souto à frente da defesa, uma linha com Lucas pela direita, Dagoberto por dentro e Fernandão pela esquerda. Ricardo Oliveira isolado.. O erro do time paulista foi deixar Fernandão na marcação de Jonathan. O cruzeirense levava a melhor e, com Dagoberto centralizado, Henrique o vigiava e o contragolpe não saia.

Pela direita, o Cruzeiro chegava com Jonathan, mais Thiago Ribeiro e Montillo. A tentativa era a de chegar à linha de fundo e cruzar para Robert. Jogada que consagrou os zagueiros do Tricolor. No primeiro tempo, Dagoberto quase abriu o placar quando trocou de posição com Fernandão e apareceu nas costas de Jonathan para encobrir Fábio e Edcarlos salvar sobre a linha. No início da etapa final, Fernandão recua para armar no círculo central. A senha para Lucas e Dagoberto entrarem em diagonal e Lucas abrir o placar.

Cuca não podia deixar seu time mais ofensivo, senão daria o contragolpe para o São Paulo. Tentou soltar mais Diego Renan, Jonathan virou ponta e Fabrício tentou ser meia. Não deu certo. Em jogada de Ricardo Oliveira, Léo coloca o braço no peito do atacante, fora da área. Choque não é sinal de falta. O lance foi normal e foi fora da área. Não foi por isso que o Cruzeiro perdeu. O São Paulo era soberano em campo e apenas o acaso de um lance fortuito poderia mudar o resultado. Rogério Ceni marcou seu sexto gol em Fábio, sua maior vítima. Sexto gol no Cruzeiro, o Palmeiras é quem mais levou gols do goleiro: sete.

O São Paulo de Carpegiani, como foi dito neste espaço após a vitória sobre o Atlético-PR, é melhor. Venceu cinco dos seis jogos que fez sob o comando do torcedor. Mais rápido, mais envolvente e mais solto.

Segue o tabu: nas últimas 13 partidas entre as equipes pelo campeonato brasileiro, oito vitórias paulistas e cinco empates. Com três derrotas nas últimas quatro rodadas, o Cruzeiro precisa de 13 pontos nos últimos 15 para chegar aos 70 pontos - que Cuca acredita ser o suficiente para ser campeão. Um ponto atrás do Fluminense, a derrota não é uma tragédia, mas passa a oportunidade de ser líder a cinco rodadas do fim.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

América ainda é favorito à vaga, mas precisa aprender a atacar

Contra o Paraná Clube, o América chegou a quarta derrota nas seis últimas rodadas, permitindo que o Sport tirasse cinco pontos de diferença e esteja, hoje, a um ponto do quarto colocado. A queda de produção preocupa para as cinco rodadas finais, quando a equipe mineira terá de enfrentar Guaratinguetá e depois uma sequência difícil com Bahia, São Caetano, Sport e Ponte Preta – com dois jogos no interior paulista.

Os dois confrontos mais complicados do time de Mauro Fernandes serão disputados na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas. O que pode ser bom para o América, desde que passe a ser uma equipe que saiba atacar. Desde o ano passado, no time montado por Givanildo de Oliveira, com três zagueiros para a disputa da série B, o Coelho é forte na defesa e rápido no contragolpe. Em muitos jogos como mandante teve problemas para fazer o primeiro gol e conseguiu deslanchar depois do adversário ter de se abrir mais.

Foi assim contra equipes frágeis como América-RN e Santo André. Quando encontrou adversários mais fortes, teve problemas. No primeiro turno, perdeu para Náutico e Ponte Preta – que na época brigavam na parte de cima da tabela. No segundo, empatou com Coritiba e perdeu da Portuguesa. Bahia e Sport, adversários que vai receber em Minas, são, respectivamente, primeiro e quarto melhor visitante da Série B.

O América ainda é favorito para ficar com uma vaga na primeira divisão. Tem um ponto de frente e levará vantagem em um possível empate em número de pontos com o Sport, graças ao número de vitórias. Apesar das dificuldades em Sete Lagoas, decidirá em casa o confronto direto. O Coelho tem problemas para resolver. Para chegar à Série A, terá que continuar bem nos contra-ataques, mas também vai precisar aprender a atacar.

sábado, 30 de outubro de 2010

Cruzeiro faz sua parte e espera erro do Fluminense para dar o bote

O jogo em Presidente Prudente podia pintar como fácil para o Cruzeiro. O time da casa, lanterna e com 10 desfalques, carecia de qualquer qualidade, mas as sete derrotas em 15 jogos no Prudentão foram por um gol de diferença. E mais: Corinthians (2x2) e Fluminense (1x1) perderam pontos no interior paulista. Em campo, o time de Cuca foi soberano. Não que tenha sido brilhante, mas não deu chance ao adversário.

Com Gilberto entre os titulares, Thiago Ribeiro jogou mais centralizado, ao lado de Robert, e sumiu do jogo. Montillo foi discreto pela direita e coube a Gilberto, do outro lado, organizar o time mineiro. Depois do belo gol de Léo, batendo de longe, o Prudente tentou sair liberando João Victor pela direita e com Adriano Pimenta se aproximando dos atacantes. Sobrava espaço para o contra-ataque que nascia sempre com Gilberto. Assim foi o segundo gol. Passe espetacular do camisa 7 para Robert escorar.

No segundo tempo, o Cruzeiro aproveitou a vantagem, não assustou e segurou o lanterna. O time parecia se poupar para o jogo de quarta-feira contra o São Paulo. Para vencer o Tricolor, vai precisar jogar mais. Repetir as partidas que fez em Uberlândia quando venceu Corinthians, Flamengo, Internacional e Fluminense antes de perder para o Atlético.

Se a próxima rodada é complicada para os mineiros, para os cariocas é ainda mais: o Fluminense vai ao Beira-Rio enfrentar o Internacional. Hora boa para o bote.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

São Paulo mostra crescimento, mas qual é o alvo?

Sem Fernandinho e Lucas, Paulo César Carpegiani abriu mão da velocidade e apostou na posse de bola, com Casemiro e Fernandão. Deu certo. Fernandão se aproximava de Dagoberto, jogando por dentro, e Ricardo Oliveira – melhor do jogo na Arena Barueri. Foi do centroavante o primeiro gol aos 12 minutos.

O Atlético Paranaense era uma equipe bem diferente da que Carpegiani treinou. Isso por conta dos desfalques de Sérgio Soares. Branquinho, Rodolpho, Paulo Baier, Élder Granja e Maikon Leite. O Furacão perdeu sua espinha dorsal e a solução foi escalar uma equipe com marcação forte, a fim de forçar o erro do adversário e sair com a velocidade de Guerrón e Bruno Mineiro. Também deu certo. O equatoriano aproveitou falha de Casemiro e empatou a partida.

Carpegiani percebeu a armadilha. Só com movimentação, venceria o bloqueio rubro-negro no meio. Por isso promoveu Marlos no segundo tempo na vaga de Casemiro. Carlinhos Paraíba voltava para ajudar na saída de bola. Após o gol de Miranda, o Tricolor foi quem armou o bote. Marlos pela direita, Dagoberto pela esquerda (os dois sempre em diagonal), Fernandão distribuindo e Ricardo Oliveira na frente. Nos contragolpes, o São Paulo poderia ter definido o jogo, mas falhou. Permitiu ao Atlético ter a bola. Não deu ao Furacão o que fazer com ela.

O Atlético venceu uma nas últimas seis rodadas e parece perder fôlego no final da competição. Já o São Paulo de Carpegiani já é mais rápido, tem participação coletiva de peças como Dagoberto e Marlos, mas uma defesa ainda exposta. Os atacantes precisam ajudar mais do que o primeiro combate. A mira de ambos é o Botafogo, um ponto acima. Dependendo do resultado final da Sul-Americana, o alvo pode ser o terceiro colocado – hoje o Cruzeiro, com sete pontos a mais.

As duas equipes precisam fazer sua parte até dezembro, mas contar também com os estrangeiros da competição continental. Um ponto é possível para ambos. Sete é demais.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Dorival Jr. vê bons reservas, Scolari não quer ver problemas

Luís Felipe Scolari não viu Valdívia machucado logo com um minuto de jogo. Achou que os 18 minutos que o chileno esteve em campo foram bons – e se no próximo jogo forem 10 minutos, “melhor ainda”, disse o técnico.. Claro que Scolari não pensa assim. Valdívia estava visivelmente lesionado durante o aquecimento, 30 minutos antes da bola rolar. Felipão não viu.

Não viu também que Dorival Júnior escalou o time reserva, mas com Diego Macedo bem aberto, levando Luan para o lado do campo, com Neto Berola e Ricardo Bueno também abertos, entrando em diagonal, com Daniel Carvalho aproveitando o espaço deixando no meio. No primeiro tempo, depois de Renan Ribeiro salvar finalização cara-a-cara com Kléber, o time paulista viram, mas não alcançaram, os mineiros. Mendéz marcava bem, fazia a bola girar com velocidade e lançava o time melhor ainda. Deu a aceleração que Dorival Jr. tanto trabalha em suas equipes.

Quando Neto Berola deixou o campo, com ele se foi a velocidade do Atlético. Com Gabriel Silva recuado, Luan e Márcio Araújo mais a frente, o Palmeiras foi quem mandou no jogo. Kléber abriu o placar e poderia ter feito o segundo, caso Marcelo de Lima Henrique confirmasse o pênalti de Jairo Campos em Lincoln. Pênalti marcado, mas depois anulado, ou cancelado, ou desmarcado (me falta o termo, dada a raridade do lance) pelo auxiliar Erich Bandeira, assinalando corretamente impedimento. Bandeira, no entanto, não ergueu seu sobrenome no momento em que Lincoln recebeu a bola. Chamou o árbitro muito depois da penalidade. Aproveito para convidar, você leitor, a lembrar de outro caso de pênalti marcado e desmarcado, na sequência.

O empate atleticano sai em pênalti “à brasileira” sobre Obina. Jogada parecida com a de Werley sobre Edcarlos, no clássico mineiro do domingo. Há o braço, há o contato, não há falta. Revolta palmeirense e empate justo no final do jogo.

Resultado bom para o Atlético que mostra o crescimento de jogadores até então deixados de lado, como Édson Mendéz. Empate ruim para o Palmeiras. Além de perder a chance contra os reservas do adversário, pode ter perdido também seu principal articulador.

Scolari não vê assim. Vê perseguição dos jornalistas. O técnico campeão do mundo ainda não chegou ao Palmeiras. O que brada e atira para todos os lados, sim. Da mesma forma que Felipão não viu Valdívia machucado, não consigo ver, além do futebol mediano, tantos motivos para irritação do treinador.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Atlético "evita" salvar o ano deixando Sul-Americana de lado

Com Dorival Jr. no comando, o Atlético venceu cinco, perdeu três e empatou um jogo. Das três derrotas, uma foi com o time reserva, pela Sul-Americana, e outra um dia após assinar contrato, contra o Grêmio, sem ter comandado nenhum treino. A melhora no futebol apresentado e a necessidade do time de ganhar mais corpo garantiriam à equipe mineira a possibilidade de disputar, com equipe principal, a partida diante do Palmeiras.

O time que treinou nesta terça-feira, e deve entrar em campo em Sete Lagoas, tem sete jogadores que perderam para o líder do campeonato colombiano na última semana. O Palmeiras não é o Santa Fé. É muito melhor do que a equipe que finalizou mais de 20 vezes contra o gol de Renan Ribeiro – único a se salvar em Bogotá.

Mesmo quando o momento do Atlético era péssimo, ainda sob comando de Vanderlei Luxemburgo, dizia-se aqui mesmo neste blog, que o ano poderia ser salvo. Os investimentos foram altos em 2010, tanto na montagem do time quanto na comissão técnica. Uma equipe cara, que precisa mais do que vencer o campeonato estadual e se livrar do rebaixamento para a segunda divisão, para fazer o valor gasto valer a pena.

Ser campeão da Sul-Americana e terminar o campeonato brasileiro em 16º lugar é mais vantajoso que ser vice-campeão nacional, por exemplo. Mandar os reservas, mais os suspensos no campeonato brasileiro, a campo contra o Palmeiras é evidenciar a preocupação com o risco do rebaixamento no Brasileirão. Preocupação que deve existir, mas o futebol praticado pelo time de Dorival já permitiria pensar mais alto.

O Palmeiras terá força máxima, a dúvida é Valdívia, machucado. O confronto poderia ser equilibrado, não é mais. O Atlético pode salvar o ano com a conquista da Sul-Americana. Pode, mas com este time, você acredita?

domingo, 24 de outubro de 2010

Clássico alucinante vai de Super-Obina à cavadinha frustrada

Com Renan Oliveira, Diego Souza, Tardelli e Obina o Atlético pressionou o Cruzeiro no início do jogo. Foram 30 minutos como um trator para cima do time de Cuca que parecia não entender o que se passava dentro de campo. Leandro e Rafael Cruz vinham de trás Zé Luís desarmava Montillo e o contragolpe se iniciava. A esperança era Montillo que jogou mal e ainda perdeu um pênalti. A partida poderia estar decidida faltando 15 minutos para acabar o primeiro tempo. Poderia.

Gilberto deu nova formatação ao clássico. O Cruzeiro começou a jogar pelo lado esquerdo, Marquinhos Paraná recuou para fazer a saída de bola e o quarteto ofensivo do alvinegro não acompanhava o meio-campo celeste. Quando Gilberto entrou no jogo, o Cruzeiro tinha quatro finalizações contra cinco do Atlético. Depois disso foram 14 da Raposa e uma do rival – a cabeçada mortal de Réver aos 21 minutos do segundo tempo que se transformou no gol da vitória. Farias, Marquinhos Paraná, Fabrício, Thiago Ribeiro e Caçapa perderam chances claras de diminuir.

O Cruzeiro, que criava uma chance atrás da outra e esbarrava em Renan Ribeiro ou na falta de pontaria, parecia entregue depois do quarto gol. Até Thiago Ribeiro marcar duas vezes em dois minutos. O jogo ficou maluco. A Raposa atacava com oito e o Atlético tinha 3 contra um no contragolpe.

Os gols acabaram e o Atlético saiu com a vitória. A. O resultado é justo. A começar por 30 minutos brilhantes e passando pelas chances perdidas pelo Cruzeiro. Ser eficaz faz pare do jogo e foi o que os comandados de Dorival Jr. fizeram muito bem, em uma noite inspiradíssima de Obina e sem brilho de Montillo.

A quarta vitória nas últimas cinco rodadas Depois de 21 jogos, o Galo deixa a zona de rebaixamento e parece que não voltará. Já não é, definitivamente, candidato a rebaixamento. Precisa ainda vencer quatro jogos dos sete que restam para se salvar, mas Dorival Jr. conseguiu fazer bons jogadores formarem um time. Organizou, primeiramente, a marcação que é avançada e atrapalha o adversário a sair jogando. A dupla de zaga é protegida por Zé Luís que apenas marca e deixa Serginho jogar. Tem a arma do jogo aéreo e consegue também evitá-la.

O Cruzeiro perdeu, pela primeira vez, dois jogos seguidos no campeonato. Os jogos contra Grêmio e Atlético eram difíceis e a equipe sucumbiu. Para ficar com o título, precisa vencer cinco das sete partidas que restam. A entrada de Gilberto foi o ponto positivo para a equipe de Cuca. Muito bem no jogo, o meia pode devolver fôlego à Raposa na briga pelo campeonato.

sábado, 23 de outubro de 2010

Dorival repete esquema da virada sobre o Corinthians e Montillo pode ganhar espaço

Gilberto disse, após o treino de sábado, que Marquinhos Paraná começará o jogo contra o Atlético. Dorival Jr. confirmou, na entrevista de sexta-feira, que Renan Oliveira será titular no meio-campo, ao lado de Zé Luís, Serginho e Diego Souza. A formação é diferente da imaginada por mim, na quinta-feira, embora exista ainda na possibilidade de blefe por parte de Dorival ou de Gilberto, para confundir o adversário. Mas vamos partir do princípio que os dois estão falando a verdade.

Com Renan em campo, Montillo não deve ter marcação individual. Serginho se posta à direita da defesa e Zé Luís protege os dois zagueiros. Se for seguir o camisa 10 celeste abre um espaço imenso que Fabrício e Marquinhos Paraná podem aproveitar a frente da zaga. O meio com dois volantes, Diego Souza e Renan Oliveira é semelhante ao utilizado no segundo tempo do jogo contra o Corinthians quando o Atlético subiu sua marcação, tirou da equipe paulista a facilidade de girar a bola e contra-atacou com velocidade. Foi jogando assim, os melhores 45 minutos do Galo no campeonato.

Se Cuca tinha dúvidas sobre escalar ou não Gilberto, a resposta veio com a escalação de Dorival Jr. Marquinhos Paraná protege mais a defesa e melhora a saída de bola – justamente o que pretende ser neutralizada pela formação do Atlético. Montillo vem sofrendo com a marcação individual dos adversários e pode participar mais do jogo sem uma sombra a seguí-lo.

O clássico que poderia ser definido na intermediária de defesa do Atlético, com o Cruzeiro tentando furar a marcação do rival e o alvinegro partindo no contra-ataque, pode ter panorama diferente. A marcação atleticana começa antes, mas perde força mais perto do gol. Antes mesmo de começar, o clássico já mudou.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Evolução do Atlético equilibra o clássico, mas Cruzeiro segue favorito

Há quem acredite que clássico não possui favorito. Penso o contrário. O melhor normalmente (o que é diferente de sempre) vence. O Cruzeiro tem sido superior nas últimas temporadas e derrotado o rival na maioria dos encontros. A melhora do Atlético sob o comando de Dorival Jr., com três vitórias nas últimas quatro rodadas do campeonato brasileiro, tira um pouco do favoritismo celeste.

O líder do campeonato continua jogando melhor do que o rival, tem uma defesa segura e bem protegida por três volantes de qualidade, além de Montillo – candidato a craque do campeonato. A evolução atleticana se dá por crescimentos individuais: Rever, Werley, Serginho, Obina e, principalmente, Diego Souza. Além do goleiro Renan Ribeiro, responsável por bons resultados nas últimas partidas. Coletivamente, o time de Dorival está um nível abaixo e precisará compensar a falta de conjunto durante a partida.

A força ofensiva da equipe de Cuca vem da direita com Jonathan, Montillo e Thiago Ribeiro. O Atlético treinou durante a semana com Zé Luís, Serginho, Renan Oliveira e Diego Souza no meio-campo. Domingo, acredito eu, Alê entrará na vaga de Renan. O volante que estava na Colômbia deve ser o responsável por seguir Montillo. Diego Tardelli jogaria aberto pela esquerda, nas costas de Jonathan, para evitar as subidas do lateral. Leandro fica encarregado de Thiago Ribeiro.

Mais fechado e esperando para contra-atacar, o Atlético tem Serginho como válvula de escape. Fabrício é o volante que mais avança, pela esquerda do Cruzeiro, e o confronto individual será importante no momento do contragolpe de ambos. Serginho tem Rafael Cruz, também veloz, ao seu lado, em setor importante nas últimas rodadas. Se Serginho for bem, segura Fabrício e obriga o Cruzeiro a atuar por um lado só.

Diego Souza tem liberdade para atuar a frente dos volantes e Henrique é o homem a marcá-lo. Caso Cuca opte por Gilberto no lugar de Marquinhos Paraná, Fabrício marca Diego Souza e Henrique cobre as costas de Jonathan. Diego Tardelli, mais longe da área, deve cair nas costas dos laterais, especialmente Jonathan, e ter a atenção de Marquinhos Paraná. Obina e Farias são jogadores de área e precisam ser bem servidos pelo restante do time para levar a melhor sobre os zagueiros.

Os confrontos individuais são bons para o Atlético. Por ter o conjunto menos preparado, reduzir a partida a duelos setorizados é vantajoso para a equipe de Dorival e gera o equilíbrio mencionado no início do post. O imponderável pode acontecer no futebol, independentemente do fator rivalidade. Vale lembrar que o Corinthians, rebaixado em 2007, venceu uma e empatou outra com o São Paulo, campeão brasileiro de melhor aproveitamento na era dos pontos corridos.

A intenção não é apontar o Atlético como rebaixado ou cravar o Cruzeiro campeão. É mostrar que o alvinegro, na parte de baixo, pode derrotar o rival, hoje líder da competição. Pode, o que não seria surpresa. Mas, para este blogueiro, o time celeste é favorito.

Nas mãos de Renan Ribeiro, Atlético se classifica e Dorival sai fortalecido

Bem o Atlético não jogou contra o Santa Fé. Mas não precisava. Com um time de reservas, não vale nem mesmo verificar evolução no time de Dorival Jr. Até porque o treinador ficou em Belo Horizonte, aproveitando a semana para treinar a equipe principal que enfrenta o Cruzeiro no domingo. O Santa Fé era tão ofensivo quanto ruim. Saía com duas linhas de quatro, avançava muito os laterais e dava espaços de sobra para o contra-ataque brasileiro que insistia em não ser bem executado por Neto Berola, Ricardo Bueno e Dinei.

O gol do Santa Fé saiu aos 14 minutos do segundo tempo com Nogueira, na única finalização indefensável para Renan Ribeiro. E não foram poucas finalizações: 22 no total (algumas delas na Lua, é verdade). O Galo chegou apenas seis vezes. A disparidade de finalizações mostra como os reservas da equipe mineira foram pressionados. O placar é a prova da grande partida do goleiro atleticano.

Renan Ribeiro é um capítulo a parte na nova fase do alvinegro. Mais do que o melhor em campo, o jogador representa o futuro. Após apostas fracassadas por três anos, o Atlético encontra, em casa, a solução para a camisa 1. Ponto para Dorival Jr. que o escalou um dia após chegar ao clube. O objetivo na Colômbia era conseguir apenas classificação, mas a equipe volta também com um goleiro pronto.

Com a classificação conquistada, o planejamento do treinador acaba por ser vitorioso. Caso chegue à final da Sul-Americana, a semana atual será a única que o técnico terá para trabalhar a equipe até o final do ano. Hoje, apesar de mostrar evolução com Dorival, o Atlético não tem futebol para vencer a competição. Hoje. O time pode ganhar forma como fez o Fluminense, que perdeu o título em função da goleada sofrida por 5 a 1 para a LDU em Quito.

Na próxima fase, enfrenta o Palmeiras de seis vitórias, três empates e só uma derrota nos últimos 10 jogos. O caminho dos mineiros não será fácil nem no Brasileiro, tampouco na competição internacional. Para jogar um bom futebol, ainda em 2010, terá que mostrar mais. Mas se a máxima de que todo bom time começa por um bom goleiro é verdadeira, o Galo está no caminho certo.