Em primeiro lugar, é de se louvar a campanha feita pelo Uruguai na Copa do Mundo de 2010. Óscar Tabárez conseguiu dar cara a um time que havia ido mal nas eliminatórias e estreado de maneira sonolenta contra a França. A defesa liderada por Lugano foi o ponto forte da equipe e na frente, o time jogava em função de Fórlan, deslocado para o meio-campo, servindo Suárez e Cavani – quando não era ele próprio quem decidia as jogadas em gols de fora da área.
Chegar às semifinais e brigar, sem Lugano e Suárez, contra o talento individual dos holandeses é mais do que qualquer uruguaio otimista imaginava. E por que não acreditar que podiam fazer um bom mundial? Porque o futebol do país não dava mostras que isso era possível. A Copa do Mundo é um torneio de sete jogos e permite que alguém surpreenda e chegue, dependendo do emparelhamento, mais longe que equipes favoritas. Foi assim com a Bulgária em 94, Croácia em 98, Coreia e Turquia em 2002, isso para ficar apenas nos exemplos mais recentes.
O futebol competitivo e, por vezes bom, mostrado na África do Sul deve servir de motivação para o país pensar em como voltar a ser uma potência. Nas duas últimas décadas, nenhum clube uruguaio decidiu a Taça Libertadores – a última vez foi há 22 anos com o Nacional. Dos 23 convocados por Tabárez apenas Arevalo, do Peñarol, e Martín Silva, do Defensor, atuam no país. Se no mundial o resultado já é o melhor em 40 anos, internamente o esporte está paupérrimo.
A Copa do Mundo não deve ser vista como o renascimento definitivo da força da Celeste, deve ser o início de uma mudança maior. Só assim o Uruguai vai deixar de surpreender e voltar a ser grande, como foi no último mês.
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