sexta-feira, 23 de julho de 2010

Muricy Ramalho: a nova cara da seleção pode ser ranzinza, mas é vencedora.

Depois de boas campanhas com o Internacional nos campeonatos brasileiros em 2003 e 2005 e três títulos pelo São Paulo, Muricy Ramalho chega à seleção. Assim como todo treinador que alcança tal posto, logo será criticado. Seus times jogam no 3-5-2, esquema já defasado no futebol internacional, é um técnico retranqueiro e que não valoriza o jogo bonito. Por que então chamar Muricy? Porque Luís Felipe Scolari estava indisponível e também porque os resultados no futebol brasileiro são incontestáveis.

É preciso aqui separar o lugar-comum dos fatos. Muricy Ramalho disputou, do início ao fim, cinco dos sete campeonatos brasileiros por pontos corridos. Teve o melhor ataque uma vez, em 2006, e ficou um gol atrás do Flamengo em 2008. As equipes comandadas pelo treinador fazem gols, sabem atacar, mas se defendem melhor. Dos cinco campeonatos, conseguiu ter a defesa menos vazada em quatro oportunidades: 2005, 06, 07 e 08. Em 2003, foi a quarta melhor.

O perfil mais justo do novo técnico da seleção brasileira é de saber montar equipes competitivas. Não são, em sua maioria, times envolventes, rápidos e atraentes ao público, mas Muricy ajudou a revelar Nilmar e Daniel Carvalho no Inter, Alex Silva, Breno, Hernanes e Jean no São Paulo. Trabalha bem com jovens e proporciona jogo a quem tem talento.

A seleção, tomando por base o histórico do novo técnico, não deve ser plasticamente a mais bonita de se ver, mas terá qualidade, conjunto, força e mais recursos que tinha o time de Dunga. Se você está torcendo o nariz para o que vem por aí, lembre: em 2002, o Brasil foi campeão do mundo com um técnico de perfil parecido. O time tinha três zagueiros e dois volantes. Mas venceu os sete jogos e marcou 18 gols.

Um comentário:

Alberto disse...

Concordo não, Marcelo.
Felipão já tinha vencido algumas copas (Brasil e Libertadores)

Pode não ter tido aproveitamento tão bom quanto o do Muricy no Campeonato Brasileiro. Mas em copas, é insuperável.
Acredito que foi por isso que ele venceu bem a copa de 2002 e chegou na final da Eurocopa com Portugal.

Felipão custou a classificar o Brasil pra copa de 2002. Dunga, assim como Muricy, tem bom aproveitamento neste tipo de competição.
Mas Felipão consegue tirar de um grupo tudo em uma competição curta, de mata-mata.

Muricy é aposta errada na minha opinião.

Se tivéssemos o campeonato mundial de seleções por pontos corridos até poderia ser.
O Brasil faria alguns gols de zagueiros em escanteios e se fecharia pra garantir empates fora de casa ou vencer em contra-ataques.
Mas aqui: Isso não era o time do Dunga?

Acho melhor torcer pra Alemanha de novo. :-)