É fácil perceber hoje, entre os torcedores, três tendências: os que gostam do futebol nacional e desdenham o que acontece na Europa; os que preferem o que se passa no Velho Mundo e não valorizam o que se passa no Brasil e ainda aqueles que conseguem conciliar, entender e apreciar o futebol brasileiro e o internacional.
A primeira fase da Copa e as oitavas-de-final fizeram parte dos torcedores concluírem “o futebol europeu só é bom por conta da matéria-prima sul-americana que está lá”. Hoje jogarão Espanha x Alemanha, o vencedor decidirá o mundial com a Holanda. Pela segunda vez de forma consecultiva, na história das Copas, a final terá duas seleções europeias – a primeira foi em 1934 e 1938 com Itália x Tchecoslováquia e Itália x Hungria.
O Uruguai foi o único sul-americano a passar às semifinais nas duas últimas edições do torneio. Sete dos últimos oito semifinalistas são da Europa: Alemanha (duas vezes), Itália, França, Portugal, Espanha e Holanda.
A discussão não é qual futebol é melhor, o europeu ou o americano. Na história das Copas, nove títulos para cada continente. Na lista dos melhores do mundo da FIFA, nove para cada lado e ainda o liberiano George Weah. A Internazionale, campeã de tudo até aqui em 2010, tem oito sul-americanos no time principal, um africano e os únicos europeus são Pandev, macedônio, e Sneijder, destaque da Copa pela Holanda. O Barcelona, exemplo de bom futebol, tem Dani Alves, Maxweel e Messi entre titulares, mais oito europeus.
Considero-me no terceiro grupo, naquele que consegue gostar do futebol europeu, mas entender que aqui também há o que ser elogiado. Não é correto afirmar que só aqui se pratica bom futebol. Que nós somos os donos da arte e que Sneijder, Robben, Schweinsteiger, Muller, Xavi, Iniesta simplesmente nos imitam quando fazem algo de criativo dentro de campo. Na Europa, há futebol bonito sim senhor e o mérito disso não é somente nosso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário