domingo, 25 de julho de 2010

A lealdade de Muricy e a obediência de Felipe Massa.

Na sexta-feira, Muricy Ramalho disse sim à seleção, mas obedeceu a seu empregador que negou libera-lo. Pode ter perdido a chance de sua vida de se tornar o técnico da equipe brasileira na Copa que será realizada no país e com a maior expectativa já vivida pela seleção. No domingo, Felipe Massa obedeceu a seu empregador e deixou de conquistar sua primeira vitória desde o impressionante acidente vivido por ele em 2009.

De um modo ou de outro, alguém pode julgar: “os dois se submeteram à vontade das empresas e não pensaram no melhor para eles”. Os mais exaltados, dirão que Massa e Muricy não levaram em conta “o melhor para o país”. Mas há uma diferença fundamental entre os dois.

Muricy Ramalho, ao acatar a decisão do Fluminense, estava dando um exemplo aos seus filhos. Em que pese não ter a segurança da CBF de que permaneceria até 2014 no cargo, Muricy também não tem essa garantia do time carioca. Optou pela lealdade e pode pagar caro por isso, o futebol nem sempre é leal e a diretoria do Fluminense irá demiti-lo se julgar necessário. Mas o exemplo aos filhos foi dado.

O episódio de domingo no qual Felipe Massa permitiu ultrapassagem de Fernando Alonso não deixa nenhuma lição. O que o piloto brasileiro está ensinando ao seu filho recém-nascido? Massa perdeu a chance de ser um provável desempregado, mas com espírito de vencedor. Todo funiconário deve obedecer a hierarquias e prestar contas ao chefe. Isso até certo ponto. Ponto que distingue fazer o certo e arcar com as consequências ou fazer o que se espera e não ser cobrado.

Muricy ensinou o que é ser leal, acima dos próprios interesses. Massa ensinou o que é ser obediente, abaixo da própria dignidade.

2 comentários:

João Paulo M. disse...

Vejo de outra forma. A Ferrari quer ganhar o título de pilotos e Alonso tem mais pontos. Porém, o que levou Alonso a estar melhor colocado na temporada é o fato dele receber privilégios dentro da equipe desde o início da temporada, como por exemplo, aquela ultrapassagem bizarra na entrada dos boxes que ficou impune. Se Massa tivesse melhor pontuação que o espanhol certamente a Ferrari não teria passado a ordem velada para deixar o companheiro passar. O episódio de hoje foi bem diferente do GP da Áustria em maio de 2002 quando Rubinho pé de chinelo foi obrigado a ceder a vitória para Schumacher, pois naquela oportunidade tanto o alemão como a escuderia liderava com folga a competição. Abraços, @joaopaulom

Alberto disse...

Massa está certo, assim como o Barrichello também estava. Eles ganham 1 milhão de dólares por mês, trabalham de 15 em 15 dias e tem 4 meses de férias por ano. Melhor dar seta do que correr na Stock Car.
Errado sou eu, que acordo às madrugadas pra assistir. Logo este ano que comprei ingressos pra assistir ao GP Brasil.
Brochei. Controle remoto mesmo.