A Copa do Mundo gera tendências e uma delas já pôde ser percebida ontem na forma do Cruzeiro jogar. Cuca escalou o time com Roger e Gilberto, dois meias canhotos, mas Gilberto funcionava quase como atacante, ou Thiago Ribeiro era recuado e atuava praticamente como meia.
A equipe já mostrou algumas mudanças em relação ao que apresentava com Adilson Batista. Jonathan jogou mais como lateral, pelo lado do campo e funcionou bem assim com Thiago no primeiro tempo. Fabrício e principalmente Henrique saíam pouco para o jogo e a defesa ficou mais protegida. A frente deles, Thiago Ribeiro bem aberto pela direita, Roger centralizado e Gilberto pela esquerda. Wellington Paulista sozinho na frente tinha a aproximação dos homens mais avançados.
No primeiro tempo esquema foi bem utilizado com os quatro jogadores mais ofensivos sufocando a saída de bola e forçando o erro do Atlético-PR. O lado forte era o direito e o gol poderia ter saído antes dos 46 minutos quando Paulista acertou a cabeçada – vale ressaltar o erro da arbitragem que anulou, aos 34, um gol legal do Furacão.
Na etapa final, com o Atlético com três zagueiros, Paulo Baier de volante e Branquinho na armação, o Cruzeiro tinha o contragolpe e pecou por não matar o jogo nos primeiros 10 minutos quando teve duas chances. Diego Renan, falho na marcação precisava do auxílio de Gilberto que recuou muito e deixou de ser opção ofensiva. Roger também passou a jogar mais atrás e distante de Thiago e Wellington para contra-atacar. O time paranaense poderia ter chegado ao empate não fosse o grande jogo de Fábio, mais uma vez.
Robert entrou e fez o segundo gol, confirmando a fama de goleador. Foi seu 15º na temporada, apenas dois de pênalti. Pelo o que o time mostrou no primeiro tempo, o torcedor cruzeirense pode se animar e por aquilo que não conseguiu fazer no segundo, pode saber que ainda falta muito que evoluir.
Um comentário:
Com certeza a moda pegou.
Ainda há muito o que fazer para definir se esta tática será a mais adequada para o Cruzeiro.
A dúvida é: O que é mais fácil:
Fazer um meia marcar ou fazer um volante armar o time?
No 4-4-2 do Adílson Fabrício, Henrique e Paraná (e até o Jonathan) se revezavam como segundo meia.
No 4-2-3-1 do Cuca, Roger, Thiago Ribeiro e Gilberto se revezam como terceiro volante.
Antes, tinha um toque de bola maior no meio de campo. Agora, a ligação para o ataque está mais direta.
As trocas de bola ocorrem no ataque, bem mais próximo à área adversária.
Na defesa, mesmo com 2 volantes mais contidos e laterais apoiando menos (Diego Renan quase é zagueiro) ainda sobram espaços quando o adversário ataca em bloco.
Falta um xerifão.
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